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A Era das revoluções

Por:   •  18/5/2018  •  Resenha  •  684 Palavras (3 Páginas)  •  501 Visualizações

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HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções. 9. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. – CAP. 7 - O Nacionalismo

A obra “A Era das Revoluções” de Hobsbawn, historiador marxista britânico, é o estudo do período compreendido entre 1789 e 1848, marcado por diversos acontecimentos sociais, políticos e econômicos. Os principais destaques, todavia, são a revolução industrial britânica em seus estágios iniciais e desenvolvimento, assim como a Revolução Francesa, ao qual o autor nomeou com o termo a “dupla revolução”.

 Esta primeira etapa do século XIX é considerada a Era das Revoluções justamente pela disseminação de ideais de liberdade por grupos organizados na Europa. Eles defendiam temas como direitos humanos, igualdade entre os cidadãos e soberania da população. Influenciados pela Revolução Francesa, ativistas de cunho nacionalista e liberal acirravam a revolução permanente.  Destaca que a ideia de Nação não surgiu com a Revolução Francesa, e não é algo que pode ser visto como um processo histórico natural para o qual todos os povos acabam “evoluindo” como um tipo de destino histórico. Essa ideia de passividade da Nação é desmistificada pelo autor.

O Nacionalismo é na verdade construído e depende da conjuntura e dos fatores a sua volta. Sendo que em seus primeiros anos, as aspirações eram muito mais de formar, ou tomar Estados que de formar Nações. Entre 1880 e 1914 surgem características novas para o Nacionalismo: Deixa de ser Liberal, passa a ter a Eticidade e a língua como critério central para a existência de uma Nação e ocorre uma mudança no direito político à Nação e à Bandeira. Hobsbawm ressalta que durante o século XIX a língua foi um argumento central para a criação de um Estado Nacional unificado na Alemanha e na Itália. Porém, não era em todas as Nações da época. Dentro dessa ideia de um nacionalismo linguístico, o Estado vai exercer controle e reforçar o seu poder, pois é o Estado quem reconhece a língua oficialmente e decide utilizá-la como instrumento de coesão e não como simples prática de comunicação. Segundo Hobsbawm, a língua é um artefato cultural e não a base da consciência nacional, então para que essa funcione como um elemento de coesão acontece um processo de construção da mesma como elemento político ideológico que vai obedecer a formalidades. Manter a língua, principalmente entre as Nações mais antigas, significava muitas vezes ir contra as subversões da Modernidade e em defesa de antigos costumes. O autor localiza o início da expansão de movimentos nacionalistas a partir de 1870, que segundo ele trata-se de uma época onde a questão nacional cresce como política interna em quase todos os Estados europeus. Hobsbawm avalia também que as mudanças políticas e sociais que ocorrem entre 1870 e 1914 tem origem no crescimento do Nacionalismo. A modernidade também “democratiza” a política possibilitando uma maior participação das massas, o que abre um campo maior para a aceitação e recepção dos apelos nacionais, pois cresce o número de eleitorado.

Assim, o autor considera os anos 1918 e 1950 como anos do apogeu do nacionalismo, pois foi o final da primeira guerra oferece uma excelente oportunidade para compreender as limitações e o potencial de nacionalidade e Estado-nação. "Ele destaca que as economias nacionais têm sido questionadas por uma nova divisão internacional do trabalho que inclui organizações supranacionais acima do controle dos governos causando novos problemas relacionados à nacionalidade”.

 Pode-se finalizar dizendo que essa obra em questão constitui uma boa leitura e instrumento para analisar a consciência nacional que permeava em meio às massas das nacionalidades envolvidas. A aquisição de uma consciência nacional não pode ser separada das consciências social e política, pois até certo ponto todas vão estar juntas. 

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