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AULA: OS SOFISTAS

Por:   •  10/5/2021  •  Resenha  •  1.721 Palavras (7 Páginas)  •  212 Visualizações

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Nome: Marcelo Ferreira Alves – RA: 99058

AULA: OS SOFISTAS

O professor iniciou a aula sobre os Sofistas fazendo uma apresentação geral do mesmo dizendo que trata-se de uma obra de Platão empreendida pelos personagens: Estrangeiro, Teeteto, Teodoro e Sócrates.

O docente usou como bibliografia a própria obra de Platão, mas também fez questão de usar como comentador Conte-Sponville. O decorrer da aula foi bem tranquilo, uma vez que o professor disponibilizou um resumo tópico parte nuclear da obra, isto é, da parte ontológica, aos alunos, e que tomei a liberdade de anotar alguns e comenta-los.

O diálogo é “o fato de dois ou muitos falarem entre si para buscar uma mesma verdade”. Ao analisarmos o diálogo percebemos que é através desse gênero de conversa que Platão busca, em seções distintas e relacionadas, o seguinte: a definição do Sofista e a investigação sobre a questão do Ser e Não-Ser.

1. O Problema do erro e a questão do Não-Ser

Afirmar o falso é admitir a existência do não-ser e consequentemente contestar Parmênides que dizia: “Jamais obrigarás os não-seres a Ser" (237a). A teoria de Parmênides falava ainda que o Ser é o único objeto de pensamento, e que só se pode pensar e dizer o Ser, excluindo o Não-Ser.

2. Refutação à tese de Parmênides

O Estrangeiro refuta a tese de Parmênides demonstrando que o Não-Ser de certa forma é. Caso contrário, não seria possível “nem de discursos falsos nem de opiniões falsas, nem de imagens, de cópias, de imitações ou de simulacros, e muito menos de qualquer das artes que deles se ocupam, sem cair, inevitavelmente, em contradições ridículas” (241e). Até porque se o Não-Ser não existisse, seria contraditório tentar refutar algo inexistente.

3. As teorias antigas do Ser. As doutrinas pluralistas

Os sofistas apresentam as doutrinas pluralistas sobre o Ser, as quais dizem que as coisas e os seres são compostos de proporções de diferentes elementos (242d). Entretanto, o Estrangeiro desqualifica essas doutrinas sobre o Ser por não serem demonstradas suficientemente.

4. As doutrinas unitárias

As doutrinas unitárias dizem que o Ser e o todo é uno. Além do mais, há dois nomes para designar o mesmo objeto. Entretanto, afirmar que o nome é diferente da coisa é dizer que há duas coisas: o nome e a coisa nomeada (244d), “por outro lado, afirmar que o nome é idêntico à coisa é necessariamente, ou dizer que ele não é nome de nada” (244d), pois o nome torna-se a própria coisa, pois todo objeto só é idêntico a si mesmo. Portanto, podemos concluir que o Ser e o todo possuem naturezas distintas (245c).


5. Materialistas e amigos das formas

Para os Materialistas somente a matéria fundamenta as coisas “corpos, única verdade’’. Já para os amigos das formas, as coisas mudam pelo Devir, e são distintas do Ser. Tanto para os materialistas, como para os amigos das formas, só existe aquilo que suas mãos podem tocar, ou seja, algo corpóreo, inclusive a alma, mas é valido ressaltar que em relação as ideias, eles não afirmam nem negam a corporeidade delas.

6. Uma definição do Ser. Mobilistas e estáticos

Finalmente, o Estrangeiro define o ser como “o que naturalmente traz em si um poder qualquer ou para agir sobre não importa o que, ou para sofrer ação, por menor que seja, do agente mais insignificante, e não por uma única vez, é um ser real” (247e), ou seja, o ser é aquilo que possui o poder para exercer ou sofrer ação.

O problema dos amigos das formas é que o Ser é imóvel e por isso não pode nem sofrer nem causar reação.

7. A irredutibilidade do Ser ao movimento e ao repouso  

O Estrangeiro afirma que o Ser não se resume nem ao movimento nem ao repouso, mas algo distinto. O repouso e o movimento são contrários um ao outro e o ser é irredutível tanto ao repouso quanto ao movimento, pois o Ser abrange repouso e movimento (250b), entretanto, o Ser não é a reunião de repouso e movimento, pois “por em sua própria natureza o Ser não está imóvel nem em movimento” (250c). Mas surge as seguintes questões: “se uma coisa não se move, como é possível que não esteja parada? como deixará de ter movimentos aquilo que está inquieto? “O Ser revela-se como separado dos dois” (250d).

8. O problema da predicação e a comunidade dos gêneros

O Estrangeiro afirma que “é impossível que o múltiplo seja um e que o uno seja múltiplo” (251b). “Nada possui, com nada, possibilidade alguma de comunidade sob qualquer relação que seja” (251e), isto é, não pode existir nada sem que possua a comunidade do ser. Entretanto, a predicação o “Ser é movimento” e o “Ser é repouso” não pode ser entendida como uma identificação entre dois termos, nem todas as coisas participam umas das outras, ou seja, tem comunidade mútua.


9. A dialética e o filósofo

O Sofista refugia-se no Não-Ser, não objetiva a busca pela verdade, enquanto o filosofo, a partir da ciência dialética, objetiva a busca para entender como o Ser se dá, e distingui quais os gêneros não podem suportar-se e quais são mútuos.

10. Os gêneros supremos e suas relações mútuas

O Estrangeiro apresenta cinco gêneros importantes: o Ser, o movimento, o repouso, o mesmo e o outro. Na sequência mostra que esses gêneros são concordes, já que, “cada uma delas, com efeito, é outra além do resto, não em virtude de sua própria natureza, mas pelo fato de que ela participa do “outro” (255e). Por fim, conclui dizendo que alguns gêneros se prestam a associação mútua e outros não.

11. Definição do não-ser como alteridade

O Estrangeiro afirma que “o movimento é outro que não o ser” (256d). Continua dizendo ainda que “o movimento é, realmente, Não-Ser, ainda que seja ser na medida em que participa do Ser”. Sendo assim, há um Ser Não-Ser. O movimento é Não-Ser, mas é Ser na medida em que participa do Ser. O Não-Ser não significa, ao que parece, qualquer coisa contraria ao Ser, mas apenas outra coisa qualquer que não o Ser. Em síntese, quando nos referimos ao Não-ser, não estamos afirmando algo contrário ao Ser, mas simplesmente qualquer coisa que não o Ser. Portanto, a negação não significa contrariedade, mas sim algo diferente, alteridade.

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