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O alemão Immanuel Kant

Artigo: O alemão Immanuel Kant. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  28/11/2013  •  Artigo  •  503 Palavras (3 Páginas)  •  188 Visualizações

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Meus ex-alunos devem ter ouvido a frase do título algumas vezes. Tanto que Anita Dutra, hoje jornalista no Rio de Janeiro, se lembrou de mim no twitter, ao ler uma matéria de Pedro Correa do Lago, na Piaui, sobre "A silhueta de Kant", que surrupio abaixo na íntegra. Com um grande abraço, Anita, muito obrigado.

O alemão Immanuel Kant é geralmente considerado o maior filósofo dos últimos trezentos anos. Sua vida pessoal foi provavelmente também a mais regrada e previsível de todos os grandes pensadores. Viveu 80 anos, de 1724 a 1804, na sua cidade natal, Königsberg, que nunca deixou por mais de um dia, ficando sempre nos limites de sua província no leste da Prússia, hoje rebatizada Kaliningrad. [Correção do blog: foi Kaliningrado somente durante a dominação soviética, voltando depois a ser designada pelo nome original].

Foi professor de várias matérias na universidade local e reza a lenda que sua rotina era de tal forma regular que as donas de casa podiam ajustar seus relógios quando Kant passava pelas ruas.

Nunca se casou, e foi somente aos 57 anos que escreveu sua obra máxima Crítica da razão pura, um calhamaço de difícil leitura, mas que se revelou um trabalho revolucionário e uma das obras mais influentes de toda a filosofia ocidental.

A fama de Kant começou a espalhar-se pela Europa nos anos 1790, mas não alterou em nada a regularidade de seus dias. Seus muitos alunos o admiravam e o descreviam como uma pessoa alegre e amante da boa mesa, ao contrário do que poderiam indicar sua rotina imutável e sua vida solitária.

No final do século XVIII, cinco décadas antes da invenção da fotografia, havia-se popularizado na Europa a silhueta, uma forma de retrato recortado em papel preto que fornecia perfis bastante precisos, numa época em que retratos a óleo eram um luxo reservado para poucos.

Era também difundido nessa época, sobretudo entre os estudantes alemães, o hábito de reunir em álbuns pensamentos ou testemunhos de colegas e professores. É sabido que Kant deixou sua assinatura ou citações em vários destes, dos quais alguns sobreviveram e fazem parte hoje de coleções institucionais ou particulares.

O que é menos comum − ou talvez mesmo único − é o papel reproduzido nesta página. Trata-se de uma folha de álbum na qual foi colada uma silhueta de Kant em torno da qual foi pintada em aquarela uma pequena guirlanda decorativa. Ao lado de seu retrato Kant deixa uma citação em latim: “Ad paenitendum properat, cito qui iudicat”, (“Quem julga com precipitação logo se arrepende”), que o filósofo assina listando seus títulos principais: “Immanuel Kant, Professor Ordinário de Lógica e Matemática da Faculdade Superior de Filosofia e Membro da Academia Régia de Ciências”. Kant deixa também a data, 4 de julho de 1793, nove meses antes de seu septuagésimo aniversário.

Retratos assinados do século XVIII são extremamente raros, pois ainda não havia surgido a moda de assinar pequenas fotografias em tamanho de carte de visite, mania que sessenta anos mais tarde se disseminaria como rastilho de pólvora na Europa e nos Estados Unidos.

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