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Unificação Alemã

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Por:   •  23/3/2015  •  3.168 Palavras (13 Páginas)  •  234 Visualizações

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Resumo

Este artigo pretende mostrar como a Alemanha ao longo do século XIX, com tantos acontecimentos que mudaram a Europa, conseguiu se unificar através da industrialização, da reformulação do exército prussiano e de um ministro conservador que através de jogos políticos e de três guerras fizeram com que a Prússia fosse a grande responsável pela unificação e ficasse como uma grande “líder” da Alemanha, tirando a Áustria do caminho e levando a Europa para a primeira Guerra Mundial.

PALAVRAS-CHAVE: Unificação Alemã; Alemanha; Confederação Germânica.

Antecedentes da Unificação

Quando Napoleão Bonaparte foi derrotado em 1814, as grandes potências monárquicas resolveram que deviam reorganizar a Europa e estabelecer uma nova ordem mundial. O Congresso de Viena (1815), na Áustria, estabeleceu que as monarquias devessem legitimar seus poderes e as fronteiras dos Estados deveriam ser redefinidas, já que as guerras Napoleônicas tinham mudado todo o mapa político da Europa.

Uma Confederação Alemã foi estabelecida no lugar do Sacro Império Romano. Era constituída de 39 Estados: 34 monarquias e 4 cidades livres. Sua fronteira era basicamente as mesmas do Sacro Império Romano. Elas não correspondiam à população étnico-cultural dos alemães na Europa, já que algumas minorias não alemãs foram incluídas, enquanto algumas populações alemãs foram excluídas.

A confederação não era em si um Estado federal, mas uma federação frouxa de Estados. Ela não tinha um chefe de Estado comum, nem órgãos executivos ou administrativos, nenhum sistema jurídico, nenhuma cidadania comum, e tomou poucas decisões comuns. A dieta federal que se reuniu em Frankfurt foi principalmente um congresso de embaixadores representando os interesses de seus próprios Estados separados. (FULBROOK, 2012, p. 117)

Na confederação Germânica a hegemonia política era disputada pelas suas principais potências: Áustria dos Habsburgos, que dominava a Dieta (o Parlamento da Confederação Germânica) e a Prússia que apesar de ter relutado um pouco no inicio, ganhou com a aquisição da Rênania e de Vestfália, um meio de transformar o Estado em uma potência forte entre a França e a Rússia. No processo, a população da Prússia dobrou e o Estado, antes atrasado economicamente, adquiriu o benefício de riquezas minerais e áreas mais avançadas no comércio e na indústria. Isso fez com que a Prússia passasse a representar mais os interesses alemães e se tornasse uma importante protetora da Alemanha na Europa Central, mas isso não representou uma unificação nacional sob o seu domínio. A Alemanha ainda era “em grande medida um território agrícola, uma terra de aldeias, pastos sinuosos e florestas, de castelos e cidades medievais, palácios principescos, monastérios e igrejas majestosas”, (FULBROOK, 2012, p. 120).

Isso iria mudar com a Revolução Industrial, a Alemanha iria estabelecer um novo rumo, que junto com a reformulação do exército prussiano, todo o sistema do Congresso de Viana iria se mostrar fraco e a Europa se transformaria mais uma vez. .

A industrialização e as revoluções de 1848

Os anos que sucederam o Congresso de Viena presenciaram transformações que foram fundamentais para a Alemanha, que passou de uma sociedade agrária para um centro do capitalismo industrial, quebrando assim, o equilíbrio que o Congresso de Viena havia tentado impor.

Com a Prússia crescendo, sua população ficou equivalente a da Áustria, tomando assim grande importância para a Confederação e fornecendo a base para o desenvolvimento de uma sociedade cada vez mais industrial a partir dos anos de 1830. “Esse processo foi lento e parcial a princípio, mas culminou em uma explosiva transformação da Alemanha até o final do século”. (FULBROOK, 2012, p. 129). Grandes melhorias começaram a acontecer, foram criados programas de construção de estradas e pavimentação, introdução de navios a vapor no Reno, a construção de canais para ligar rios, ferrovias foram inauguradas em 1835 e 37, facilitando o transporte de produtos e matéria-prima e estimularam a produção de carvão e ferro. Foram criadas fábricas para a construção de locomotivas, fazendo a Prússia entrar em um surto de industrialização.

Junto com esse crescimento da produção econômica ocorreram mudanças na estrutura política da vida econômica. Foi de grande importância o desenvolvimento de uma União Alfandegária Alemã dominada pela Prússia, excluindo a Áustria. Essa união teve início com a lei de taxas alfandegárias de 1818, que transformou toda Prússia em uma única unidade econômica, sem tarifas internas. Nos anos seguintes, outros Estados foram incluídos no sistema prussiano, então em 1834 foi formada a Deustcher Zollverein, que incluía 18 Estados com uma população de 23 milhões de pessoas. A Áustria ficou de fora e escolheu sua própria forma de união aduaneira com territórios Habsburgos que ficavam fora da Confederação. Assim a Prússia ganhou cada vez mais a supremacia econômica, e a prussiana thaler se tornou a moeda corrente dentro da união alfandegária. Os movimentos em direção à unificação econômica pressagiaram a forma que a unificação política tomaria no futuro.

Na Alemanha, uma grande parte da população era rural e o abastecimento de comida em uma economia ainda pré-industrial era insuficiente para sustentar uma população que crescia cada vez mais. Aconteceram grandes tumultos por causa de alimentos, o desemprego rural, a migração para as cidades em expansão e a emigração para os Estados Unidos se tornaram comuns. Os pobres começaram a se revoltar pelas mortes que estavam acontecendo decorrente a pobreza.

A agitação social coincidiu com o contínuo desconforto dos intelectuais com as condições políticas repressivas do sistema conservador e cada vez mais antiquado de Metternich (chanceler austríaco). Entretanto, a fagulha que iniciou, finalmente, os motins revolucionários em 1848 não veio de dentro, mas mais uma vez de outra revolução na França. (FULBROOK, 2012, p. 132)

O ano de 1848 foi um ano em que grandes revoluções ocorreram em toda Europa, ocasionadas pela notícia de revolução na França, em que o rei Luis Felipe foi derrubado. Na Confederação, diversas revoltas aconteceram, onde vários grupos aproveitaram a oportunidade para exercer pressão sobre os governantes. Tiveram diversas reivindicações, em que diversos grupos queriam a restauração de antigas formas de regulamentação, exigiam políticas liberais pela regulamentação constitucionais, determinadas liberdades econômicas e demandas nacionalistas pela unificação

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