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O Mal Estar na Civilização e o Superego

Por:   •  25/4/2021  •  Resenha  •  710 Palavras (3 Páginas)  •  156 Visualizações

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O Mal Estar na Civilização e  o Superego

  Em “O Mal Estar na Civilização”, Freud mostra que a cultura restringe a felicidade, a realização das pulsões, e por isso o ser humano civilizado é infeliz. A cultura se baseia na renúncia pulsional, ela limita a satisfação das pulsões sexuais, para explorar sua energia para fins próprios. O tabu do incesto, que é retratado em totem e tabu, está em sua origem, e vem acompanhado, em seguida, de outras limitações. A sociedade ocidental levou ao extremo a restrição da sexualidade, impondo a todos uma única forma de prazer, a que resulta no amor genital, heterossexual, legítima, monogamica, que desemboca na procriação, rejeitando as outras formas de prazer, classificando-as como perversas ou anormais. Portanto, o pleno desabrochar dos indivíduos é gravemente ameaçado, aqueles que não conseguem suportar essas renúncias, refugiam-se na neurose, oferecendo às suas pulsões satisfações substitutivas.

  O amor ao próximo, segundo Freud, é um ideal inventado pela cultura. A obrigação do trabalho e a força do amor que fundamentam a comunidade humana não bastam para garantir sua coesão. De um lado, o interesse racional da cooperação não é tão potente quanto a tendência natural à agressividade, e do outro lado, o amor sexual não une senão duas pessoas, excluindo o resto do mundo. Para desenvolver-se, a cultura deve ligar libidinalmente uns aos outros os membros da comunidade, ela chega nisso pela inibição da finalidade original do amor, a satisfação sexual, que permite unir os seres humanos por laços de amizade. Por consequente, o mandamento de amar o próximo como a si mesmo, inclusive se ele é seu inimigo, é um ideal inventado pela cultura, para impedir a desagregação da comunidade.

  O sentimento de culpabilidade é o instrumento cultural de controle da agressividade. Ele não é inato, mas se funda na integração da distinção do bem e do mal, encucada pela educação, que leva a criança a renunciar o que satisfaz seus desejos, reduzindo, inicialmente, a angústia perante a perda do amor. A culpabilidade atinge um segundo estágio, tornando-se a angústia diante do superego, constituído pela interiorização da autoridade paternal, depois das regras da cultura. O indivíduo descarrega sobre ele mesmo a agressividade desenvolvida contra a autoridade que lhe impõe a renúncia pulsional. O sentimento de culpabilidade permite à cultura desativar a tendência à agressão do interior.

  Nasio (1997), mostra que o superego é o resultado psíquico e duradouro da resolução do principal conflito da cena edipiana, o conflito entre a lei e o gozo. Essa lei não proíbe o desejo, que permanece, mas proíbe o gozo, a satisfação desse desejo. O psiquismo assimila a lei e o desejo, pois a criança se identifica com os dois. A lei prevalece, e se torna o superego, mas o desejo prossegue em busca da satisfação incestuosa.

  O superego salva a integridade física e psíquica do perigo de destruição que viria caso a criança cedesse ao gozo do incesto, que é um tabu integrado pelo psiquismo através da cultura. Ele representa a renúncia ao gozo proibido, a exaltação do desejo de um gozo impossível e a defesa da integridade do ego. São 3 funções mutuamente antagônicas, que mostram como o superego regula os movimentos do ego em relação ao gozo: o ódio, o amor e o medo.

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