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Sociedades ágrafas

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Por:   •  28/2/2014  •  380 Palavras (2 Páginas)  •  14.873 Visualizações

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Precisamente, a expressão ágrafo quer dizer sem escrita, que não se escreve.

Sociedades ágrafas foram aquelas que não produziram nenhum tipo de escrita, não deixando então relatos documentados para um melhor estudo de suas culturas, modos de vida e costumes, o que vem a prejudicar estudos mais aprofundados das mesmas. Nas sociedades ágrafas o conhecimento era passado de forma oral, e isso impedia a evolução da própria sociedade por conta da impossibilidade de acúmulo de conhecimento na memória humana. Com o desenvolvimento da escrita, o homem passou a contar com uma memória extracorpórea, que viabilizou a evolução intelectual, pois, a partir de então, a memória humana passou a ser livre para buscar novos conhecimentos. A dificuldade em estudar essas sociedades está justamente na escassez de material escrito, uma vez que elas não os produziam, restando como forma de estudo os fósseis, pinturas rupestres, artefatos e outros que se conservaram com o tempo.

Nos grandes espetáculos pop de nossos dias, a música, a dança e as palavras parecem apenas representar valores hedonistas e se, por trás deles, e dos grandes interesses comerciais que atendem, existe o culto a algum valor, seria o culto puro e simples da juventude, atraída pela temática romântico-amorosa, numa amplitude planetária.

Do ponto de vista estrutural, tanto os espetáculos pop quanto os rituais primitivos dos povos ágrafos apresentam um elemento comum, que é a repetição ou o paralelismo, sempre presente na maior parte da poesia ocidental pós-classicismo greco-romano. Ninguém melhor para defini-lo do que Roman Jakobson, ao falar da rima: “é apenas um caso particular, condensado, de um problema mais geral, poderíamos mesmo dizer do problema fundamental da poesia, a saber, o paralelismo”. As repetições sem fim de uma frase besta nos espetáculos pop são, talvez sem o saberem os laboratórios ocidentais da música kitsch, elementos estruturais da poesia dos hebreus, dos árabes e dos egípcios e, vejam bem, no que poderíamos chamar de proto-poesia dos Navajos e Esquimós, como nos lembrou o antropólogo Robert H. Lowie, e entre muitos outros, dos índios brasileiros Kadiwéu, como nos mostrou nosso Darcy Ribeiro. E querem saber mais? Na melhor literatura brasileira temos dois grandes escritores paralelísticos: João Cabral de Melo Neto e Gilberto Freyre. O ser humano parece gostar de repetir-se, na arte e na anti-arte, no bem e no mal.

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