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As Contracorrentes

Por:   •  1/5/2018  •  Resenha  •  1.286 Palavras (6 Páginas)  •  194 Visualizações

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Nome: Gabriel Rodrigues Viana

Nº matrícula: 11411GEO050

Disciplina: História do Pensamento Geográfico

Turma:  Diurno          Noturno

Prof. Dra Rita de Cássia Martins de Souza

Referências Bibliográficas

GOMES, P.C.C. As contracorrentes. In: _______. Geografia e Modernidade. Rio de

Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2010. Pp. 93-124.

No texto as contracorrentes iniciam evocando a ideia de que a ciência se associa com o conjunto de conhecimento formal matemático que é constituído de modelo predominantes do método científico, e lógico ou empírico- formal (físico). As realidades são completamente explicáveis e a ciência deve ser capaz de reconstituir os eventos a partir da enunciação de suas causas e de seus efeitos. A importância do raciocínio logico é fundamental na atribuição da qualidade e da validade formal para obter uma legitimidade cientifica, ou seja, ela faz da realidade uma representação com rigor e força de verdade.

Na filosofia da natureza procura- se demonstrar que havia uma racionalidade superior àquela estabelecida pelos naturalistas. Pois somente o conhecimento global pode dar conta de todas as dimensões da natureza, a natureza sendo uma energia universal, uma força homogênea que tende a tudo dissolver em uma massa fluida. A filosofia da natureza se opõe ao movimento naturalista desta mesma energia que faz nascerem os organismos. A continuidade das formas, a importância do organismo e a questão da fonte primaria da vida aproximaram as concepções da filosofia da natureza da biologia vitalista. Assim a preocupação de apreender a totalidade e a oposição à conduta racionalista criou um primado da síntese em detrimento do procedimento analítico na maior parte dos pensadores ligados a Filosofia da Natureza.

Podem- se ver analogias, por exemplo, na consideração da Terra como um organismo de uma ordem superior, a qual se deve reportar toda explicação, e também no plano da luta que trava a cultura (a razão absoluta para Hegel) contra a natureza exterior, natureza da qual o homem faz parte ao mesmo tempo em que deve superar.

A Filosofia da natureza define um modo de estabelecimento da realidade humana no universo, não somente segundo o entendimento discursivo, mas também segundo as vias de afinidades e simpatias, atrações e repulsões, sonhos, devaneios e fantasmas nos quais se estabelece a obscura aliança entre o homem e a terra. Isso resultou para uma razão total que confere um lugar à divindade, à contemplação mística, à poesia e à religião, pois a irracionalidade, nesse sentido, representa “uma tentativa de submeter a razão ao domínio da vida”.

No Romantismo a analise é mais controvertida, sobretudo quando se trata de definir os limites e a importância deste movimento, identificando a emergência de movimentos artísticos que se opuseram ao Classicismo (Barroco, Maneirismo, Arcadismo etc.).

A História romântica fez a união entre o herói, fruto da impulsão da vontade pessoal, e o grupo, organismo investido da força e da consciência coletiva, ou seja, o mundo é então composto de aglomerados geoculturais, integrados a grandes comunidades. O nacionalismo é também uma via de recuperação das crenças e das tradições, enquanto manifestações vivas da personalidade de um povo e de uma cultura. Nota- se ai que aí estão os elementos que o racionalismo se esforçava em expurgar como mitos e falsos conhecimentos.

O Romantismo rompe com dois tipos de concepção da História: aquela de uma Historia predeterminada e desenhada por uma entidade divina, e aquela de um mundo maquina previsível em suas causalidades. O tempo sendo visto como uma rede de Inter- relações que é necessário compreender e interpretar; só as ideias constituídas no interior de um processo histórico podem ser consideradas como coordenadoras da ação humana.

O relativismo foi outro tema que chamou a atenção dos românticos, que tinha uma estreita ligação com a nova concepção da história, o relativismo se opunha diretamente à noção de necessidade do pensamento racionalista. O interesse dos românticos residia no estabelecimento de uma unidade fundamental no domínio da natureza. A ciência tinha como missão compreender a natureza em sua historia e em seu funcionamento.

