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Raspuntin

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Por:   •  21/10/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.459 Palavras (18 Páginas)  •  174 Visualizações

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RASPUTIN

Cabelos desgrenhados, olhar feroz, barba emaranhada, e uma presença que atingia a tudo e a todos. Essas são as características que marcaram uma das figuras mais misteriosas da História: Grigori Yefimovich Novykh, mais conhecido como Rasputin. Em 1905, o monge russo foi apresentado ao czar Nicolau II por Militsa e Anastásia, grã-duquesas de Montenegro. A partir desse encontro, o curandeiro que vivia metido em brigas e algazarras tornou-se o homem mais influente nos últimos do período czarista da Rússia.

Rasputin conseguiu não só conquistar a confiança de Nicolau II como também a de sua esposa, a czarina Alexandra. Isso porque os dois tinham um segredo que ocultavam dos súditos e que era conhecido apenas por poucas pessoas da corte: o filho do casal e herdeiro do trono, o czarevitch Alexei, era hemofílico, uma doença que havia adquirido pelo lado materno, fato pelo qual a czarina se culpava interminavelmente. Toda vez que o garoto caía, em geral durante as brincadeiras normais de qualquer criança, ficava logo com enormes manchas azuladas embaixo da pele branca, o que indicava hemorragias intensas, além da enorme dor que sentia. Na época, essa doença era pouco conhecida pelos médicos da corte, que se sentiam impotentes ao tentar ajudar o menino.

Desde que Rasputin tratou das crises de Alexei pela primeira vez, ele virou uma presença constante no palácio do czar. Porém, Nicolau e Alexandra eram cuidadosos e recebiam o curandeiro de maneira discreta. Eles queriam evitar que o resto da corte fizesse comentários maldosos a respeito das visitas de um benzedor de aparência tão desleixada quanto Rasputin.

PERFORMÁTICO E FANFARRÃO

O desempenho que o monge fazia na frente de Nicolau e Alexandra para cuidar do pequeno czarevitch era invariavelmente o mesmo: ele se jogava de joelhos e rezava algumas preces em uma língua que ninguém entendia. Depois de um tempo, levantava e se aproximava da cama do garoto, fazia o sinal da cruz, e afirmava com uma voz profunda e melodiosa: "está tudo bem, Alexei. Amanhã você estará bom novamente". Em seguida, o garoto era tranqüilizado com a leitura de contos de fadas siberianos e posto para dormir.

Depois da "consulta", Rasputin dizia aos pais desesperados para que acreditassem no poder de suas orações para que o menino pudesse se recuperar. No dia seguinte, tudo acontecia como o monge previra: Alexei acordava se sentindo bem e recuperado, de uma maneira praticamente incompreensível. Por isso, não é de se espantar que o monge tenha conquistado prestígio e poder sob a tutela do czar e da czarina. O que não se entende até hoje é a discrepância das atitudes de Rasputin. Se por um lado ele posava de homem santo e sábio, por outro era famoso por suas bebedeiras, farras com mulheres, e brigas - atitudes nem um pouco dignas de uma pessoa tão iluminada e poderosa.

Apesar de mulherengo e fanfarrão, Rasputin adquiriu poder e prestígio junto aos czares por sua pose de sábio

Um dos maiores mistérios em relação a Rasputin é a forma como ele conseguiu se destacar na corte de Nicolau em tão pouco tempo. Para muitos historiadores, tudo foi uma questão de ele conseguir por em prática suas habilidades hipnóticas, uma característica que bate bem com as descrições das pessoas que conviveram com ele. Elas relataram o poder que podiam sentir emanando por Rasputim. O homem parecia uma espécie de contradição, pois apresentava características santas e diabólicas ao mesmo tempo.

Mas, apesar de todas essas observações, é muito difícil até hoje rastrear as origens do monge. Sabese que há um movimento que corre atualmente na Rússia para resgatar a imagem de Rasputin como um homem de conhecimentos místicos importantes. Hoje ele é tido como um tipo puro, um bom selvagem siberiano, místico e supersticioso, que não foi contaminado pelos ideais racionalistas do Ocidente. Um russo ao modo de Dostoievski, que tentou salvar a santa Rússia das desgraças. Contudo, não se sabe se aqueles que aderiram à campanha de salvar a reputação de Rasputin chegaram a algum resultado. A polêmica sobre a participação do monge na queda da monarquia é motivo constante de debate até hoje.

O FIM DOS ROMANOV

A morte de Nicolau II e sua família, em 17 julho de 1918, colocou um ponto final na Casa de Romanov, a última dinastia imperial da Rússia, que governou o país de 1613 a 1917. Na verdade, os autênticos Romanov comandaram a Rússia até 1762. A partir daí, o país foi controlado pela Casa de Oldenburg, descendentes do casamento de uma duquesa Romanov com o duque de Holstein-Gottorp, que mantiveram o apelido Romanov.

No dia da execução, os Romanov estavam na Casa Ipatiev, uma propriedade mercadante da cidade russa de Yekaterinburg. A família foi acordada por oficiais bolcheviques e levada para o porão. Primeiro foi Nicolau, que estava com 50 anos, e o filho Alexei, 13. Em seguida desceram, Alexandra, 46, e as filhas Olga, 22, Tatiana, 21, Maria, 19, e Anastácia, 17. Também estavam presentes o médico da família, o cozinheiro, uma empregada e um criado.

Yakov Yurovsky, o oficial bolchevique que encarregado pela execução, alinhou as 11 pessoas contra a parede, como se fosse tirar um retrato. Então chamou o pelotão de fuzilamento e comunicou que o Comitê Executivo dos Urais havia decidido matá-los. Depois o oficial atirou no ex-czar, que morreu instantaneamente.

Cada membro do pelotão tinha ordem para matar um membro daquele grupo, mas o espaço do porão era muito pequeno e apertado, o que fez com que os oficiais não se posicionassem bem. Para piorar, as balas que foram disparadas contra Alexandra e as demais mulheres ricochetearam por causa das jóias que elas mantinham escondidas nos espartilhos. Em conseqüência disso, elas foram mortas por baionetas e coronhadas.

O enterro das vítimas foi completamente caótico, pois os guardas que acompanhavam os corpos apenas se preocupavam em pegar as jóias das mulheres e pouco se importavam com os cadáveres. Tanto que os corpos foram jogados nos poços de uma mina e permaneceram lá por cerca de 24 horas, até que decidiram levá-los para um local mais discreto. Mas o caminhão que os transportava os mortos atolou na lama, e foi por lá mesmo que os Romanov foram despejados. Os jornais que relataram a morte dos Romanov não deram muitos detalhes sobre a execução. O jornal Pravda disse apenas a família havia sido "enviada para um local mais seguro". Isso foi o suficiente para surgirem boatos sobre membros que teriam conseguido escapar da execução, por meio da ajuda de um guarda que teria ficado com pena deles. Como os corpos desapareceram, muitas pessoas

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