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Carisma

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Por:   •  6/9/2014  •  Tese  •  661 Palavras (3 Páginas)  •  236 Visualizações

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O autor parte do princípio de que “o carisma entendido como o clinamen (desvio) das regras instituídas burocratizantes, garantindo o desenvolvimento da liberdade que, rompendo com o determinismo inerente a qualquer situação objetiva, abre espaço para o exercício da autonomia”. A partir deste pressuposto, torna-se possível “pensar uma educação que, em vez de se burocratizar e normatizar friamente, rompe e revoluciona, se expande, autocontroladamente, garantindo a autonomia” (p. 28).

capítulo quarto do livro. O autor nota que a tensão entre o carisma e a burocracia equivale à relação apolíneo/dionisíaco. São pares em conflito que dizem respeito à existência humana. Ele procura “indicar as possíveis implicações que a adoção de um ponto de vista, seja ele burocrático/apolíneo ou dionisíaco/carismático, pode trazer à conduta dos indivíduos, principalmente na ação pedagógica” (p. 45).

O homem desencanta-se diante do mundo e perde a sua ingenuidade original que o unia a este.

Se a burocratização e o conseqüente desencantamento do mundo nos prendem na gaiola fria da dominação racional, o que gera um certo pessimismo sobre as possibilidades humanas do agir em liberdade, é preciso também ter em conta que a existência humana, que incorpora o conflito apolíneo/dionisíaco, é mais abrangente. Como salienta o autor, a burocracia não domina plenamente a vida: da mesma forma que os homens submetem-se, eles podem resistir. E esta resistência não se dá apenas pela oposição do carisma (dionisíaco), mas se insere no próprio campo da racionalidade: “Nesse sentido, a racionalização deve ser entendida também como o caminho para a liberdade, ou seja, a possibilidade de expansão de nossa subjetividade e, não apenas, um espaço de dominação e subjugação” (págs. 71.72). A ação racional “bem conduzida e de forma responsável, garante o exercício da liberdade. Agir com conseqüência e de forma calculada é ter uma conduta responsável, por estar condicionada pelo conhecimento das oportunidades e efeitos da execução desse ou daquele fim, baseado numa avaliação dos meios” (p. 73).

Na ação racional com relação a fins o agente concebe previamente seu objetivo e os meios para atingi-lo. Neste tipo de ação quando maior a correspondência entre meios e fins maior a racionalidade. A liberdade humana consiste em calcular os meios mais adequados e usá-los responsavelmente. Todavia, os meios tendem a se autonomizar e se transformarem nos fins – perdendo-se os fins primeiros e os valores significativos que orientavam a ação. O que no início era uma ação racional converte-se em irracional.

A seleção e o uso responsável dos meios para atingir os fins propostos indicam uma ética da responsabilidade, isto é, “a escolha responsável com referência a valores últimos que, feita com consciência das suas implicações, pode sustentar o desenvolvimento de uma personalidade com autonomia”. A formação desta personalidade pode se contrapor “à alma fragmentada” do especialista e do profissional” e indica uma “possibilidade de resistência ao cotidiano” (p. 88).

O autor identifica as possibilidades para a liberdade inseridas no corpus da análise weberiana sobre o processo de racionalização do mundo. Para ele, o conflito entre burocracia e carisma pode “ainda propiciar alguma “esperança”

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