TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Origem Da Justiça

Monografias: Origem Da Justiça. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  13/4/2014  •  1.144 Palavras (5 Páginas)  •  187 Visualizações

Página 1 de 5

Ao se entender e compreender como ser social, o homem passou a depender de outros e a se juntar em comunidade. Isso trouxe grandes desafios, pois as ideias e interesses nem sempre eram de comum acordo. Os humanos se caracterizam por ensaiar distintas soluções normativas e adotar as que lhes parece mais eficaz em um determinado momento, até que seja possível trocarem por outras que se mostram mais adaptadas aos seus propósitos evolutivos. Na medida em que a flexibilidade da conduta humana e a diversidade das representações culturais são, ainda que limitadas, amplas e, por outro lado, dado que as alterações culturais se podem transmitir com grande rapidez e eficácia, o processo da evolução normativa encontra-se sujeito a profundos sobressaltos e equívocos e inclusive, por vezes, a retrocessos significativos. É essa, talvez, a melhor explicação evolucionista das chamadas leis injustas.

A justiça é, de fato, um tema paradigmático desta investigação, como Nietzsche anuncia desde logo no prólogo, e que nos servirá para delinear este chão e terreno próprios a partir dos quais poderemos entrelaçar as ideias e valores com as condições próprias de existência do homem. De fato, para Nietzsche, desde o prólogo da obra, é uma mesma consideração da origem da justiça, tratada já em “Humano Demasiado humano”, em “O Andarilho e Sua Sombra” e em “Aurora”, que entra em questão: um acerto entre poderosos mais ou menos iguais (o equilíbrio como pressuposto de todo contrato, portanto, de todo direito). Trata-se de um modo de valoração que centra-se, portanto, na relação, e no confronto e no movimento próprios a ela, para o estabelecimento dos equilíbrios, não num resultado esperado ou calculado das ações.

Ao considerar a justiça como um acerto entre poderosos, Nietzsche reclama uma vontade de compreensão do opositor colocado em relação: se é em um acerto que ela se coloca, então ela demanda uma avaliação sóbria das situações de conflito e, por conseguinte, uma tentativa de entender o opositor. O próprio juízo hierárquico nela envolvido é, portanto, um modo de considerar o outro que não o faz perder tal qualidade, pois tem presente os distintos modos de valoração que cada qual tem de si, de seus atos, da vida. A hierarquia que se segue a toda avaliação modela e modera a ação porque distingue os modos de agir conforme se trate de um par de igual poder ou inferior, daí sua fundamental importância para a justiça. Por isso ainda, a justiça é sempre uma atitude positiva para o filósofo e há de ser considerada pelos afetos ativos, muito mais plenos de valor.

A justiça liga-se, para Nietzsche, a uma relação de confronto entre homens que reclama a eles capacidade de avaliação e de medição de uma pessoa e outra. Esta relação primeira aparece entre comprador e vendedor, entre credor e devedor. Aí é o primeiro momento em que uma pessoa defronta-se com a outra, precisando medir, estabelecer preços, medir valores, imaginar equivalências e todo este procedimento constituiu o que hoje chamamos pensamento. Daí porque, para ele , talvez a própria palavra “homem” designasse o ser que mede valores, o animal avaliador, expressando um sentimento de si do homem.

É esta vinculação do caráter negocial do pensamento à vista daquilo que se vive que faz despontar a Nietzsche como tão importante, quando não mais, do que estabelecer preços e equivalências, o lidar com o descumprimento dos compromissos para a consideração do surgimento do sentimento de justiça: daí sua ênfase na análise do castigo. Nietzsche, de fato, não é um contratualista.

Para ARISTÓTELES a justiça é uma virtude. Ao formular a doutrina de justiça como medida geral, considerada como virtude, ele “Elaborou também uma teoria da justiça como medida axiológica para o Direito e o Estado", ou seja, "uma ideia particular de justiça" que "compreende por sua vez todas as virtudes cidadãs relativas à comunidade e política, e consiste em uma igualdade proporcional”.

As virtudes são classificadas em virtudes dianoéticas ou intelectuais e virtudes éticas ou morais. Nesse contexto, a justiça se enquadra entre as virtudes éticas. E, como valor ético, "a justiça é virtude essencialmente social, que se realiza na comunidade". A

...

Baixar como (para membros premium)  txt (7.1 Kb)  
Continuar por mais 4 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com