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Educação E Sociedade

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Por:   •  23/9/2013  •  2.858 Palavras (12 Páginas)  •  598 Visualizações

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Curso Técnico de Formação para os Funcionários da Educação

Curso: Técnico em Meio Ambiente e Infra-estrutura

Módulo V: Educação, Sociedade e Trabalho: abordagem sociológica da educação

Data: 03/07/2013

UNIDADE IV

EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA CRÍTICA

Os modos de interpretar a relação entre a educação e a sociedade buscam um aperfeiçoamento das relações sociais no capitalismo, mas sem profundas transformações. A educação pode servir para uma reflexão crítica sobre a sociedade capitalista, visando à sua superação. Tal visão de educação interessa à classe trabalhadora e aos defensores do socialismo.

O materialismo histórico é considerado a ciência do marxismo ou a forma de compreender a história na ótica marxista. Marx destaca alguns aspectos centrais.

O primeiro deles é o modo de produção como se organizam para produzir os bens necessários à sobrevivência. Outro aspecto é a existência de classes sociais na organização social.

Outro aspecto importante do materialismo histórico é a concepção de história. Para Marx, a história da humanidade é a história da luta de classes.

Quando a luta de classes atinge seu clímax, a classe subordinada pode alcançar poder. Para Marx, o capitalismo é a última formação social em que subsistem contradições materiais.

4.1 – Althusser e a Escola como Aparelho Ideológico do Estado

Louis Althusser (1918-1990), filósofo francês, tornou-se um dos principais estudiosos do marxismo.

Como vimos, a burguesia é a classe proprietária. Ela é dona dos meios de produção, ou seja, das terras, das fábricas etc. Já os operários são donos somente da sua força de trabalho, ou seja, a energia do ser humano aplicada na produção de bens.

Como os meios de produção são privados, ou riqueza gerada pelo trabalho humano é apropriada pela burguesia. Um dos componentes do lucro capitalista é a taxa mais-valia, que é extraída do trabalho não pago ao operário. O resultado dessa história você já conhece: miséria, fome, desemprego, violência, favelas, menores abandonados e toda uma série de problemas sociais que vivenciamos no dia a dia.

Mas você poderia perguntar: se os trabalhadores são maioria, por que eles submetem à exploração e a dominação da minoria burguesa? Por que eles não se revoltam contra essa situação? Veja bem, a burguesia utiliza o estado para assegurar a sua dominação. A justiça, a polícia, as forças armadas são órgãos do estado responsáveis pela manutenção da ordem. Da ordem burguesa, é claro. As leis foram elaboradas para garantir a propriedade capitalista. Cabe a justiça a vigília do cumprimento da lei.

Os trabalhadores rurais, ou de fábricas reivindicam por um pedaço de terra ou melhores salários a justiça é implacável e sempre está do lado da burguesia. As forças repressivas do estado devem ser chamadas somente em casos extremos, quando a força do convencimento falha. Daí a importância da dominação ideológica da burguesia. Mas o que vem a ser ideologia? Ideologia é uma falsa crença. A burguesia utiliza a ideologia para impedir que a classe trabalhadora entenda como se dá a relação de exploração a que ela é submetida no capitalismo.

Lembra-se da mais-valia, aquela quantidade de horas trabalhadas pelo operário e não pagas pela burguesia? Essa é a fonte de lucro da burguesia e por ela escondida. Por mais que o trabalhador trabalhe, por mais que seja empenhado no seu ofício, ele dificilmente será rico porque não tem propriedade e não explora o trabalho dos outros. Então o verdadeiro segredo do sucesso da burguesia que ela esconde, é a exploração do trabalho dos outros. Mas ela esconde isso por meio das informações ideológicas como quem “trabalha prospera”, “o segredo do sucesso é o trabalho” e outras frases que você já deve ter ouvido e que convence muita gente de que as coisas se dão realmente dessa forma.

A quem cabe o papel de divulgação da ideologia? Bem, o pensamento marxista clássico defende que o estado é um aparelho repressivo. Na luta de classes, ele é utilizado pela classe dominante – a burguesia – para oprimir a classe dominada – o proletariado.

Na sua estratégia de construção de uma sociedade socialista, sem explorados nem exploradores, o proletariado deve conquistar o poder e destruir o estado burguês. Ora, conquistar o poder já não é fácil, quanto mais destruir o estado, com suas leis e suas forças armadas.

O papel das instituições formadoras e qualificadoras a classe trabalhadora, em particular as escolas, é o de treinar o indivíduo para seu papel na produção e o seu adestramento para que “aceite” as regras da sociedade capitalista. Ao mesmo tempo, aqueles que tem a função de dominação no processo produtivo também devem ser formados para esta finalidade pelos Aparelhos Ideológicos do Estado e desempenharem suas tarefas.

É verdade que, o momento em que a reflexão de Althusser foi produzida, os meios de comunicação social, em especial a televisão, não tinham a presença praticamente universal, a força e o domínio que hoje tem. Por isso, podemos dizer que a televisão e a escola representam, atualmente, importantes papéis de reprodução da ideologia dominante como aparelhos ideológicos.

Althusser alinha-se a um conjunto de pensadores que analisam a escola e demais Aparelhos Ideológicos do Estado como repositores das relações sociais capitalistas. Isso porque ele afirma que a escola tem a função e reproduzir as relações de exploração verificadas na sociedade capitalista.

4.2 - Gramsci e a escola como espaço da contraideologia

Antonio Gramsci foi um dos maiores pensadores maxistas., foi eleito deputado em 1924, perseguido pelo governo fascista de Mussolini. Uma das preocupações centrais no trabalho de Gramsci, ao analisar o sistema capitalista, foi compreender a ralação entre a infraestrutura e a superestrutura. Reforçando a metáfora do edifício, a infraestrutura da sociedade deve ser entendida como a sua base, ou seja, é a estrutura econômica que lhe dá sustentação, seus alicerces.

Na visão de Gramsci, tanto estado, a sociedade política – como a sociedade civil compõe a estrutura. È nos diversos fóruns da sociedade civil – sindicatos, partidos

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