O Romantismo redefiniu o conceito de meio ambiente e a noção de pátria, sendo que a natureza reproduz em formas variadas (incluindo a humana), dai a existência de múltiplos níveis de compreensão. Todas estas formas estão em relação, pois elas compõem o mesmo organismo e são sempre fundadas sobre a mesma matéria; o absoluto. O Romantismo e a Filosofia da Natureza constituem, assim, outra maneira de conceber a ciência e se diferenciam das correntes racionalistas pelo método, os temas e a finalidade do conhecimento.

A Hermenêutica e o ramo da filosofia que estuda a teoria da interpretação, que pode referir-se tanto à arte da interpretação, ou a teoria e treino de interpretação. Através da hermenêutica que surgiu uma geografia encarregada de inventariar os dados, a fim de fornecer uma correspondência entre o mundo lendário dos textos e o mundo real. O hermeneuta era aquele que tinha a incumbência de explicar, em linguagem acessível, mensagem sagrada dos textos bíblicos. Assim como no Romantismo, a hermenêutica sempre apela para uma dimensão escondida, invisível, um núcleo substancial, que corresponde quase sempre a uma ordem teológica sua função fundamental não é de explicar os fatos, mas, antes, de compreende- lós em sua totalidade.  A hermenêutica é um dos fundamentos da ciência, pois a cultura judaica- cristã possui na base de sua tradição uma religião do Livro, das escrituras, sendo assim a hermenêutica, ancorada na tradição, é considerada como fonte maior da verdade.

O estudo da linguagem é fundamental, pois é a partir da comunicação, do dialogo, que se trocam significações e que a expressividade pode ser entendida. A compreensão hermenêutica sublinha a importância dos grupos sociais/ regionais. A hermenêutica foi deslocada do campo metodológico para o da ontologia, compreender é uma maneira de ser, isto é, o ser humano tem um projeto de compreensão inerente que substitui a universalidade da racionalidade representado um dos novos terrenos da geografia humanista e também é aquilo que anima as discussões filosóficas atuais.

A Fenomenologia – aquilo que se apresenta ou que se mostra, afirma a importância dos fenômenos da consciência, os quais devem ser estudados em si mesmos. Tudo que podemos saber do mundo resume- se a esses fenômenos, a esses objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência, sua significação.

O fenômeno é a parte inteligível de uma experiência ao mesmo tempo sensível e racional.

A consciência é sempre consciência de alguma coisa e, como visa um objeto, faz intervir uma multiplicidade de elementos: a forma, a cor, a extensão etc. Cada um destes elementos remete, pela observação particular de um objeto, uma unidade dentro da multiplicidade existente. Desta forma, a consciência não se constrói em um só ato; ela progride dentro de duas esferas, a partir das “estruturas das multiplicidades”. A primeira esfera é a do meu pensamento, o cogito; a segunda, a do que é pensado, o cogitatum. A união destas duas esferas forma uma ideia que corresponde ao conjunto de todos os predicados de uma coisa e cuja supressão significaria o aniquilamento da própria coisa.

Para ultrapassar ao mesmo tempo o psicologismo e o reducionismo empirista, a fenomenologia foi procurar a noção de compreensão, sobretudo para as ciências sociais, considerando o fato cultural possui uma essência diversa do fato natural, pois a primeira expressa uma intenção utilitária. O segundo plano essencial do fato cultural implica sempre um caráter de comunicação, visto que se inscreve obrigatoriamente em um repertorio de significações comuns para poder se realizar enquanto fato. Enquanto isso o objetivismo pretende, ao contrario, conhece- ló a partir das condições de sua manifestação, pelas regularidades de seus comportamentos. Sendo assim, a questão sobre a significação resta sem resposta ou, simplesmente, é objeto de conjecturas contingentes. O mundo vivido é, portanto, a fonte e a base de todo conhecimento e a legitimidade de toda consciência.

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