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A Colonização na África

Por:   •  21/4/2020  •  Resenha  •  2.273 Palavras (10 Páginas)  •  108 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA

LICENCIATURA EM HISTÓRIA

BRUNA BATISTA SILVA

TARCÍSIO APOLINÁRIO FALCÃO

HISTÓRIA DA ÁFRICA

FEIRA DE SANTANA-BA

2019

BRUNA BATISTA SILVA

TARCÍSIO APOLINÁRIO FALCÃO

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HISTÓRIA DA ÁFRICA

        

Trabalho apresentado à Universidade Estadual de Feira de Santana, sob a orientação do Professor Dr. Aldo Silva, como forma de avaliação da disciplina de História da África.

FEIRA DE SANTANA–BA

2019

III Avaliação

O presente trabalho tem como objetivo discorrer a respeito das relações entre os países imperialistas europeus e suas respectivas colônias, no que se refere aos discursos proferidos como justificativa para a dominação de territórios, bem como, de que forma se estabeleciam os contatos entre dominantes e dominados. Indo além da subserviência automaticamente vinculada as essas relações, devido ao destaque dado a superioridade tecnológica europeia, dando luz aos modos de resistência das populações autóctones. Tal discursão se fará com base nos textos debatidos ao longo da disciplina de História da África, apoiados pelos filmes Tarzan (1932), Gandhi (1982) e Mister Johnson (1990).

Ao perceber a vulnerabilidade da suja e faminta criança africana de se alto gerir, o bondoso homem europeu colocou-a sob sua guarda para que assim pudesse guia-la, ensinando seus deveres e corrigindo as mazelas provenientes de sua origem. Esse aspecto paternalista foi um denominador comum em toda a política colonial no continente africano, figurava nos discursos, todos os benefícios econômicos e o desenvolvimento social proporcionados as populações nativas.

Esses discursos se alicerçavam na convicção europeia, de que, como berço civilizacional estavam em níveis mais elevados dentro da sua própria construção e percepção da hierarquia racial, colocando-os em uma posição ao qual eram moralmente obrigados a levar essa civilização e seus bons costumes aos outros países que por sua capacidade inferior não alcançariam sozinhos. Tais convicções desencadeavam a deslegitimação de culturas, costumes e religiões que não proviessem da própria Europa.

Como proclamava o artigo 22 do pacto da Sociedade das Nações, o empreendimento colonial, sobretudo na África, passaria a ser promovido em nome de um ideal superior de civilização e convinha “confiar à tutela desses povos [as populações coloniais] às nações desenvolvidas”. Subjacente a essa retórica transparecia mais uma vez o sentimento de superioridade cultural e racial que se formara nos séculos XVIII e XIX e que se expressava na qualificação de “crianças grandes” ou “não adultos” aplicada aos africanos. A dominação europeia, que exigia essa condição social imaginária, supunha perdurar por muito tempo, prolongando indefinidamente a colonização da África. (BETTS, p. 355, 2010).

Essas atuações são muito bem representadas no filme “Mister Johnson”, no qual vemos a figura de um europeu exercendo um cargo de responsabilidade, um juiz que administra os interesses da comunidade ditando o certo e o errado, e um africano trajado a moda europeia, que a todo momento ressalta sua nacionalidade britânica e profere discursos civilizacionais europeu a sua comunidade, justificando positivamente todas as ações do homem branco em sua terra, mesmo que em alguns momentos o próprio homem branco não saiba elencar os benefícios de suas ações. Como ressaltado em uma cena do filme, em que o senhor Rudbeck não conseguia determinar a importância da construção de uma estrada.  O filme “Gandhi” elenca outros exemplos de deslegitimarão cultural, com a lei instituída na África do Sul, por um juiz britânico, declarando que todo casamento que não fosse cristão seria considerado a partir daquele momento ilegítimo. Fazendo transparecer uma concepção estereotipada do outro, na qual o caminho adotado é, ignorar tudo alheio a sua própria cultura, tratando o diferente como incorreto, chegando ao ponto do ilegal.

As ações tomadas pelos colonizadores variavam geograficamente, as administrações se davam de forma direta principalmente nas regiões litorâneos, de onde se iniciou a tomada de território, e conforme o curso colonizador foi adentrando o território africano, a demanda pessoal não conseguia suprir as expectativas, fazendo os colonizadores europeus adotarem um sistema de administração indireta. Sistema que permitia a participação de autoridades locais, mantendo ou ocupando novos papeis políticos em posição de colaboração subserviente com uma autoridade europeia.  

Trazendo um papel de grande importância a integrantes da população local para a manutenção do poder europeu. Atuando como agentes mediadores entre a população e as autoridades coloniais, os “chefes indígenas” eram instrumentos administrativos utilizadas pelas minorias brancas, manipulados de forma a se fazer cumprir as exigências colônias, diminuindo possíveis atritos, já que esses chefes já ocupavam um lugar de reconhecimento e respeito na comunidade. Um modelo dessa relação de confiança entre os chefes e a população apresentado por “Mister Johnson” se da no processo de finalização da estrada que ligaria a comunidade a estrada principal da região. O chefe ao descobrir os benefícios da sua colaboração convence os homens de sua aldeia a trabalhar de graça sob o sol escaldante da tarde. Mostrando que as relações não se davam apenas através se um subserviência cega, mas através de trocas e concessões, que beneficiariam ambos os lados, mesmo que um mais do que o outro.

Em toda a África subsaariana, no período de entre guerras o chefe local deixou de ser uma “autoridade indígena”, para tornar -se agente administrativo. Suas atribuições e poderes tradicionais foram muito atenuados ou diminuídos. Essa mudança de posição, mesmo nas regiões submetidas à administração indireta, pode ser facilmente explicada. Com efeito, as funções tradicionais eram ampliadas sob pressão das novas exigências: recolhimento de impostos, operações de recenseamento, recrutamento de mão de obra e alistamento. E quando os europeus julgavam que os postos de autoridade tradicional não estavam desempenhando a contento, colocavam neles ex -combatentes, sargentos ou funcionários. (BETTS, p. 364, 2010).

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