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TRANSCRIÇÃO E ANÁLISE FONÉTICA DO POEMA FILETES DE CRUZ E SOUSA

Por:   •  20/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.685 Palavras (7 Páginas)  •  3.038 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

LICENCIATURA LETRAS PORTUGUÊS

ROSIMERI PIANTAVINHA

THIANE COUTO SANTOS

TRANSCRIÇÃO E ANÁLISE FONÉTICA DO POEMA FILETES DE CRUZ E SOUSA

VITÓRIA

2016

ROSIMERI PIANTAVINHA

THIANE COUTO SANTOS

TRANSCRIÇÃO E ANÁLISE FONÉTICA DO POEMA FILETES DE CRUZ E SOUSA

Trabalho apresentado à disciplina Pesquisa e Prática IV do curso de Licenciatura em Letras Português do Instituto Federal do Espírito Santo como requisito parcial para obtenção de nota.

Professor: Carlos Eduardo Deoclécio.

VITÓRIA

2016

INTRODUÇÃO

        A fonética na gramática estuda as particularidades dos fonemas, ou seja, as variações que podem ocorrer na realização dos fonemas, principalmente de uma região do país para outra. Também podemos verificar que há diferenças entre o alfabeto normal e o alfabeto fonético.

No presente trabalho visamos analisar o poema Filetes de Cruz e Sousa nas fala de uma informante carioca e um paulista, a fim de mostrar as diferenças regionais presente na Língua Portuguesa em nosso país.

Finda esta breve introdução, passaremos para a análise literária do poema.

ANÁLISE LITERÁRIA

O poema de Cruz e Sousa é um soneto, pois possui uma estrutura fixa de dois quartetos e dois tercetos, suas rimas nas duas primeiras estrofes são classificadas como interpoladas, conhecidas como ABBA, as duas ultimas estrofes são emparelhadas, conhecidas como AABB. Veja a seguir, o poema e a sua classificação abaixo:

                                          FILETES

De cravos, de rosas, A

De lírios, perfumes, B

De beijos, ciúmes, B

De coisas formosas; A

De cantos suaves   B

De músicas, vinhos  C

De aromas, arminhos  C

Dos trinos das aves;  B

Das cismas radiadas,  A

De esperanças aladas  A

Por vagos escombros, C

São feitos, são feitos  C

Teus olhos perfeitos,  C

Repletos de assombros. C

Nesse poema, as rimas da primeira estrofe são classificadas como ricas, ou seja, as palavras que rimam no final dos versos pertencem a classes gramaticais diferentes, por exemplo, “rosas” é um substantivo que rima com “formosas”, um adjetivo, já a palavra “perfumes” é também um substantivo que rima com “ciúmes”, um adjetivo.

Na segunda estrofe, as rimas são rimas ricas, pois, “suaves e aves”, é classificado como um adjetivo e um substantivo, tendo em vista que a outra rima é “vinhos e arminhos”, ambos são substantivos, pois, palavras que rimam no final dos versos pertencem à mesma classe gramatical. A terceira estrofe possui rimas pobres, “radiadas”, “aladas” e “escombros” são adjetivos. A quarta e ultima estrofe são rimas pobres, pois “feitos” é um substantivo, porém “perfeitos” e “assombros”, são adjetivos.

Analisar o poema Filetes é entrar num universo fortemente relacionado com a música, com a beleza e com a arte. O poema tem as suas raízes históricas nas letras de acompanhamento de peças musicais. Até a Idade Média, os poemas eram cantados. Só depois o texto foi separado do acompanhamento musical. Tal como na música, o ritmo tem uma grande importância.

A construção poética é repleta de símbolos, pois, os olhos da personagem passeiam por várias temáticas.

O eu-lírico está grávido de amor. A expressão máxima desse amor é na linguagem metafórica. A riqueza de detalhes faz com que a pessoa amada seja assemelhada com as melhores coisas da vida. O poeta passeia pelo sensualismo de forma pueril. Adentra numa pureza muito peculiar a pureza do amor jovial e sem grandes malicias.

Em suma, abordamos do gosto pelas coisas simples de fundamentais da vida: o amor. O amor move e nos desinstala. O amor não é processo natural de escolha e entrega recíproca.

BASE TEORICA

A Sociolinguística é estudo do comportamento linguístico dos membros de uma comunidade e de como ele é determinado pelas relações sociais, culturais e econômicas existentes, o seu objeto de estudo é a variação linguística, definida como a língua em seu estado permanente de transformação. Para Bagno (2008, p. 40), um dos postulados básicos da Sociolinguística é de que a variação não é aleatória, fortuita, caótica, muito pelo contrário, ela é estruturada, organizada, condicionada por diferentes fatores extralinguísticos como: a origem geográfica, o status socioeconômico, o grau de escolarização, a idade, o sexo, o mercado de trabalho e as redes sociais, ou seja, as variações linguísticas estão associadas à localização social e espacial dos informantes, por isso é necessário caracterizá-los. A informante carioca nasceu em Cabo Frio no estado do Rio de Janeiro, seu sexo é feminino, idade é de 23 anos e estudou até o ensino médio.  O paulista nasceu em Santa Cecília no centro de São Paulo, seu sexo é masculino, idade é de 34 anos e possui nível superior.

ANÁLISE DAS VARIANTES “S” E “R” NA TRANSCRIÇÃO FONÉTICA DO POEMA FILETES DE CRUZ E SOUSA

Com base nas informações acima, será analisado foneticamente o poema de Cruz e Sousa. A primeira informante tem como característica principal o som do “s” chiado, representado pelo símbolo [ʃ], típico do carioca; e o segundo, reproduzirá o som de r-retroflexo, conhecido pejorativamente como r-caipira, representado pelo símbolo [ɻ], característico de um paulista.

A transcrição fonética carioca é à esquerda e a direita está a paulista.

[ʤɪ ᴋɾa’vʊʃ ʤɪ xɔ’zɐʃ]

[ʤɪ li’ɾjʊʃ pexfu’mɪʃ]

[ʤɪ bej’ʒʊʃ siu’mɪʃ]

[ʤɪ kojzɐʃ’ foɦ’mɔzɐʃ]

[ʤɪ kã’tʊʃ sua’vɪʃ]

[ʤɪ mu'zikaʃ vĩ’ɲʊʃ]

[ʤɪ aɾɔ’mɐʃ aɦ’mĩɲʊʃ]

[dʊʃ tɾi’nʊʃ dɐz´avɪʃ]

[daz’ sismɐʃ xadia’dɐʃ]

[ʤɪ’speɾãsɐʃ ala’dɐʃ]

[pʊx va’gʊʃ iʃkõm’bɾʊʃ]

[sãʊ fej’tʊʃ sãʊ fej’tʊʃ]

[teʊz’ɔʎʊʃ pexfej’tʊʃ]

[xeplɛ’tʊʃ ʤɪ asõm’bɾʊʃ]

[ʤɪ ᴋɾa’vʊs ʤɪ hɔ’zɐs]

[ʤɪ li’ɾjʊs peɻfu’mɪs]

[ʤɪ bej’ʒʊs siu’mɪs]

[ʤɪ koj’zɐs foɻmɔ’zɐs]

[ʤɪ kã’tʊz sua’vɪs]

[ʤɪ mu'zikas vĩ’ɲʊs]

[ʤɪ aɾõ’mɐs aɻmĩ’ɲʊs]

[dʊs tɾi’nʊs dɐz’avɪs]

[das sis’mɐs hadia’dɐs]

[daz’espeɾãsɐz’aladɐs]

...

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