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Introjeção

Por:   •  20/8/2015  •  Resenha  •  548 Palavras (3 Páginas)  •  242 Visualizações

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Questão: Disserte sobre o conceito de introjeção em Ferenczi

A concepção ferencziana pretende compreender as dificuldades relacionadas a trama entre corpo e mente, tenta mostrar que um mundo de sensações no corpo fazem parte do psiquismo.  

Ferenczi procurava criar conceitos psicanalíticos que permitissem pensar a dinâmica do psiquismo em ligação com um mundo concebido por meio das impressões sensíveis acertadas dos contatos do bebê com o seu mundo. Pensava que não poderia ser vivido como algo externo, e sim como parte constituinte da sua subjetividade. Têm como exemplo os bebês, pois observa e considera como um processo de metamorfose subjetiva. Relata que após o nascimento sentem um vazio e uma perda muito grande. As necessidades vitais e o próprio corpo produzem este vazio, de onde surgem novas formas de tempo e espaço, diferentes daquelas da vida fetal. A vida fetal seria um mundo- próprio dos bebês e que a partir do nascimento anseiam um novo mundo, que pouco a pouco se complexifica e participa da cultura, ou seja, estas perdas, decepções, desprazeres e novos arranjamentos determinam a necessidade de apreender coisas do mundo. A introjeção está intimamente relacionada com a incorporação oral, um dos mecanismos característicos da fase oral da libido, através do qual a pessoa começa sua vida de relação.

Foi através da observação clínica de pacientes neuróticos que evidenciavam uma disposição em absorver, tomar para si, fenômenos transferenciais, que Ferenczi formula o conceito de introjeção, em oposição ao conceito de projeção, onde considera o primeiro e único processo psíquico que produz algo na esfera psíquica.  Refere-se à dinâmica dos investimentos pulsionais do bebê desde seus primeiros contatos com o ambiente, ou seja, trazem do mundo impressões sensoriais para o âmbito do auto-erotismo provocando um “alargamento do eu” e iniciando um processo de constituição simultânea a constituição do mundo. A introjeção seria uma forma de encontro do eu com o mundo, uma extensão do ego, uma fusão dos objetos amados e nós mesmos: sinônimo da transferência, com o objetivo de faze- lôs objetos de fantasias conscientes e inconscientes. Para ele, são as introjeções primitivas que atuam como matrizes identificatórias. Foi a partir desta ideia que pôde começar a explicação metapsicológica, como os processos originários de constituição subjetiva decorrentes das forças em jogo na interação de todo indivíduo com o mundo, e também se torna a chave para toda compreensão de uma personalidade saudável tanto quanto para o entendimento de  inúmeras patologias.

A projeção, diferentemente da introjeção, é “quando o paciente expulsa do seu ego uma parte de sua personalidade psíquica e como não pode aniquilá-la, trata-a como uma coisa estranha ao ego, um objeto. Somente podemos falar de projeção quando um conteúdo psíquico puramente subjetivo se converte em puramente objetivo” (Ferenczi).

Enfim, é através da introjeção do objeto que o psiquismo pode ser ocupado de representações, sendo responsável então pela própria linguagem e por todo processo de subjetivação. Até porque comportaria a inclusão não só do que é da ordem da representação, mas principalmente dos afetos, dos sentidos. E desta forma Ferenczi conclui que a introjeção é a primeira responsável pela instauração no psiquismo da dualidade prazer/desprazer, e por consequência instauraria a própria sexualidade, ordenando e estruturando o aparelho psíquico. O que se introjeta é justamente o conjunto pulsional com suas vicissitudes, tornando o objeto um mero mediador.

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