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FEITICHISMO

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Por:   •  6/11/2014  •  Tese  •  2.723 Palavras (11 Páginas)  •  273 Visualizações

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FETICHISMO (1927)

FETISCHISMUS

(a) EDIÇÕES ALEMÃS:

1927 Almanach 1928, 17-24.

1927 Int. Z. Psychoanal., 13 (4), 373-8.

1928 G.S., 11, 395-401

1931 Sexualtheorie und Traumlehre, 220-7

1948 G.W., 14, 311-17

(b) TRADUÇÃO INGLESA:

‘Fetishism’

1928 Int. J. Psycho-Anal., 9 (2), 161-6. (Trad. de Joan Riviere.)

1950 C.P., 5, 198-204. (Edição revista da anterior.)

A presente tradução inglesa é uma versão modificada da publicada em 1950.

Este artigo, terminado no fim da primeira semana de agosto de 1927 (Jones, 1957, 146), foi publicado quase simultaneamente, no mesmo outono, no Almanach 1928 e no último número de 1927 da Zeitschrift.

Em seu primeiro estudo sobre o fetichismo, nos Três Ensaios (1905d), Edição Standard Brasileira, Vol. VII, pág. 153-6, IMAGO Editora 1972, Freud escreveu que nenhuma outra variação do instinto sexual que se aproxima do patológico pode reivindicar tanto nosso interesse quanto esta, e, na realidade, não poucas vezes retornou à sua consideração. Nessa primeira descrição, ele não vai muito além de sustentar que ‘a escolha de um fetiche constitui um efeito posterior de alguma impressão sexual, via de regra recebida na primeira infância’ ficando o tema também nesse ponto, em alguns comentários de passagem ao fetichismo do pé em seu estudo sobre a Gradiva (1907a), um ano ou dois mais tarde (ibid., 9, 46-7). Sua abordagem seguinte ao assunto parece ter-se dado num artigo não publicado, ‘Sobre a Gênese do Fetichismo’, lido para a Sociedade Psicanalítica de Viena em 24 de fevereiro de 1909 (Jones, 1955, 332), mas, infelizmente, não conseguimos acesso às atas da Sociedade. Nessa ocasião, preparava a análise do ‘Homem dos Ratos’ (1909d) para publicação e nela mencionou um novo ponto — a vinculação do fetichismo com o prazer em cheirar (ibid., 10, 247) — que ampliou emnota de rodapé acrescentada aos Três Ensaios, em sua segunda edição de 1910 (ibid., VII). Mas, logo depois, uma nova e mais importante vinculação deve ter-lhe ocorrido, pois essa mesma nota de rodapé acrescentada continha a primeira afirmativa de que o fetiche representa o pênis que falta à mulher, que figurara de modo proeminente entre as teorias sexuais infantis a que recentemente dedicara um artigo (1908c), Ibid., 9, 215-18. Essa nova explicação do fetiche foi também mencionada (como Freud observa na pág. 180n, adiante) em seu estudo sobre Leonardo (1910c), ibid, XI, publicado muito pouco depois da nota de rodapé aos Três Ensaios.

A questão especial da origem do fetichismo do pé (mencionada no presente artigo,ver [1]) atraiu a atenção de Freud alguns anos depois. A 11 de março de 1914, leu para a Sociedade Psicanalítica de Viena outro artigo sobre ‘Um Caso de Fetichismo do Pé’. Este também não foi publicado, mas dessa vez, afortunadamente, possuímos um resumo dele, da autoria de Ernest Jones (1955, 342-3). A explicação da escolha do pé como fetiche — uma abordagem aos órgãos genitais da mulher de maneira deslocada — a que nele se chegou, foi publicada como acréscimo posterior à mesma nota de rodapé aos Três ensaios, em sua terceira edição de 1915. Outro caso clínico bastante semelhante foi comunicado muito sucintamente por Freud na Conferência XXII de suas Introductory Lectures (1916-17). Entretanto, embora o presente artigo seja importante enquanto reunião e ampliação das primeiras opiniões de Freud sobre o fetichismo, seu principal interesse reside numa direção muito diferente, isto é, no novo desenvolvimento metapsicológico que introduz. Por diversos anos Freud utilizou o conceito de ‘rejeição’ (‘Verleugnung’), especialmente quanto às reações das crianças à observação da distinção anatômica entre os sexos.

No presente artigo, baseando-se em observações clínicas recentes, apresenta razões para supor-se que essa ‘rejeição’ necessariamente acarreta uma divisão no ego do indivíduo. No fim da vida, Freud retomou o tema e ampliou seu âmbito: em artigo inacabado e postumamente publicado sobre’ Splitting of the Ego in the Process of Defence’ (1940e [1938]), e nos últimos parágrafos do Capítulo VIII de Esboço de Psicanálise (1940a [1938], Livro 7 da Pequena Coleção das Obras de Freud, IMAGO Editora, 1974). Entretanto, embora o fetichismo seja especialmente considerado em ambos esses trabalhos, Freud assinala aí que essa ‘divisão do ego’ não é peculiar ao fetichismo, mas que, na realidade,pode ser encontrada em muitas outras situações em que o ego se defronta com a necessidade de construir uma defesa, e que ela ocorre não apenas na rejeição, mas também na repressão.

Nos últimos anos tive oportunidade de estudar analiticamente certo número de homens cuja escolha objetal era dominada por um fetiche. Não é preciso esperar que essas pessoas venham à análise por causa de seu fetiche, pois, embora sem dúvida ele seja reconhecido por seus adeptos como uma anormalidade, raramente é sentido por eles como o sintoma de uma doença que se faça acompanhar por sofrimento. Via de regra, mostram-se inteiramente satisfeitos com ele, ou até mesmo louvam o modo pelo qual lhes facilita a vida erótica. Via de regra, portanto, o fetiche aparece na análise como uma descoberta subsidiária.

Por motivos evidentes, os pormenores desses casos não podem ser publicados; não posso, portanto, mostrar de que maneira as circunstâncias acidentais contribuíram para a escolha de um fetiche. O caso mais extraordinário pareceu-me ser aquele em que um jovem alçou certo tipo de ‘brilho do nariz’ a uma precondição fetichista. A explicação surpreendente para isso era a de que o paciente fora criado na Inglaterra, vindo posteriormente para a Alemanha, onde esquecera sua língua materna quase completamente. O fetiche, originado de sua primeira infância , tinha de ser entendido em inglês, não em alemão. O ‘brilho do nariz’ [em alemão ‘Glanz auf der Nase‘] era na realidade um ‘vislumbre (glance) do nariz’. O nariz constituía assim o fetiche, que incidentalmente, ele dotara, à sua vontade, do brilho luminoso que não era perceptível a outros.

Em todos os casos, o significado e o propósito do fetiche demonstraram, na análise, serem os mesmos. Ele se revelou de modo tão natural e me pareceu

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