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O PARAÍSO DESTRUÍDO

Por:   •  5/5/2019  •  Resenha  •  1.433 Palavras (6 Páginas)  •  259 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

FRANCIELEM CALLEJAS DE ASSIS

RGA: 201905500288

FOGO E SANGUE

CORUMBÁ, DE DE 2019.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

FRANCIELEM CALLEJAS DE ASSIS

RGA: 201905500288

FOGO E SANGUE

Trabalho apresentado à disciplina de Leitura e Produção do 1° Semestre do Curso de História, oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob Orientação do Professor Alfredo Ricardo Silva Lopes.

CORUMBÁ, DE DE 2019.

Fogo e Sangue: resenha de "Paraíso Destruído" de Bartolomeu de Las Casas.

Las Casas, Bartolomeu. Paraíso Destruído. Porto Alegre: LPM POCKET, 2011.

FRANCIELEM CALLEJAS DE ASSIS

FOGO E SANGUE

Frei Bartolomeu de Las Casas (1474-1566) foi um frade dominicano espanhol, cronista, teólogo, bispo e grande defensor dos direitos dos índios. É considerado o primeiro sacerdote da América. Bartolomeu era filho de um comerciante de Tarifa, na Andaluzia. Participou da segunda viagem de Cristóvão Colombo às Américas. Estudou latim e humanidades em Salamanca. Formou-se sacerdote em Roma em 1507 e teve a licença da própria rainha para evangelizar os índios na expansão colonial.

Las Casas viveu o auge da colonização, participou ativamente da maioria das expedições e dos primeiros contatos com os índios, era mais um que tinha a sede pelo conhecimento do chamado Novo Mundo, que se lançou de sua terra natal para ajudar na campanha colonizadora, e, claro, poder aproveitar dos grandes lucros que esta terra tão rica proporcionava a todos que aqui pisavam.

Nos primeiros anos, o frei cumpriu com sua função que era a de catequizar os índios na religião cristã, recebeu terras da rainha como pagamento por seu trabalho e também muitos escravos. Porém, chocado com toda a crueldade feita pelos colonizadores aos índios, aproximadamente em 1514, de Las Casas abriu mão de todas as suas terras e escravos para se tornar um procurado e protetor universal de todos os povos indígenas. A partir daí, Las Casas continuou acompanhando as expedições, porém agora para poder escrever e relatar ao mundo todo a carnificina organizada pelos colonizadores no Novo Mundo.

O livro possui 125 páginas e é dividido em 20 capítulos, todos são de caráter denunciador. O autor diz que se ele narrasse todos os eventos cruéis que presenciou durante os anos da colonização, escreveria uma obra imensa, mas, através do que ele descreve no livro, já se percebe o caos que era a vida de um indígena naquela época.

Las Casas narra que a primeira terra povoada pelos colonizadores foi a chamada Ilha Espanhola. Esta, segundo ele, possuía mais de 250 léguas de distância, e de costa marítima mais de 10 mil léguas; na época uma légua se referia a mais ou menos de 4km a 6km. O autor relata que os índios receberam os colonizadores como deuses, trouxeram seus líderes para vê-los, com presentes, muita comida e frutas típicas daquela terra. Porém, os espanhóis logo entrariam em conflito com os índios devido que estes mantinham pouca comida consigo, pois faziam um estoque necessário apenas para suas famílias e para um período curto de tempo. O autor chega a mencionar que o que uma família inteira de indígenas comia em um mês, um colonizador espanhol consumia em um dia.

Não se contentando apenas com aquilo que os índios lhe davam, os espanhóis começaram a se servir das mulheres e filhos dos indígenas. Depois de muitos abusos e violências que sofriam, os nativos perceberam que estes homens não podiam ter descido do céu. Os nativos começaram a esconder sua comida, suas mulheres e filhos e a fugir para as montanhas. Isto se desencadeou em um sangrento ataque dos colonizadores. Assim, eles entraram nas vilas e aldeias não poupando nem crianças, nem homens velhos, e nem mulheres grávidas. Abriam-lhes o ventre e as faziam em pedaços.

A partir daí, Bartolomeu de Las Casas descreve que se iniciou o período de guerra que permaneceria até sua morte e dizimaria milhões de nativos que aqui viviam. Esta que não pode se dizer que foi mesmo uma guerra, pois, nas palavras de Las Casas (2011, pg 33).

“Os espanhóis nunca tiveram nenhuma guerra justa contra os índios. Todas foram diabólicas e muito injustas, mais do que as de qualquer tirano que exista no mundo”.

Os índios andavam nus e não tinham nenhum armamento a não serem seus arcos e flechas ou táticas de guerra. Por outro lado, os espanhóis possuíam suas armaduras e suas espadas, suas táticas organizadas de guerra e o que os nativos mais temiam os cavalos. Segundo o autor, um grupo de 50 espanhóis podia dizimar uma aldeia inteira de mais de 500 índios sem perder um único soldado. Os espanhóis até brincavam entre si sobre quais deles dividiriam um homem ao meio com apenas um golpe de espada ou quem deles conseguiria matar mais em uma investida. Na época, houve colonizadores que chegaram a matar 40 mil indígenas em poucos anos.

O Frei descreve que a colônia sempre possuía um governador, estes não ficavam muito tempo, cerca de 7 a 8 anos, pois morriam ou voltavam à Espanha, mas que nesses curtos períodos que permaneciam no poder eram assustadoramente sanguinários e cruéis. Isso se agravou ainda mais com a morte da rainha alguns anos depois.

Os espanhóis capturavam os lideres das tribos indígenas e os torturavam para conseguir ouro, e, mesmo após conseguirem grandes somas, continuavam até que o líder perecia. A principal forma de tortura usada era queimar os nativos vivos, fosse em grandes fogueiras, amarrados em troncos, em braseiros, com azeite e outras formas. O importante era que em ambos os métodos as pessoas submetidas a este suplício morressem de forma lenta e dolorosa.

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