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Memorial Descritivo

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Por:   •  4/3/2015  •  4.909 Palavras (20 Páginas)  •  537 Visualizações

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Memorial Descritivo

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Por

Sônia Marise Rodrigues Pereira Tomasoni

Professora Assistente Campus V UNEB

Eu ando pelo mundo prestando atenção

Em cores que eu não sei o nome

[...]

Pela janela do quarto

Pela janela do carro

Pela tela, pela janela

[...]

Eu vejo tudo enquadrado

Adriana Calcanhoto

Salvador- BA

Apresentação

O memorial é realmente uma contingência da carreira universitária. Ao fazer o meu, me vi mexida nas minhas emoções, busquei fatos, fui atrás de memórias adormecidas... re-mexi, me despi. Analisei circunstâncias, condições e situações psicoemocionais que vivi. Me auto-avaliei Fiz uma linha de tempo da minha vida e tive a oportunidade de fazer uma leitura do meu mundo. A princípio, foi um exercício doloroso, depois a feitura se tornou prazerosa e porque não dizer, uma satisfação. Por ser um trabalho ciéntifico, busquei seguir orientações de Boaventura (1995), minhas lembranças e as minhas emoções. O elaborar de um memorial é reconstituir a própria trajetória. Elaborei meu memorial percorrendo as minhas vivências e bebi na fonte das minhas lembranças nem sempre tão doces, mas com todos os sabores que a vida me presenteou. Discorrer sobre minha trajetória profissional foi um desafio, um exercício sistemático de escrever minha própria história e reflexões das minhas vivências: profissional/pedagógica. Conforme Boaventura, “o memorial é não somente crítico, como autocrítico do desempenho acadêmico do candidato. Crítica que conduz forçosamente à avaliação dos resultados obtidos na trajetória da carreira científica” (1995). Assim, na elaboração do presente memorial levei em conta o contexto político, as condições emotivas e contingências do meu andar na/pela geografia que é o meu território proffisional e porque não dizer que é a minha própria trajetória de vida. Procurei descortinar janelas, desvendar paradigimas e rompê-los acreditando no que construi e que nada esta terminado, ainda há o que se transformar... Portanto, apresento meu instrumento confessional da minha trajetória profissional.

‘Prepare o seu coração pra coisas que vou falar eu venho lá do sertão, eu venha lá do sertão ... ‘

O início: o despertar[estar] e o ser professor

Sertaneja, pais rurícolas, sou a filha caçula, a raspa de tacho como se denomina no sertão baiano, de uma família com nove filhos. Nasci em Boquira[¹]-BA, na fazenda Passagem Nova, em janeiro de 1961. Com um mês de idade minha mãe foi morar na cidade para acompanhar os filhos mais novos na idade escolar já que os outros estudavam em regime de internato, e meu pai ficou na fazenda. Vivi até os 18 anos em Boquira até completar meus estudos de segundo grau. Fiz o curso de magistério e formei em 1979. Lembro-me que muitas vezes retornava da escola ao embalo da música de Belchior:

“ [...] Minha normalista linda, ainda sou estudante da vida que eu quero dar. Até parece que foi ontem minha mocidade, meu diploma de sofrer de outra Universidade minha fala nordestina, quero esquecer o francês. E vou viver as coisas novas, que também são boas: O amor/humor das praças cheias de pessoas...[...]”.[²] O sonho de fazer uma universidae se construia desde cedo pois era comum os jovens da cidade, em grande número, prosseguir seus estudos em Salvador.

Minha primeira experiência em sala de aula ocorreu quando eu tinha 14 anos de idade e estava cursando a 7ª Série do Ensino Fundamental.Uma das minhas cunhadas era professora primária e ausentou-se da cidade e eu assumi a turma, por um período breve. A partir dali atuava como ‘professora substituta eventual’ até terminar o curso de magistério. Acredito que aquele momento despertou o meu sentimento de ser professora.

A trilha para a universidade: a construção de um projeto profissional

Em 1980, mudei-me para Salvador a fim de continuar meus estudos. Ingressei no curso de Licenciatura em Geografia na Universidade Católica de Salvador- UCSAL. O curso se concentrava num só período, o que possibilitava ser uma aluna trabalhadora. Trabalhei em escolas a exemplo do Colégio Brasil e o Instituto Globo de Educação aquela localizada no Campo da Pólvora e este nos Barris em Salvador-BA, embora ganhando pouco havia uma necessidade da continuidade do exercício da docência e o sentimento crescente de ser professora. Em agosto daquele ano meu pai faleceu. Instalou-se uma dificuldade para pagar a universidade e prestei vestibular novamente para Bacharelado em Geografia na Universidade Federal da Bahia- UFBA. A mesma tinha suas aulas dispersas e como não havia como concentrar suas atividades em um único turno, naquele momento tive de deixar a sala de aula e me concentrei nas atividades acadêmicas: estudos, monitorias, pesquisas.

Durante minha vida acadêmcia participei de eventos, movimentos políticos-sociais e trabalhava também realizando pesquisa socioeconômica, de planejamento de transporte urbano, de moradia e outras em órgãos de planejamento estadual e municipal a exemplo da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia- CONDER. Tais trabalhos desepertaram o olhar para a pesquisa, em agosto de 1984 fui selecionada para estagiar na Secretaria de Planejamento e Tecnologia do Estado da Bahia – SEPLANTEC, na qual permaneci por dezoito meses.

Neste período tive contato com técnicas de pesquisas especialmente com as ligadas a área de Geografia Física e talvez por esta razão meu trabalho de graduação deságua nesta área. Desenvolvi minha pesquisa de campo em Santo Antônio de Jesus-BA escrevi a monografia com o título “O Regime de Chuvas e a Produção Agrícola no Munícipio de Santo Antônio de Jesus- BA”[³] e em janeiro de 1986 conclui

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