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Escravidão Na África

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Por:   •  1/8/2013  •  1.912 Palavras (8 Páginas)  •  562 Visualizações

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Escravidão Na Africa

LOVEJOY, Paul E. A Escravidão na África: uma história de suas transformações. Trad. Regina A. R. Bhering e Luiz Guilherme B. Chaves - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

RESENHA

Paul Lovejoy nasceu nos Estados Unidos e naturalizou-se canadense, professor da Universidade de York, em Ontário, no Canadá, lançou primeiramente esta obra em 1983 e nela, traz às claras nuvens, as razões do crescimento da escravidão no Continente Africano no século XIX, relacionando-a ao estabelecimento e forte utilização da escravidão na Europa e nas Américas.

A obra A escravidão na África uma história de suas transformações, como o próprio autor classifica, é uma obra de síntese, frente a complexidade da história da escravidão no continente Africano. Sob a tese de que a escravidão foi transformada parte pelas influencias externas, parte pela dinâmica das forças internas, Lovejoy enfatiza que, muito embora existam diversos estudos acerca do tema, as correntes de opiniões de historiadores se dividem, muito dos quais comungam com sua teoria e, outros discordam a exemplo de Thornton que, não considera os fatores externos determinantes na escravidão interna daquele país. Que o comércio atlântico foi uma consequência de uma escravidão já instalada naquele lugar, que ao contrário do que muitos pensam a escravidão na África não foi devido ao seu subdesenvolvimento e, sim por razões internas que legitimaram a escravidão.

Lovejoy, no entanto dirige seu estudo na direção de uma escravização no modo mercantilista, não sem considerar os fatores internos e culturais da África, e, sobretudo levando em consideração os fatores externos, apontando a existência de escravos desde a antiguidade africana. Por essa perspectiva a escravidão com suas diversas características, se apoiavam inicialmente sobre o alicerce, ainda que sem o conceito da economia, posto que, o escravo era tido como propriedade e, como tal seu dono detinha o direito sobre sua força de trabalho (que gerava renda), Lovejoy analisa essa forma de exploração que transforma o ser, no ter, e essa relação de propriedade se estendia a todos os seus descendentes incluindo sua família.

Essa escravidão segundo o preceito do escravizador era perfeitamente aplicável ao estrangeiro, à aquele que não falava a sua língua ou dialeto, que não fazia parte de sua sociedade, de sua religião de sua raça.

“Dessa maneira a escravidão era fundamentalmente um meio de negar aos estrangeiros os direitos e privilégios de uma determinada sociedade, para que eles pudessem ser explorados com objetivos econômicos, políticos e/ou sociais”. (p.31)

A escravidão que por definição já indica violência, reduzia o ser humano da condição de sujeito livre à condição de mercadoria, mediante sequestro e ataques violentos. Estes atos tinham poder determinantes na psicologia dos cativos perante os horrores praticados, que serviam de métodos de coerção, da constante ameaça de sofrimentos físicos e, para afastá-los era melhor a submissão.. Isso propiciou na África uma mudança nas relações interpessoais de poder e nas relações de produção, baseadas numa escravista ou “modo d produção escravista”, onde o autor busca esclarecer de que forma estes antagonismos aconteciam.

A escravidão era um dos muitos tipos de relação de dependência, além do mais, também existia a escravidão, como garantia de liquidação de dívida, que ao termino do pagamento, o cativo era resgatado. Nesse contexto, os cativos poderiam assumir cargos administrativos, servir como soldado e muitas das vezes serem explorados sexualmente. Existia a possibilidade dos cativos serem assimilados no seio da família, mediante casamento; ainda com relação a dependência existia a escravização para atender as necessidade dos cultos religiosos, com a pratica do sacrifício.

A escravidão na África tomou contornos Islâmicos a partir dos séculos VIII, IX e X, e segundo a tradição Islâmica a escravização era justificada com base na religião; então todo indivíduo que não fosse muçulmano era passivo de ser escravizado, no entanto não se admitia que maltratasse o cativo caso isso acontecesse ele poderia trocar de dono. Na escravidão islâmica os escravos frequentemente eram utilizados em funções domesticas, incluindo sexuais, funções no governo ou no serviço militar. Outro ponto salutar é o fato do escravismo nas terras islâmicas ter sido Institucionalizada.

A história da África mudou radicalmente, após a abertura do atlântico ao comercio, sobretudo porque este comércio estava ligado ao tráfico de escravos. Esta mudança deve-se ao desenvolvimento de tecnologias no transporte oceânico que propiciou o enriquecimento de algumas nações com o fluxo de mercadoria, a escravidão estava no topo dessa engrenagem mercadológica. O tráfico muda de característica quando passa atender a necessidade do desenvolvimento da economia agrícola e mineradora no tocante ao novo mundo e boa parte da Europa.

“A transformação da escravidão nas áreas africanas não muçulmanas estava relacionada com a envergadura do comércio de exportação e com e com o grau com que políticos e comerciantes alimentavam esse comércio através da escravização” (p.53)

A escravidão passa ser uma Instituição com características mercadológica, formatada pela Europa sob a perspectiva do “aumento de produção” escravista, já que o mercado carecia de mais e mais escravos para movimentar as várias plantantions espalhadas pelo mundo afora. Neste comércio Portugal até uma determinada época desponta como principal fomentador de escravos na costa oriental africana; a guerra santa muçulmana na Etiópia, somada a invasão Marroquina em Songai, causaram grande influência para o alargamento da escravidão naquela região. Adquiria-se escravos como produto resultante de guerras bem sucedidas, proporcionadas devido as fragilidades de algumas nações, ora por fatores climáticos, ora por fragilidade de seus exércitos; saia-se melhor quem podia melhor defender seu território, evitando assim a escravização de seu povo. Saíram-se melhor nesse quesito Gana, Mali, Songai, Bernu se Senar. Percebe-se que nesta seara alguns impérios expandem-se outros entram em decadência e assim surge a vulnerabilidade à escravidão.

Para aqueles que eram escravizados, a má sorte lhes reserva, os perigos das marchas forçadas, alimentação precária, abuso sexual e, morte nas estrada. A travessia do deserto era a sentença de morte para muitos escravos; havia casos de morte de toda a caravana, bastava num determinado trecho não haver água em um poço.

Por volta de 1430

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