Os Habitus

Os habitus

Para introduzir o assunto abordado, é necessário definir o conceito de habitus, estudado por Pierre Bordieu, em Razões Práticas sobre a Teoria da Ação:

Os habitus são os princípios geradores de práticas distintas e distintivas – o que o operário come e, sobretudo, a maneira de comer, o esporte que pratica e de que forma pratica, suas opiniões políticas e sua maneira de expressá-las diferem sistematicamente do consumo ou das atividades correspondentes do empresário industrial; mas são também esquemas classificatórios, princípios de classificação, divisão e gostos diferentes. Eles estabelecem diferenças entre o que é bom e o que é mau, o bem e o mal, entre o que é distinto e o que é vulgar etc., mas elas não são as mesmas. Assim, por exemplo, o mesmo comportamento ou o mesmo bem pode parecer distinto para um, pretensioso ou ostentário para outro e vulgar para um terceiro. (Bordieu, 1995:21)

Para o autor, o habitus é uma segunda natureza, um saber social incorporado durante a nossa vida em sociedade, sendo social e individual simultaneamente, determinada principalmente pelas famílias e pela escola. Nada mais é do que a constituição

O fato, ainda assim, é explicado por Bordieu, quando afirma que mesmo a subjetividade dos indivíduos é permeada pelo lugar que ocupam na sociedade; e que o habitus individual é adquirido gradativamente, conforme as experiências do indivíduo – mas que este mesmo fator não pode ser pensado fora das relações sociais, uma vez que é constituído através delas.

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