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Vice Reino Do Peru

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Por:   •  19/11/2014  •  1.758 Palavras (8 Páginas)  •  520 Visualizações

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Vice Reino do Peru

Contexto Histórico

Quando da chegada do povo espanhol, em 1531, o território peruano acolhia a desenvolvida civilização inca. Centrado em Cuzco, o império inca se estendia por uma vasta região, desde o norte do Equador até o centro do Chile. Quando o conquistador espanhol Francisco Pizarro chegou à região, procurando por riquezas incas, encontrou um império debilitado por uma recente guerra civil. Pizarro capturou e executou o imperador inca, Atahualpa, durante a batalha de Cajamarca, em dezesseis de novembro de 1532. Em 23 de março de 1534, Pizarro já tinha estabelecido a cidade de Cuzco como uma nova colônia espanhola.

A constituição de um governo estável foi adiada devido às revoltas dos nativos contra os bandos apelidados conquistadores (liderados por Pizarro e Diego de Almagro). Os espanhóis estabeleceram um sistema chamado encomienda, pelo qual obrigavam a população local a trabalhar em seu favor, tributando-os, e em troca forneciam-lhes proteção e catequização. O título de toda a terra pertencia ao rei da Espanha, que a arrendava aos desbravadores. Como governador do Peru, Pizarro usou o sistema de encomienda para ganhar poderes ilimitados sobre os nativos, formando a base social da colônia. A população indígena do Peru era agora obrigada a criar gado, galinhas e trabalhar na plantação e colheita das culturas agrícolas trazidas do velho mundo. Qualquer resistência era severamente punida, dando origem à alcunha leyenda negra ("lenda negra") aos espanhóis, pelo martírio que impunham aos nativos.

Em 1541, Pizarro foi assassinado por uma facção liderada por Diego de Almagro (El Mozo), e a estabilidade do regime colonial foi abalada pela subseqüente guerra civil. No ano seguinte (1542) foi criado o Vice-reino do Peru, abrangendo quase todo o domínio espanhol nas Américas; mas que acabou se dividindo em 1717 com a criação do Vice-reino de Nova Granada e em 1776 com o surgimento do Vice-reino do Rio da Prata.

Em resposta aos conflitos internos que surgiram na província com a morte de Pizarro, a Espanha enviou à colônia em 1544 Blasco Núñez Vela, assentado como o primeiro vice-rei da região. Ele acabou sendo assassinado pelo irmão de Pizarro, Gonzalo Pizarro, mas logo um novo vice-rei foi colocado no poder, Pedro de la Gasca, que conseguiu restaurar rapidamente a ordem, capturando e executando Gonzalo Pizarro.

As cidades incas foram todas rebatizadas com nomes cristãos, e reconstruídas como vilas tipicamente espanholas, em torno de uma praça e catedral principais como centro da vila. Poucas cidades incas, como Cuzco, mantiveram a maioria de suas construções nativas; enquanto outras vilas, como Huanuco Viejo, foram abandonadas por cidades em menor altitude, mais agradáveis aos espanhóis. A população indígena caiu drasticamente sob o domínio espanhol, e embora a invasão não tenha sido uma tentativa clara de genocídio, os resultados foram similares.

Uma vez estabelecido o Vice-Reino do Peru, as incomensuráveis quantidades de ouro e prata retirados dos Andes enriqueceram os invasores, fazendo do Peru a principal fonte de riqueza espanhola em toda a América do Sul.

A cidade de Lima, fundada por Pizarro em dezoito de janeiro de 1535 como "cidade dos reis", se tornou a capital do vice-reinado. Tornou-se uma poderosa cidade, com jurisdição sobre toda a América espanhola. Todas as riquezas coloniais passavam por Lima no seu caminho ao istmo do Panamá e de lá para Sevilha, na Espanha. O resto da colônia era dependente de Lima, num modelo que persevera até hoje no Peru. Por volta do século XVIII, Lima havia se tornado uma grande cidade, base de uma elite aristocrática, sede de universidade e capital do império colonial.

Todavia, durante todo este período, os nativos não foram completamente suprimidos. Só no século XVIII houve catorze grandes revoltas nativistas, das quais as mais importantes foram a de Juan Santos Atahualpa, em 1742 e a de Tupac Amaru em 1780.

Principal revolta tupac amaru

Panorama Social e as primeiras manifestações de luta no Vice Reino do Peru no século XVIII

A instalação do sistema colonial hispânico na América foi marcada por uma profunda queda da demografia indígena. Esse processo de eliminação indígena, segundo Ruggiero Romano, é o resultado de três mecanismos que atuaram em conjunto: “a espada”, “a cruz” e “a fome”. A espada simboliza a supremacia militar espanhola que entre outras vantagens se destacavam as armas de fogo que além de mais resistentes permitiam atingir vários nativos num único disparo, as armaduras que protegiam das flechas indígenas e os cavalos que acrescentavam mobilidade aos invasores. O segundo mecanismo, a cruz, representava a religião cristã que foi induzida aos ameríndios enquanto se destruíam os templos, imagens e demais objetos que faziam alusão a religiões indígenas, por fim o último mecanismo, a fome, representa as mudanças espanholas em toda a estrutura original da vida dos ameríndios.

Dentre tantas transformações sofridas pela população nativa estavam a mudança nos hábitos de higiene, as doenças trazidas pelos espanhóis das quais os nativos não tinham imunidade-um simples resfriado poderia ser fatal-, mudanças no ritmo de trabalho, as migrações a que eram submetidos e os aumentos abusivos dos impostos taxados. Toda essa alteração trazida com a conquista não só dizimou uma grande parcela das populações indígenas como gerou resistências por parte dos sobreviventes. No entanto não eram todos os indígenas que se posicionavam contra a dominação espanhola, em troca de privilégios, parte dos impostos cobrados e de isenção nos trabalhos forçados, líderes de comunidades indígenas se associavam ao colonizador espanhol.

O decorrer dos anos intensificou a relação de conflito entre índios e espanhóis gerando revoltas permanentes que se desenvolveram de maneiras e graus de intensidade distintos, destacando-se a revolta liderada por Tupac amaru entre 1780 e 1781. Considerado um dos mais importantes movimentos indígenas da América espanhola, incentivou várias outras rebeliões indígenas americanas até o século XX. A princípio José Gabriel Condorcanqui, Tupac Amaru, seguiu por um caminho pacifista, descendente da elite crioulla e da nobreza inca, buscou nas autoridades legais meios de fazer com que as reinvindicações de sua classe indígena fossem atendidas, junto às instituições espanholas reclamou o fim do trabalho forçado dos indígenas nas minas e obrajes, os abusos cometidos pelas autoridades legais e os impostos excessivos. Sem obter êxito nas suas investidas legais em Tinta-sua província natal- em Cuzco

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