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A Dissertação Sobre Transsexualidade

Por:   •  9/6/2020  •  Dissertação  •  1.389 Palavras (6 Páginas)  •  246 Visualizações

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Nome: Debora Soares RGM 11291101643

Nome: Ester Alves Landim RGM 11201101691

Nome: Jefferson Bruno de Lima RGM 11201100505

Nome: Patrícia Kelly Xavier RGM 11201100496        

A experiência de vida do indivíduo "T"

“Perdi-me do nome, hoje podes chamar-me de tua, dancei em palácios, hoje danço na rua...” (Maria Bethânia, 2009). Este trecho é uma amostra das dificuldades da vida de uma transexual, Gisberta abriu caminho para a discussão sobre transgeneridade em Portugal após seu assassinato.

A sigla LGBTQIA+ é a representação de uma das minorias de nossa sociedade, por não ser fácil aceitar o diferente, esse grupo de pessoas ainda encontram dificuldade em exercer sua cidadania de maneira plena tendo que lidar com a rejeição. Como cada letra da sigla visa trazer visibilidade a um grupo de pessoas e trabalhar em suas dificuldades cotidianas, temos a sigla T representando aos transexuais e travestis sendo esse grupo um dos mais estigmatizados, dessa forma é preciso entender como a experiência familiar pode influenciar na vida adulta e consequentemente no mercado de trabalho dessas pessoas.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou a transexualidade do CID-11, que considerava o indivíduo trans como portador de doença mental. A classificação da transexualidade foi incluída na área de sexualidade e o que antes era chamado de transtorno de identidade de gênero passou a ser identificado como incongruência de gênero, favorecendo o acesso a políticas de saúde pública e reduzindo o estigma sofrido por esta parcela da população (Nações Unidas Brasil, 2019).

O conceito de família vem sofrendo alterações no entendimento popular no decorrer dos séculos, na constituinte de 88 o Brasil definiu como família a formação homem e mulher e seus descendentes, em uma das mais recentes segundo Bernardo (2018) “Desse modo, a família deve ser entendida como o núcleo no qual o ser humano é capaz de desenvolver todas as suas potencialidades individuais, tendo em vista o princípio da dignidade da pessoa humana, além dos princípios do Direito das Famílias”.

Conforme Brotto (2019), rejeição é uma sensação de não pertencimento a um grupo ou a uma relação. A dor causada pela rejeição, segundo Costa, se compara a dor física que sentimos, não há remédio para esta dor, ou algo que possa ser feito para preveni-la.

Quando Silva e Oliveira (2015) apresentam sua pesquisa relacionando o processo de transexualização com a divisão de faixa etária demonstra, que a dificuldade com a aceitação e o apoio da família vem mudando de geração em geração, tendo uma diminuição significativa. Porém há muito trabalho a ser feito, já que a falta de entendimento e representatividade faz com que o assunto seja uma barreira no âmbito familiar.

Para Teixeira (2012) é notório que entender-se, aceitar-se e vivenciar sua transgeneridade é um ato de coragem e superação já que quando a pessoa encontra essa força está sujeita a situações de constrangimento, ainda mais quando se exerce uma função que seja ligada ao estereótipo masculino:

“Ela desempenhou uma carreira considerada exemplar. Até a data de sua aposentadoria por invalidez, foi reconhecida como competente”. O diagnóstico de transexualismo marcou o final da carreira militar de Carolina, conforme parecer emitido por junta médica oficial através da perícia realizada em fevereiro de 2000 que a considerava "INCAPAZ DEFINITIVAMENTE PARA O SERVIÇO MILITAR". O conjunto de negativas apresentadas no referido laudo diz, ou supõe dizer, tudo que Carolina não é e também tudo que pode exercer no "mundo civil". O que o texto não explica é o fator que a tornou incapaz para o serviço militar. (TEIXEIRA, 2012, p. 501-512).

Em 2016 o Ministério da Saúde fez um documentário que demonstrava a felicidade dessa população pelas conquistas e a reivindicação dentre tantas outras necessárias. De acordo com Souto (2016) os avanços em políticas públicas existem, mas precisam ser aprimorados, colocados em prática e serem de fácil acesso a toda população transexual e travesti.

Por falta de apoio de suas famílias e da sociedade essas pessoas acabam tendo que recorrer ao famoso trabalho “fácil”, já que é uma das únicas alternativas para se manterem.

Os fatores que as levam a essa situação são profundos e decorrem, de um modo geral, das desvantagens sociais advindas da expressão do gênero, resguardando as singularidades das histórias de vida de cada uma. Ainda muito jovens, entram em contato com novas perspectivas, inclusive as de modificações corporais, e começam a aprender como se tornar mais feminina, a sobreviver com o dinheiro da prostituição e a se proteger dos perigos da rua. A rua, apesar de também ter as suas normas de convivência, permite uma maior circulação para estas pessoas, que vivenciam não só situações de risco e violência, mas também de prazer e aceitação. (Silva, Bezerra, Queiroz, 2015, p.364-372).

Como a prostituição é o caminho que muitos acabam tendo que optar é visível a escalada da violência, sendo que há uma média de 11 agressões por dia para os transexuais que estão ligados ao mercado do sexo e que 99% dos entrevistados afirmam não sentirem seguros nos país Antra - Associação Nacional de Travestis e Transexuais (2019).

Fica claro quanto à existência trans é cheia de obstáculos em seu caminho, quanto mais cedo a pessoa percebe a disforia de gênero é descoberta e tratada mais fácil será o processo de aceitação do próprio indivíduo, se houver a aceitação e acolhimento familiar essa pessoa poderá seguir uma vida com maior facilidade.

Se ao invés do acolhimento familiar, essa pessoa experimentar o preconceito e a ignorância ela verá a vida caminhar para caminhos tortuosos, sendo que infelizmente um grande percentual dessas pessoas serão levadas à prostituição como modo de sub existência e a exposição a violência, como uma expectativa de vida média de 35 anos Avelar (2017).

Para que toda essa situação de abuso seja vencida é necessário um trabalho de disseminação de informação através da grande mídia, pois assim o conhecimento será comum a população e os pais que se depararem com uma criança com indícios de disforia de gênero estariam preparados para acolher seu filho e encaminhar aos profissionais que são aptos a ajudar no processo de transgenerização.

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