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A Cortina Da Baba Lugton

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Por:   •  29/10/2013  •  760 Palavras (4 Páginas)  •  593 Visualizações

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A cortina da babá Lugton

Babá Lugton estava dormindo. Tinha roncado alto. Deixando despencar a cabeça, tinha empurrado os óculos para a testa; sentada ali tão perto da lareira, com o dedal no dedo ainda esticado para cima; e a linha de algodão, en¬fiada na agulha, caindo solta; ela roncando, roncando; e no seu colo, cobrindo todo o avental, um grande pedaço de pano azul com figuras.

Os animais dos quais se cobria o pano não se moveram senão quando babá Lugton roncou pela quinta vez. Uma, duas, três, quatro, cinco – ah, a velha enfim pegou no sono. O antílope fez um sinal para a zebra; e a girafa aboca-nhou uma folha na extremidade da árvore; todos os animais começaram a se mexer e aprumar-se. Pois o desenho que enfeitava o pano azul era constituído por bandos de animais selvagens, abaixo dos quais havia um lago e uma ponte e uma aldeia de telhados redondos, com homens e mulheres minúsculos que olhavam pela janela e passavam pela ponte a cavalo. Mas, assim que a velha babá roncou pela quinta vez, o pano azul tornou-se ar puro; agitaram-se as árvores; podia-se ouvir o rumor da água do lago; e ver as pessoas se movimentando na ponte e acenando das janelas com a mão.

Os animais então começaram a se mexer. Primeiro o elefante e a zebra; depois, a girafa e o tigre; seguiram-se o avestruz, o mandril, 12 marmotas e uma porção de mangustos; os pinguins e os pelicanos, uns ao lado dos outros, desengonçados e lentos, de vez em quando iam trocando bicadas. Sobre eles ardia como um sol o dourado dedal da babá Lugton; e, quando ela roncava, era o vento rugindo na floresta que os animais ouviam. Todos desciam para beber e, nisso que andavam, a cortina azul (pois babá Lugton estava fazendo uma cortina para a janela da sala de visitas de Mrs. John Jasper Gingham) tornava-se feita de capim, margaridas e rosas; pontilhada de pedras brancas e pretas; com poças lamacentas, com marcas de carroça por cima, e com sapinhos que pulavam ligeiros para não serem esmagados pelos elefantes. Desciam pois do alto do morro para ir ao lago beber. E sem demora estavam todos na beira, uns se curvando, outros levantando a cabeça. Era uma cena realmente bela – e pensar que isso tudo repousava no colo da velha babá adormecida, à luz do lampião, em sua cadeira Windsor – pensar no seu avental coberto de capim e rosas, calcado pelas andanças daqueles bichos ferozes, quando até mesmo cutucá-los com a sombrinha por entre as grades do zoológico já lhe dava um medo mortal! Bastava um besourinho preto qualquer para deixá-la aos pulos. Babá Lugton porém estava dormindo; babá Lugton não via nada de nada.

Os elefantes saciaram a sede; e as girafas arrancaram as folhas dos tulipeiros mais altos; e as pessoas que atravessavam as pontes jogavam bananas para elas e atiravam para o ar abacaxis e pãezinhos, redondos, dou¬rados, apetitosos, recheados de marmelo e folhas de roseira, que os macacos adoravam. A velha Rainha surgiu em seu palanquim; passou o general do exército; passou o Primeiro-ministro; o Almirante, o Carrasco; e grandes dignitários a negócios no burgo, que era um lugar muito bonito chamado Millamarchmantopolis.

Aos lindos bichos, ninguém fazia mal; e a muitos eles enchiam de pena; pois

sabia-se muito bem que até o menor dos macacos era encantado. Pois uma grande ogra, sim,

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