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Expansoes Maritimas

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Por:   •  14/3/2015  •  2.839 Palavras (12 Páginas)  •  303 Visualizações

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O Expansionismo Marítimo

“A descoberta da América por Cristóvão Colombo faz parte do processo de expansão do capitalismo europeu. O comércio, renascido em fins da Idade Média e desenvolvido no interior da Europa entre as cidades italianas e flamengas, foi deslocado, no século XIV, para o litoral atlântico. A escassez de metais preciosos provocava a falta de moeda em circulação, agravando os problemas já existentes. As nações da costa atlântica (Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda), detentoras do comércio sobrevivente, eram as que mais sofriam com a crise e, para superá-la, precisavam encontrar metais preciosos para valorizar suas moedas. Por outro lado, dependiam das cidades italianas para o fornecimento das mercadorias orientais trazidas pelos árabes, que dominavam o comércio no Mediterrâneo.

Assim, a busca de novos caminhos para atingir o Oriente, terra encarada como fonte de riquezas, passou a constituir uma questão de sobrevivência. Era preciso enfrentar o Atlântico, explorá-lo, buscando saídas, e para financiar um empreendimento desse porte era condição prévia a existência de Estados Nacionais com poder político centralizado e recursos financeiros volumosos. Portugal e Espanha formaram os primeiros Estados Nacionais. Estavam, portanto, prontos para liderar o expansionismo marítimo e, levados pela necessidade, assim o fizeram.

PINSKY, Jaime et al. História da América através de textos. 3. ed. São Paulo : Contexto, 1991. p. 23. (contexto@editoracontexto.com.br)

O texto introdutório nos apresenta, de forma sucinta, os fatos que levaram os governos europeus ao expansionismo marítimo, bem como as condições prévias e necessárias para que conseguissem chegar ao Oriente e aí pudessem tomar posse das riquezas tão necessárias e almejadas por todos.

Afinal, de que forma a crise econômica e comercial na Europa contribuiu para esse processo? Por que Portugal e Espanha saíram na frente de outros estados aparentemente mais fortes e melhor estruturados, como França e Inglaterra? O que aconteceu com as ricas cidades italianas de Gênova e Veneza, que comercializavam os produtos orientais na Europa?

Já tivemos oportunidades de estudar em outros momentos a crise européia do final do século XIV e início do XV. Inúmeras foram as suas causas: esgotamento dos solos, uso de técnicas inadequadas, guerras, pestes, fome, revoltas urbanas, insurreições camponesas, declínio do comércio, entre outras. Enfim, a crise tinha conotações de ordem social, econômica e política, era o contexto do mundo feudal e de seu sistema que estava agonizando. A partir dessa crise do sistema feudal, vemos surgir, aos poucos, elementos de um novos sistema econômico em formação, o capitalismo.

O historiador Edward Mcnall Burns apresenta-nos uma definição de capitalismo mais próxima de sua concepção inicial: “Um sistema de produção, distribuição e troca no qual a riqueza acumulada é investida por seus possuidores privados, com fins lucrativos”.

Um outro historiador, Marvin Perry, amplia essa definição, ao fazer menção à “lei da oferta e da procura”, uma das características mais marcantes do conceito que se tem de capitalismo, na atualidade: “O Capitalismo também é considerado um sistema da livre empresa: não só as decisões básicas são deixadas aos indivíduos, como também são tomadas em reação às forças do mercado. Em outras palavras, os homens têm liberdade de obedecer à lei da oferta e da procura. Quando as mercadorias e mão-de-obra são escassas, os preços e os salários sobem; quando são abundantes, eles caem”.

A partir dessas definições de sistema capitalista, fica mais fácil compreender de que forma as atividades comerciais e o lucro proveniente delas foi, aos poucos, conquistando maior importância no mundo moderno.

Quando o comércio foi reativado na Baixa Idade Média, a burguesia passou a controlar grande parte das atividades econômicas – comércio, transporte de mercadorias, bancos, etc. O lucro obtido por essas transações comerciais assumiu importância cada vez maior com isso, o capital monetário (moeda) passou a concorrer com a maior riqueza existente da época, a posse da terra. A partir da Idade Moderna, com o expansionismo marítimo e a conquista de novas terras, as transações comerciais e monetárias adquiriram um novo e grande impulso, intensificando, assim, a importância do sistema capitalista em formação.

Queda de Constantinopla

O comércio mantido com o Oriente, de onde chegavam à Europa os mais diversos produtos, como drogas, especiarias e artigos de luxo (tapetes, seda, perfumes e outras matérias-primas), era monopolizado pelas cidades italianas de Gênova e Veneza. Essas cidades, por exigência dos árabes, pagavam em ouro e prata pelos produtos comercializados. Quando em 1453, Constantinopla caiu em mãos dos turcos otomanos, cujo Império estava em expansão, os produtos orientais tornaram-se ainda mais caros e escassos, pois as rotas terrestres das especiarias passaram a ser controladas por aquele povo que, por sua vez, exigia o pagamento de uma sobretaxa aos produtos importados pelos europeus.

Diante dessa dificuldade, a burguesia, envolvida com as atividades comerciais e dependente dos lucros provenientes dessas transações, aliou-se aos monarcas no intuito de descobrir novos caminhos marítimos que os levassem diretamente às Índias. A aliança firmada entre a burguesia e a monarquia ia ao encontro dos interesses de ambas as partes; a burguesia queria expandir o seu comércio; o rei, conquistar novos territórios e novas fontes de riquezas que possibilitassem a continuidade da sua consolidação política. Dessa forma, movidos por interesses comuns, burgueses e soberanos uniram suas forças para financiar as expedições marítimas.

Pioneirismo Português

Vários foram os fatores que possibilitaram a Portugal tomar a frente no processo de expansionismo marítimo.

A localização geográfica de Portugal em relação ao Oceano Atlântico foi sem dúvida um forte aliado de seu pioneirismo.

Desde o século XIV, o porto de Lisboa era utilizado como importante entreposto comercial para as embarcações italianas que comercializavam com as cidades do norte da Europa. Além disso, uma grande parte da comunidade portuguesa já desenvolvia atividades pesqueira no Atlântico. Essa intensa movimentação no porto de Lisboa impulsionou o desenvolvimento

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