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A dupla origem dos kairos e sua representação simbólica

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Por:   •  22/11/2014  •  Resenha  •  342 Palavras (2 Páginas)  •  237 Visualizações

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A dupla origem do kairós e sua representação simbólica

Como observa White, o termo kairós tem uma dupla origem. Por um lado, na arte dos arqueiros, em

que significava uma abertura, um longo tubo imaginário por onde a seta do arqueiro deveria passar para

atingir o alvo: “a passagem bem-sucedida por um kairós exige, por esta razão, que a seta do arqueiro seja

lançada não apenas com precisão, mas com potência suficiente para penetrar no alvo” (White, 1987, p. 13).

A segunda origem do termo está na arte da tecelagem, em que significava o momento crítico “no qual o

tecelão deve traçar a linha através de uma abertura que momentaneamente se abre na trama da roupa

sendo feita" (White, 1987, p. 13). Combinando-se esses dois sentidos, deve-se entender o kairós como o

instante passageiro no qual uma abertura aparece, a qual deve ser atravessada para se alcançar o sucesso.

Como bem diz Doherty, “em ambos os sentidos, um artesão deve agarrar o momento crucial num

desempenho de precisão e habilidade para atingir o objetivo” (Doherty, 1994, p. 12-15).

A representação simbólica grega do kairós também é importante para compreendermos sua noção,

já que ele é em si mesmo indefinível. De acordo com uma antiga tradição, kairós tem cabelos só na testa,

de modo que só pode ser agarrado estando de frente, não podendo ser apanhado de novo ao dar as costas.

Assim, num dístico de Catão (Tosi, 2000, p. 274), lemos que Rem tibi quam scieris aptam dimittere noli, /

Fronte capillata, post haec occasio calva (“Não percas algo que sabes que te convém, / A ocasião tem a

testa cheia de cabelos e atrás é calva”). Lisipo, o famoso escultor grego, teria feito uma escultura de Kairós,

que foi descrita por Posidoro, descrição que Julien comenta:

Kairós, domador de tudo, avançando na ponta dos pés (ou vagando em vôo), tendo na mão uma navalha;

uma mecha de cabelos lhe cai sobre a testa (a ser pega à sua aproximação), mas, por trás, seu crânio é

calvo (que ninguém espere tornar a agarrá-lo). (Julien, 1998, p. 102)

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