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Coronelisno

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Por:   •  5/3/2014  •  Seminário  •  440 Palavras (2 Páginas)  •  179 Visualizações

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O coronelismo pode ser considerado uma política de compromisso porque no seu estado “normal”, isto é, quando não ocorriam conflitos entre os setores beneficiados por essa política, ela envolvia uma série de “acordos de cavalheiros”, hierarquizados tanto de baixo para cima como de cima para baixo. Na base estavam os chamados coronéis de menor importância, do qual dependiam, para terem atividades remuneradas, seja em dinheiro, sejam em produtos, os trabalhadores rurais de uma pequena região, que viviam em condições de absoluta insegurança e precariedade. Por meio de mecanismos de coerção, executados por capangas seus armados, mecanismos de coerção que por vezes chegavam ao assassínio, e de mecanismos de consenso, como o chamado compadrio, esse pequeno coronel assegurava que os trabalhadores rurais votassem nos candidatos dos coronéis mais importantes, ou os impedia de votar em outros candidatos, ou os impedia de votar pura e simplesmente.

Do ponto de vista político, o período da chamada República Velha caracterizou-se pelo predomínio inconteste dos grupos agrários, sob a hegemonia dos cafeicultores paulistas. Artífices do regime republicano em sua crítica à centralização monárquica acabariam por implementar, na prática, um regime político coerente com seus desígnios, consubstanciado na federação e baseado na maximização do poder das oligarquias estaduais, viabilizada a partir do coronelismo (MENDONÇA, 2000, p. 316).

Havia assim um compromisso, um acordo, entre os coronéis menos importantes e os mais importantes. Os coronéis mais importantes, além de controlarem uma rede de coronéis menos importantes, pelos mesmos mecanismos de coerção e de consenso, tinham também, sendo proprietários de mais terras, sob seu controle um número bem maior de trabalhadores. Mas sua função principal era a coordenação com as autoridades estaduais que controlavam os órgãos do Executivo e do Judiciário e também os processos eleitorais tanto para o Executivo como para o Legislativo. Havia toda uma hierarquia para se confirmar, “a bico de pena” o resultado de cada urna e o resultado de todas as urnas, de modo que só recebiam diploma, independente de quantos votos tivessem legitimamente recebido, os aprovados por acordos entre os grandes coronéis e as autoridades estaduais, a começar do governador. Havia assim um compromisso em outro nível, segundo o qual os grandes coronéis “indicavam” quem seriam os vereadores e quem seria apontado como prefeito (as eleições diretas para prefeito só viriam de fato em 1946, com exceção de algumas cidades maiores), o que era respeitado pelas autoridades estaduais. Em troca, segundo o compromisso, os grandes coronéis apoiavam os candidatos a parlamentares estaduais e federais e para presidente de Estado e presidente da República indicados pelas autoridades estaduais. Na cúpula, o presidente da República controlava a “política dos governadores”. Enfim, uma rede de compromissos.

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