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Mal Estar na Civilização

Por:   •  12/3/2016  •  Resenha  •  864 Palavras (4 Páginas)  •  660 Visualizações

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 Freud  chega a uma conclusão que o indivíduo não pode ser feliz nessa civilização moderna. Mesmo com um progresso cientifico o homem ainda não se tornou mais feliz. Sobre a civilização, ele diz que o objetivo da mesma não é a felicidade, mas é a desistência a ela. O individuo faz uma busca constante pela realização do prazer, mas ela é impossível de realizar em um mundo carente de recursos. Para tudo que é prazeroso exige que os indivíduos sofram em algum sentido. Na teoria freudiana, a sexualidade é a principal fonte de reprodução da civilização, ela só pode existir pelo motivo de que os impulsos sexuais são voltados para o trabalho e isso gera alguns bens materiais na civilização. Segundo Freud (1969) a civilização está obedecendo às leis da necessidade econômica, uma grande quantidade de energia psíquica que ela utiliza para seus próprios fins tem de ser retirada da sexualidade. O processo civilizatório é marcado pelo sentimento de insatisfação que os homens experimentam convivendo em sociedade, que resulta no mal-estar.

Hoje em dia pode-se dizer que a vida tornou-se mais ‘’digna’’, os indivíduos aproveitam mais e melhor os bens culturais, porém não significa que o mal estar na civilização desapareceu. Este mal-estar estaria mais associado as condições sociais e econômicas que o homem experimenta nesse mundo moderno. Os fatores que geram a insegurança social no individuo e que são responsáveis pelas doenças psíquicas, se encaixam na guerra, na fome, no desemprego etc...

O mundo se torna cada vez mais racionalizado, essa racionalidade cria mais domínio de instrumentos que acabam por mecanizar as estruturas sociais. O homem se torna cada dia mais uma peça desnecessária no meio de produção, a possibilidade de que haja uma mecanização completa pode abalar o narcisismo do homem, ele perde sua identidade na medida em que perde sua ocupação.

Na antiguidade os tabus relacionados aos impulsos sexuais eram levados em consideração e podiam dar razão para se afirmar o mal-estar que surgisse na vida sexual, a sexualidade nos dias de hoje perdeu a importância devido as crises de ansiedade e neuroses. O uso das pulsões sexuais em relação a criação dos bens culturais perdeu muito sua importância.

A racionalidade hoje atingiu a vida social e o progresso disso fez com que não fosse mais necessário desviar as pulsões sexuais para o trabalho competidor, a vista disso o mal-estar do individuo na civilização não é mais uma tensão sexual ou causada pela ansiedade, ela se torna uma tensão causada pelo medo e pela preocupação por condições sociais e econômicas. É comum a experiência da baixa auto-estima ou depressão, com isso as doenças que eram menos observáveis ou vistas na época de Freud, hoje se tornam grandes problemas para os psicólogos, elas são típicas da época moderna por serem acompanhadas pelas crises de ansiedade e consequentemente associada ao mal-estar na civilização.

Mezan (2000) diz que na época de Freud a sociedade era mais patriarcal e com os valores percebidos, nos dias de hoje ela tornou-se mais fragmentada. A rapidez de mudanças na sociedade tornam o individuo mais pressionado e desorientado devido as exigências de cada dia. Nosso cotidiano não há mais valores pré-estabelecidos a serem acompanhados, os laços de relacionamentos tanto com a família, amigos ou a pessoa amada, se tornam frágeis pelas exigências do mundo exterior.

        A simples verdade do individuo viver em um mundo moderno e contemporâneo já é um fator para conviver com a ansiedade. Toda essa competitividade, transformações sociais e adaptação do próprio individuo ás exigências da vida, são as principais causas que levam o mal-estar na civilização.

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