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Filosifia Noderna

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Por:   •  25/8/2014  •  3.637 Palavras (15 Páginas)  •  277 Visualizações

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introdução Desde os gregos a filosofia se preocupou em desvendar o que era a natureza, o homem e o mundo, instaurando um tipo de sabedoria que não estava mais ligada às lendas e mitos; únicas explicações que predominavam. No entanto, para se chegar a essa sabedoria, o único instrumento existente era a reflexão que buscava, por vias racionais, chegar a respostas que explicasse a existência do ser humano e suas relações com o ambiente no qual ele vivia. Ser filósofo era estar aberto, ser amante e desejoso de saber, formulando questões jamais feitas, tais como: o que é? como é? por que é? Essa atitude dirige-se ao mundo que nos rodeia e às relações que mantemos com ele, com o objetivo de conhecê-los. Assim, a filosofia indica a disposição interior de quem estima o saber ou o estado de espírito da pessoa que deseja o conhecimento, procura por ele e o respeita. Enfim,

[...] a Filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhe dera, co- meçaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos naturais e as coisas da natureza, os acontecimentos humanos e as ações dos seres humanos podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é capaz de conhecer-se a si mesma (CHAUÍ, 2003, p. 25).

Assim, as ideias, as teorias oriundas dessa atividade filosófica abordavam a realida- de de maneira contemplativa. Não eram resultados de experimentos, em que teríamos um conjunto de instrumentos técnicos que nos possibilitasse ter acesso às coisas, dominá-las e conhecê-las. Dos pré-socráticos, passando por Sócrates, Platão, Aristóteles e outros gregos,

1. Doutor em Educação. Professor do Departamento de Educação da Unesp/Assis e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unesp/Marília.

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filosofia da educação

bem como pelo pensamento latino-cristão, medieval e renascentista, a filosofia, respeitando- se as especificidades do jogo das ideias e do jogo político e religioso, estava fundada nessa visão contemplativa.

Esse legado filosófico grego, que marcou e colaborou na construção de toda uma ci- vilização – a Ocidental –, todavia, considerava o homem como um ser dotado de razão, em que a verdade do mundo e dos humanos não era mais algo secreto e misterioso. Com efeito, essa nova concepção fez com que pudéssemos aspirar ao conhecimento verdadeiro, pois so- mos seres racionais; à justiça, pois dotados de vontade livre; e à felicidade, pois dotados de emoções e desejos.

A partir daí, uma tradição estava formada. A busca da verdade, da justiça e da felici- dade tornaram-se as forças motrizes de nossas ações, de nossas ideias e de nossos desejos. Estavam instaladas três grandes esferas da atividade humana: a ciência, a política e a ética. Ao longo de séculos, vemos os mais variados e distintos filósofos, cada um a sua maneira, tratar dessa herança, edificando escolas e correntes que não perderam a sua atualidade, de maneira que podem ajudar, inclusive, a pensar e compreender o nosso mundo atual.

Neste texto, vamos falar da era moderna, na qual se instaurou uma nova maneira de se usar a razão que teve repercussão direta no campo da educação. Primeiramente, falaremos de Francis Bacon, filósofo inglês e, em seguida, do filósofo francês, René Descartes.

Bacon: o Método experimental Adorno e Horkheimer, no livro Dialética do Esclarecimento (1985), em um texto in- titulado O conceito de esclarecimento, partem da ideia de que Bacon é “o pai da filosofia experimental”, querendo dizer com isso que, com ele, há uma ruptura com uma tradição que ainda estava presa à superstição, à dúvida, à preguiça, a um “fetichismo verbal”, a conceitos vãos e a experimentos erráticos. Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, Bacon teria capturado bem a mentalidade de um modelo de ciência que nascia: a ciência moderna. Nela, o entendimento, o intelecto ou razão estava disposto a vencer a superstição e dominar a natureza para que o saber se tornasse senhor das coisas. Nesse “casamento feliz” entre en- tendimento e natureza, a técnica torna-se a expressão de um método que a tudo quer e pode dominar.

O saber que é poder não conhece nenhuma barreira [...] e o que os homens querem aprender da natureza é como empregá-la para dominar completa- mente a ela e aos homens [...] Poder e conhecimento são sinônimos [...] o que importa não é aquela satisfação que, para os homens, se chama “ver- dade”, mas a “operation”, o procedimento eficaz (ADORNO; HORKHEI- MER, 1985, p. 20).

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Nesse trajeto, a esterilidade das filosofias anteriores foi ultrapassada e os “discursos plausíveis e capazes de proporcionar deleite, de inspirar respeito ou de impressionar de uma maneira qualquer” foram substituídos pela capacidade de trabalhar para descobrir particula- ridades antes desconhecidas, de modo que essa capacidade pudesse prover e auxiliar a vida. Dessa forma, “Os homens renunciaram ao sentido e substituíram o conceito pela fórmula, a causa pela regra e pela probabilidade” (ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p. 21).

Polêmico e fonte de dissenso pelos seus intérpretes, Francis Bacon nasceu no dia 22 de janeiro de 1561, em Londres, e morreu no dia nove de abril de 1626. Viveu em uma época efervescente do ponto vista político, econômico e social, e intuiu com sagacidade o verda- deiro significado do que estava acontecendo à sua volta. Compreendeu que, em uma situação como aquela, as forças decisivas do conflito eram as da inteligência e do saber. Desse modo, erigiu a seguinte frase como máxima para exprimir o que observava: “saber é poder”. Como já examinado pelos filósofos de Frankfurt, esse princípio lhe permitiu construir um vasto e eficaz sistema de ideias, com a finalidade de fazer uma reforma total na ciência, denunciando os procedimentos tradicionais e apontando novos rumos. Escreveu textos, tais como: Novum Organum (1620), Sobre a dignidade e desenvolvimento das ciências (1623) Nova Atlântida (publicado postumamente em 1627), entre outros, alguns inacabados.

Nos seus textos, sempre teve a preocupação de dar novos ares ao campo do saber, con- siderando que os métodos anteriores eram estéreis, por não produzirem qualquer tipo de obra que beneficiassem a vida do homem. Por ser inventor do método experimental e fundador da ciência moderna, como alguns o classificam, Bacon é considerado o “filósofo da idade industrial”. No conjunto de sua obra predomina a posição de que a finalidade da nova

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