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DEMOTIVAÇAO DO PROFESSORADO

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Por:   •  9/5/2014  •  542 Palavras (3 Páginas)  •  169 Visualizações

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longas jornadas de tra-balho, geralmente assumida pelos professores para manter as condições mínimas de sobrevivência diante dos salários aviltados, e leva-os a trabalhar em várias escolas, em múltiplos turnos, em extensos horários que vão da manhã à noite.

Ficam distantes coisas essenciais como a continuidade da formação, as indis-pensáveis atividades culturais - estas também negadas pela elitização, expressa em preços dissociados da realidade dos trabalhadores brasileiros e pela regionalização com que são realizadas - o lazer, o ócio, o pleno gozo do tempo livre.

Ritual de desmotivação e falta de sentido, pode ser comparado, em certos aspectos, à representação que os professores fazem do seu trabalho, envolto em rotina e cansaço, expondo claramente o fenômeno da alienação.

O conceito de alienação apresenta marcante caráter histórico, pois tem aplicação analítica numa relação mútua entre sujeito, objeto e circunstâncias concretas específicas. Os processos alienantes da vida humana, no entanto, foram edificados em estruturas atem-porais e mistificadoras, apartadas dos processos sócio-econômicos concretos, como estudou Marx de forma primorosa. A alienação tem relação direta com o trabalho, e dela falaremos mais adiante.

Esta alienação pode apresentar-se como tédio, sentimento de eterna repetição de tarefas, que Oliveira (2003) chamou de "Síndrome de Sísifo". Estudando as represen-tações sociais dos professores em relação ao próprio trabalho, a autora encontrou uma rede representacional, inconscientemente compar-tilhada pelos membros desse grupo, determinante de atitudes como considerar a escolha do magistério como um dom, ou uma missão, ou ainda envolver com uma tonalidade "gloriosa" as tarefas cotidianas. Ao mesmo tempo, estavam presentes a tendência ao sacrifício e a temática da repetição, da rotina, do cansaço, da interminabilidade do trabalho docente, que permitiram a analogia com o mito de Sísifo - o mítico penitente grego, condenado por Zeus a rolar diariamente uma enorme pedra para o cume de uma montanha; ao final do dia a pedra "voltava" à base da montanha, tornando a tarefa interminável e eterna. A autora afirma:

É esse o herói com o qual o professor, inconscientemente, se identifica. Embora dono do saber, da argúcia, da inteli-gência, tem um "duplo" perverso que o arrasta para o erro. Em função disso, cai nas garras da "moîra" (o destino cego), sendo punido pelos deuses com um castigo terrível, o trabalho de Sísifo (Oliveira, 2003: 213).

Embora dotada de características tradi-cionais e perpetuadoras, ela parece mutável a cada "modismo" educacional, que invade de forma avassaladora as escolas - quase sempre pela mão dos documentos legais. Ela pode tornar-se tão incongruente, para a percepção e a compreensão dos docentes, quanto o Gato, nos momentos em que se transforma, nas ilustrações da obra, em uma grande boca, escancaradamente sorridente e loquaz.

Este quadro leva os professores a sentirem-se desorientados e acentua-lhes a tendência à alienação. Entre as sérias questões ligadas à formação e outras, não menos sérias, provenientes dos embates de valores realizados na atualidade.

profissão docente, e por isso ressaltamos de início que a alegria ficava na entrada do

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