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O Sermão da Sexagesima

Por:   •  7/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.717 Palavras (7 Páginas)  •  193 Visualizações

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Questão 1.

Apostilar o Evangelho significa abordar um número excessivo de temas sem dar ênfase ou explicação aprofundada sobre o mesmo, portanto Vieira defende que a matéria, o assunto, o objeto no sermão deve ser focalizado num único tema, para que este seja compreendido por quem o ouve, ele critica o apostilamento do evangelho, pois muitos pregadores pregavam (e pregam), sobre temas diversos, diferentes, o que apenas confunde os ouvintes e não os ensina, nem os edifica.

Em específico nesta parte do sermão, notamos o uso de vários recursos, como por exemplo, comparações, questionamentos, deduções, enfim, uma série de procedimentos argumentativos que para fortalecer a argumentação recorre-se a passagens bíblicas, além da utilizada como tema. A proposta do tema criado por Vieira é seguida da antecipação de qualquer possibilidade de questionamento ou de contestação que o auditório possa ter.

Vieira demonstra por meio do sermão, o poder de convencimento através do bom uso das palavras, desde que este esteja aliado a citações bíblicas, filósofos e oradores, a fim de fortalecer as mensagens e para que com isso obtenha mais poder de convencimento.

Questão 2.

Segundo Vieira para que um sermão obtenha êxito é preciso que se trate de um só assunto, caso contrário, os ouvintes não poderão entendê-lo, justamente pela confusão que se cria. Nesta leitura Vieira busca convencer o leitor a dar crédito à sua maneira de pensar. Depois de declará-la, apresenta um primeiro argumento, que é de autoridade, ele diz que no discurso religioso a palavra de Deus é o argumento de autoridade mais potente, pois é expressa no livro sagrado. Ele toma um trecho do Evangelho “Exit, qui seminat, seminare sêmen” e mostra que Cristo também disse que o semeador semeou um só tipo de semente, o que reforça que o sermão deve ter uma só matéria, apenas um assunto. Em seguida Vieira fortalece o raciocínio contrastando-o, mostrando que, se alguém semeia trigo, centeio, milho no mesmo campo, receberá apenas uma mata confusa, ou seja, o pregador terá este mesmo resultado nas pregações, uma confusão sem fim, um caminho sem rumo certo. Depois de diversas explicações, Vieira reafirma e conclui, dizendo que a pregação há de ter apenas um assunto, um só objeto, uma só matéria.

Questão 3.

Para que ocorra a eficiência da pregação, o sermão deve atingir o objetivo definido previamente, que é convencer os homens, levá-los a crer na palavra de Deus e a agir de forma que aconteça uma mudança em suas vidas, e para que este plano entre em vigor “O sermão há de ser de uma só cor, há de ter um só objeto, um só assunto, uma só matéria.” como exemplo, os discípulos João Batista e Jonas “O Batista convertia muitos em Judeia, mas quantas matérias tomava? Uma só matéria: Parate viam Domini; a preparação para o reino de Cristo. Jonas converteu os Ninivitas, mas quantos assuntos tomou? Um só assunto: Adhuc quadraginta dies, ei Ninive subvertur: a subversão da cidade.”

  1. Uma analogia utilizada por Vieira ao demonstrar a ineficiência do sermão se o pregador não se prender a um assunto específico durante a explanação aos fiéis, é sobre a embarcação em alto mar que vai para todas as direções, “Se uma nau fizesse um bordo para o norte, outro para o sul, outro para o leste, outro para o oeste, como poderia ser a viagem? Por isso nos púlpitos se trabalha tanto, e se navega tão pouco. Um assunto vai para um vento, outro assunto vai para outro vento, que se há de colher senão vento?”

Vieira faz uso dessa analogia para mostrar que o sermão que se detém em várias matérias e assuntos acaba por se perder em seu contexto, é como um navio sem rumo, que tem como consequência, se perder na rota e não chegar a lugar nenhum.

  1. Com estes exemplos Vieira tem por objetivo comprovar a necessidade em se prender em um só contexto, uma só matéria durante o sermão e por consequência convencer e ensinar os pregadores como se deve trabalhar e agir para se fazer esta boa pregação e para que possam falar e justificar a palavra de Deus em qualquer lugar.

Esta proposta de Vieira tem como objetivo que a pregação seja compreendida, (para que a semente caia na terra, nos corações dos fiéis), pois se os ouvintes não a entender, dá-se a confusão e não a edificação. 

Questão 4.

  1. Na introdução o pregador deve anunciar o assunto, defini-lo e expor as partes que o compõem, em seguida como já dito, se deve usar o argumento de autoridade, ou seja, provar o que se diz com a Escritura, com a palavra de Deus; utilizar o raciocínio declará-la com a razão; “amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar”, exemplificar e ilustrar. Além disso, em sua argumentação, o pregador deve antecipar as dúvidas e respondê-las, apontar e discutir as dificuldades para comprovar o assunto em questão, imaginar os argumentos contrários e contestá-los.

Vieira discute também sobre a questão da variedade, mostrando que ele não é de todo contra o que é variado, mas defende que num sermão o mais importante são as diversas maneiras de abordagens sobre o mesmo assunto, melhor dizendo, o que importa é a variedade de discurso e não os assuntos.

  1. Retire do trecho em que Vieira explica a parte da argumentação do sermão o trecho em que o orador:

a) “Há de tomar o pregador uma só matéria; há de defini-la, para que se conheça...”

b) “há de prová-la com a Escritura...”

c) “há de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários...”

d) “há de declará-la com a razão...”

e) “há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que se hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar; há de responder às dúvidas, há de satisfazer às dificuldades...”

f) para não cair na monotonia Vieira releva um pouco a questão sobre diversificar um pouco no sermão desde que tenha a mesma essência, melhor dizendo, ele discute esta questão da variedade, mostrando que o que é variado, num sermão, são as diversas abordagens da mesma matéria e não as matérias “Não nego nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma matéria, e continuar e acabar nela...”

  1. Segundo Vieira a conclusão do sermão deve se dar da seguinte maneira “... e depois disto há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é sermão, isto é pregar; e o que não é isto, é falar de mais alto.”  Ou seja, na conclusão, o que foi dito deve ser retomado, resumido e por fim concluído.

  1. Sim, pois a composição de Vieira abrange de forma inteligente um tema, assim como um trabalho científico exige, como sabemos o trabalho científico em geral, do ponto de vista lógico, deve ser um discurso completo, assim como Vieira sugere em seu sermão. Como sabemos o objetivo do trabalho científico é demonstrar, por meio de argumentos, uma tese, que é uma solução proposta para um problema, relativo a determinado tema.  

A demonstração ou explicação deve se basear num processo de reflexão por argumentação, ou seja, basear-se na articulação de idéias e fatos, razões que comprovem aquilo que se quer demonstrar. Essa articulação é conseguida por meio da apresentação de argumentos; assim como pensa Vieira esses argumentos se fundam nas conclusões dos raciocínios e nas conclusões dos processos de levantamento dos fatos, dos dados.  

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