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Poemas "até amanhã"

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Por:   •  3/2/2014  •  Seminário  •  687 Palavras (3 Páginas)  •  194 Visualizações

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Neste poema ressalta um tom apelativo: o sujeito poético lança um apelo a toda a humanidade. É logo a partir do título que ele nos atira um grito urgente em que reclama a harmonia. Esse grito percorre todo o poema: além da repetição do vocábulo "urgente", os verbos "inventar", "multiplicar" e "descobrir" sugerem, também, a necessidade de expandir o amor e contribuem para reforçar a ideia que defende desde o início - espalhar a harmonia no mundo, começando pelos homens.

Há ainda, outras expressões que remetem para a necessidade de fazer prevalecer o amor sobre a humanidade: "um barco no mar", a sugerir a salvação, uma vez que esse sentimento também pode salvar o Homem da destruição iminente; o mesmo é sugerido pelas expressões "inventar a alegria", "multiplicar os beijos, as searas", "descobrir rosas e rios / e manhãs claras" que servem para despertar a vontade de aumentar a amizade, a felicidade e a fraternidade. A última expressão simboliza ainda a beleza, a alegria e a presença do outro. O verbo "permanecer" conota a insistência e a necessidade de se construir um ambiente fraterno e amigável.

Há, todavia, muitos elementos que sugerem a oposição ao amor e que, por isso, é preciso destruir, destacando-se o "ódio / solidão e crueldade / alguns lamentos / muitas espadas", "o silêncio", a "luz impura". De facto, a negatividade que envolve este vocabulário serve para destacar a vantagem da sobreposição do amor, em detrimento destes aspectos negativos que ameaçam o mundo. E se estes vocábulos sugerem o disfórico, os verbos também adquirem valores opostos. Assim, "inventar" e "permanecer" remetem, respectivamente, para a necessidade de voltar a construir a amizade e a fraternidade, partindo do nada para aí não existir impureza, e para a ideia de persistência, de luta constante, para que a esperança não se apague e a "luz impura" se imponha "até doer". Já o verbo "destruir" encerra uma conotação negativa, embora no contexto se reporte à destruição de todos os aspectos impeditivos à implantação desse amor, assumindo, deste modo, um valor positivo.

Há outras palavras que devemos descodificar, porque o seu valor semântico se associa à mensagem que o sujeito poético pretende transmitir. O nome "barco", símbolo da viagem que permitirá a fuga e a consequente salvação, enquanto "espadas" indica sentimentos contrários e sugere a guerra, o ódio, a violência; a palavra "silêncio" remete para o isolamento, a solidão, a falta de comunicação; "rosas" significam beleza, harmonia, amor, pureza e os "rios" e as "manhãs claras" apontam para a felicidade, a alegria e a paz. Sendo Eugénio de Andrade um artista da palavra, não é de estranhar que utilize uma linguagem rica e variada, seleccionando o vocabulário que lhe permite transmitir o seu apelo e as razões por que o faz. Serve-se, também, de um conjunto de recursos de estilo que servem a sua intencionalidade: a anáfora e as repetições, a traduzir a insistência do apelo ("É urgente o amor. / É urgente um barco no mar. / É urgente destruir certas palavras";"É urgente o amor , é urgente permanecer".); as antíteses, para apresentar duas realidades distintas

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