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Meditação

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Por:   •  20/10/2014  •  Tese  •  1.176 Palavras (5 Páginas)  •  174 Visualizações

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C. G. Jung foi o criador da Psicologia Analítica. Formado em medicina e especializado em psiquiatria, ele inicialmente teve uma carreira ligada a Estudos Experimentais e, seguida, adentrou no recém criado movimento psicanalítico, chegando a ser o 1° Presidente da Associação Psicanalítica Internacional.

Por divergências teóricas e pessoais com Freud (que era uma geração mais velho e o considerou em certo momento que Jung seria “o príncipe herdeiro”), Jung sai da psicanálise e cria a sua própria abordagem de psicologia.

Em 1916, ele cria uma técnica que viria a substituir – ou complementar – a técnica freudiana da associação livre. A sua nova técnica é chamada de Imaginação Ativa. Como muitos poucos conhecem a técnica e como mesmo os estudiosos acabam não estudando o seu último livro Mysterium Coniuncitionis, penso que será interessante compartilhar alguns trechos para podermos conhecer melhor o que Jung realmente disse.

Este último trabalho de Jung é sobre a Psicologia e a Alquimia. (Jung começou a estudar a alquimia pois encontrou no simbolismo alquímico visões e imaginações sobre o processo de individuação de cada alquimista, ou seja, o seu processo de desenvolvimento psíquico era expresso através dos textos e das imagens de suas produções).

Jung e a Meditação

“Meditação e contemplação em geral tem má fama no Ocidente. São tidas como formas especialmente repreensíveis de ociosidade ou como forma doentia de espelhar-se a si próprio. Não se tem nenhum tempo para o autoconhecimento, e também não se acredita que ele possa servir a qualquer finalidade sensata. Também absolutamente não vale a pena, como já se sabe antemão, conhecer-se a si próprio, pois na verdade se acha que é fácil saber quem é que somos. Acredita-se exclusivamente na ação, e não se pergunta pelo sujeito da ação. Este último apenas será julgado após certos êxitos avaliados coletivamente. Que existe uma psique inconsciente, disso sabe o público em geral mais que as autoridades, mas, contudo, ainda não foram tiradas as conclusões do fato que o homem ocidental é para si próprio um estranho, e que o autoconhecimento é uma das artes mais difíceis e mais exigentes” (JUNG, Mysterium Coniunctionis II, p. 253).

Bem, e nesse sentido temos que nos perguntar que tipo de “meditação” Jung recomendava. Afinal, existe toda uma imensa tradição oriental sobre a qual podemos nos debruçar para estudar a meditação. Além disso, também encontramos técnicas meditativas na história da Igreja, embora em menor escala.

A técnica que Jung recomendava em seus tratamentos psicoterapêuticas é chamada de Imaginação Ativa.

No Mysterium Coniunctionis, ele diz:

(…) imaginação ativa. Esta última representa por assim dizer um método usado espontaneamente pela própria natureza ou ensinado ao paciente pela instrução do médico. Por via de regra surge ela e é indicada, quando o processo de “dissolução” (análise!) tiver constelado os opostos em tal medida que a união ou composição (síntese!) da personalidade se tornar necessidade imperiosa.

Tal situação aparece necessariamente quando pela análise dos conteúdos psíquicos, das atitudes, e principalmente dos sonhos, os motivos e as imagens do inconsciente – que são complementares ou respectivamente compensatórios, e com frequência até diretamente opostos tiverem sido mudados para conscientes, e a conscientização atingir tal ponto que o conflito aparentemente insolúvel entre a personalidade consciente e a inconsciente se torne manifesto, e desta forma também crítico (JUNG, 1990, p. 249).

Ele continua:

“escolhe-se adequadamente um sonho ou qualquer outra imagem da fantasia e a pessoa se concentra nisso, simplesmente retendo-o e contemplando-o (…) Por via de regra ela (a imagem) se modifica, adquirindo vida pelo simples fato da observação (…)

A partir dai se desenvolve uma cadeia de imagens da fantasia, que aos poucos toma aspecto dramático, isto é, do simples processo surge a ação. Esta é por ora representada por figuras projetadas, e as imagens são vista como cenas no palco. Em outras palavras, sonha-se com os olhos abertos (…)

Essa confrontação com “o outro” em nós é compensadora, pois deste modo ficamos conhecendo aspectos de nosso ser, que não permitiríamos que outros nos mostrassem e jamais admitiríamos perante nós mesmos. Não é apenas útil, mas importante e inteiramente oportuno fixar por escrito o processo todo no momento em que ele se origina, pois cada um precisará de provas escritas para

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