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Xitoismo

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Por:   •  21/9/2013  •  Artigo  •  2.232 Palavras (9 Páginas)  •  543 Visualizações

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Xintoísmo

O Xintoísmo foi a primeira religião japonesa. Sua tradição politeísta inclui o culto à natureza, à fertilidade e a heróis, técnicas de adivinhação e xamanismo. Diferente do Budismo, Cristianismo e Islamismo, o Xintoísmo não tem um fundador e não desenvolveu escrituras sagradas, uma filosofia religiosa explícita nem um código moral específico. De fato, o Xintoísmo só recebeu esse nome no século VI, quando os japoneses buscaram distinguir sua própria tradição de religiões estrangeiras com a qual entravam em contato, como o Budismo e o Taoísmo. Portanto, na sua origem, o Xintoísmo foi a religião de um povo primitivo que, acima de tudo, eram sensíveis às forças espirituais que permeavam o mundo de natureza no qual viviam. Como uma antiga crônica relata: em seu mundo, uma miríade de espíritos brilhava como vagalumes e toda árvore e moita podiam falar.

Como qualquer religião politeísta, o Xintoísmo é baseado no pluralismo. Portanto, não considera a existência de uma verdade absoluta como o pensamento monoteísta considera. Se duas coisas se contradizem ou causam conflito entre pessoas, ambos estão errados e corretos ao mesmo tempo. Conflitos e disputas não eram julgados por uma orientação de valor único; consequentemente, ambos os lados eram punidos igualmente. Pode-se dizer também que as pessoas que acreditam na verdade absoluta tendem a pensar que a coexistência é possível apenas entre aqueles que compartilham do mesmo valor. Por outro lado, pessoas que permanecem no pluralismo consideram que a coexistência é possível mesmo entre aqueles que têm diferentes opiniões ou ideias porque cada indivíduo tem uma verdade na sua individualidade, então têm que respeitar um ao outro. É coexistência por harmonia. Este pensamento é o que permitiu aos japoneses aceitar religiões estrangeiras como o Budismo, o Confucionismo e o Taoísmo.

Como os humanos são considerados inferiores às forças sagradas da Natureza, o propósito principal do Xintoísmo é trazer um senso de unidade reverenciando a terra, harmonizando seu povo e ambiente natural, e desenvolvendo um sentimento de comunidade, companheirismo e lealdade ao Estado. Apesar de sua significância em atiçar as chamas do nacionalismo em tempos de guerra, o Xintoísmo é basicamente uma religião de paz. Nesse caso, o significado de paz se refere a uma vida de gratidão aos deuses; uma atitude que incita a honrar a vida em todas as suas formas e tudo o que sustenta a vida, e a viver harmoniosamente com a natureza, com as pessoas e com a sociedade.

Os Deuses

No Xintoísmo não há fé num deus absoluto que criou o Universo material separado do plano espiritual. Para o Xintoísmo, o espiritual e o material são inseparáveis - tudo é espiritual. De acordo com a mitologia xintoísta, o Universo veio a existir quando as duas forças cósmicas de yin e yang separaram-se do caos primordial. Destas duas forças opositoras vieram os Cinco Elementos (ar, água, madeira, metal e terra), e estes agentes criaram as Dez Mil Coisas. O domínio de yang se tornou conhecido como o Céu e o domínio de yin, a Terra. Sob a Terra havia o Inferno, que por esta razão também é conhecido como a Prisão da Terra (Jigoku ). Do céu, deuses (Kami, um Kanji também pronunciado Shin/Jin e Kan) apareceram. Desses deuses nasceram outros deuses, a natureza e os humanos. Já foi contado um número de oito milhões de deuses, divididos em celestiais (ama-tsu kami) e terrenos (kuni-tsu kami).

Já que não há conflito entre um criador absoluto (Deus) e uma entidade perversa opositora (Satã), a moral e éticas orientais baseiam-se em honra em vez de Bem e Mal, que não consideram conceitos absolutos; para os orientais, ambas são duas faces da mesma moeda. Portanto, deuses podem ser benevolentes ou malévolos, e deuses perversos geralmente não são chamados de demônios. O conceito oriental de demônios vem de outras doutrinas como o Hinduísmo; tais demônios geralmente são fantasmas e monstros viciosos.

Para ajudar-nos a entender o Xintoísmo, podemos compará-lo à mitologia greco-romana. Em ambos os casos, existem divindades de elementos naturais como o Sol, a Lua, o trovão, a chuva, o vento, os mares, as montanhas, os rios, as árvores e assim por diante; podem se contentar ou se enfurecer com os humanos, dando-lhes ou sua bênção ou sua maldição. Essa é a principal razão pela qual eles são tão adorados. Além disso, como os deuses gregos, os deuses japoneses são imperfeitos como os humanos.

Espíritos inferiores, como os dos humanos, aparecem em ilustrações antigas como bolas fumacentas imateriais. São chamados tamashii (também pronunciado tama e kon) ou rei (também pronunciado tama e ryou). No Xintoísmo, para ser canonizado após a morte, um humano deve ter alcançado em vida um status heróico similar ao dos semideuses gregos. Apenas aqueles que têm enorme poder espiritual sobre a vida humana são canonizados em vida. Espíritos humanos reverenciados como Kami são chamados shinrei .

Espíritos de animais são chamados mono (também pronunciado butsu e mutsu). Dizia-se que às vezes faziam travessuras com os humanos e portanto as pessoas realizavam ritos para confortá-los. Essa fé ainda se observa nos dias atuais. Em faculdades de medicina de algumas universidades, por exemplo, ritos xintoístas ou budistas são realizados para confortar os espíritos dos animais mortos por propósitos experimentais. Há outros casos para se realizar ritos: para confortar os espíritos de algumas ferramentas feitas e utilizadas pelos homens na vida cotidiana como agulhas, facas, sapatos; ou para purificar prédios antes de inaugurá-los, inclusive usinas nucleares e fábricas de computadores, desejando que todo o trabalho e produção envolvidos sejam feitos apropriadamente e com segurança. A mesma atitude se aplica a shinrei.

O Destino da Alma

Seres humanos nascem com duas almas. A alma superior, ou kon, vem do próprio Céu. É a fagulha divina que provê a força animadora. A alma inferior, ou haku, vem da Terra e representa a natureza humana. É a personalidade e consciência, e também o animal e o instinto.

Quando um humano morre, as almas tomam caminhos separados. O kon ascende de volta ao Céu, onde o Senhor do Céu o absorve. O haku descende ao Inferno, a Prisão da Terra. Já que o haku é a personalidade, é esta alma que é julgada pelos seus feitos em vida. Quando a alma chega ao Inferno, é levada diante de um magistrado demoníaco, que a julga. O haku pode ter um de vários destinos, incluindo mas não limitado aos seguintes:

• A alma é sentenciada a servir tempo no Inferno por falhas em vida. Após a expiração

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