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Oficina: Ciclo Vital – Desenvolvimento Humano - A CRIANÇA DO BERÇÁRIO

Por:   •  25/5/2017  •  Relatório de pesquisa  •  8.847 Palavras (36 Páginas)  •  374 Visualizações

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Oficina: Ciclo Vital – Desenvolvimento Humano

A CRIANÇA DO BERÇÁRIO

0-12 meses

(...) para desenvolver-se normalmente toda criança necessita que alguém “esteja louco por ela (...)

(Bronfenbrenner apud Souza & Borges, 2002)

Desenvolvimento sócio-afetivo

É através da troca social que os bebês aprendem sobre si e sobre o mundo. Muitas teorias do desenvolvimento destacam a importância do outro humano para a formação das capacidades e do psiquismo da criança, que existem potencialmente, mas só se manifestarão através de uma interação ativa com o meio.

No início de sua vida, para o bebê, ele e o outro formam um só. Por isso, ele aprende a ver o mundo através dos olhos de quem o embala, de quem cuida de atendê-lo. É a partir das vivências com pessoas significativas, que os bebês estarão se formando, criando significados e valores, construindo sua auto-imagem, estima e identidade, e desenvolvendo seu potencial sócio-afetivo. A qualidade dos primeiros vínculos poderá mostrar para o bebê um mundo agradável e acolhedor, deixando nele um registro interno de um lugar onde vale a pena viver ou, ao contrário, poderá descortinar um mundo hostil e desconfortável, promotor de inseguranças, o que o fará internalizar um ambiente ameaçador.

Sendo assim, ao longo de seus primeiros meses de vida o papel do educador consiste em ajudar o bebê a desenvolver um sentimento básico de confiança no mundo. Para isso é preciso construir um vínculo de qualidade, que só será percebido pelo bebê se traduzido em ações e cuidado: o educador deve ser receptivo, reconhecer as características individuais de cada criança, abrir espaços para colo e carinho, atenção, fala suave e sorrisos.

Ao mesmo tempo em que é fundamental a criança ter garantidas suas necessidades, é tão importante quanto viver também situações de falhas ou frustrações durante os cuidados diários que recebe. Essas inevitáveis experiências é que propiciarão a ela a percepção de discriminação, ou seja, de que o “tu” não é o “eu”. Esse marco em seu desenvolvimento acontece por volta dos 6 a 8 meses, e dará início a uma complexidade psíquica que permitirá grandes avanços emocionais e cognitivos.

Nessa idade, o bebê já distingue com clareza as pessoas que lhe são familiares e costuma ter crises de choro diante de estranhos. È a chamada ansiedade dos 8 meses. Nesse período, as adaptações nos berçários costumam ser mais difíceis, pois os bebês estão em um momento de fragilidade, no qual entram pela primeira vez em contato com a tristeza. Apesar disso, eles já são capazes de guardar a imagem mental das pessoas significativas e já sabem que do mesmo jeito que elas vão, também voltam. O educador poderá ajudá-lo a elaborar melhor o aparecer-desaparecer, o ir-e-vir por meio de brincadeiras como o esconde-esconde, o que aliviará seus temores, transformando desprazer em prazer. O diálogo com as famílias também é fundamental por ocasião da adaptação – em qualquer faixa etária – pois ela servirá de ponte para que se estabeleça uma boa relação entre educador e criança.

Desenvolvimento cognitivo

Do nascimento a aproximadamente 1 ano e meio a 2 anos, a criança encontra-se no que Piaget classificou como período sensório-motor. Nessa etapa do desenvolvimento a criança apresenta uma inteligência prática, sem representação mental ou pensamento, mostrando uma crescente coordenação dos comportamentos perceptivos e motores.

Quanto mais novo o bebê, mais as experiências são entendidas e registradas somente no aspecto sensorial, ou seja, por falta de maturação de seu aparato cognitivo, ele não pode entender ou dar um sentido ao que vive. As vivências são apenas percebidas, sentidas e não compreendidas. È por isso que os sentimentos no presente delas resultantes são tão marcantes e importantes para o seu desenvolvimento saudável, tanto hoje como no futuro.

Sendo tocado e olhado pelo outro, e também por intermédio do movimento e da exploração o bebê vai construindo conhecimentos. Sua inteligência, nesse momento, é sensorial e motora. Seus reflexos são gradualmente modificados pela experiência e assim, o bebê passa a apresentar movimentos mais eficientes e voluntários, como, por exemplo, quando tenta pegar um objeto intencionalmente.

No recém-nascido a vida mental se reduz ao exercício de aparelhos reflexos, às coordenações sensoriais e motoras de fundo hereditário, que correspondem a tendências instintivas, como a nutrição. Essa atividade atesta, precisamente, a existência de uma assimilação sensório-motora precoce. O recém-nascido assimila uma parte do seu universo pela sucção, o mundo é essencialmente uma realidade a sugar. O mesmo universo se tornará também uma realidade para se olhar, ouvir e, logo que os movimentos próprios lhe permitam, para manipular.

O papel do adulto como mediador entre a criança e o mundo é de fundamental importância para a evolução das suas capacidades intelectuais. Vygotsky considera que a interação social cumpre uma função essencial de construção das funções psicológicas superiores, tais como: pensamento verbal e memória. É o adulto quem apresenta à criança a sociedade e a cultura do lugar onde vivem, inserindo-a nesse meio de forma que passe aos poucos a conhecer todas as normas e leis de comportamento da sociedade.

Desenvolvimento Linguístico:

A linguagem é um sistema simbólico básico para os homens e possui duas funções fundamentais: a de intercambio social que diz respeito à comunicação entre as pessoas que impulsiona o desenvolvimento da linguagem como um todo e; a outra função é a de pensamento generalizante, que ordena o real.

No período de 0 a 1 ano a linguagem é basicamente corporal, visto que a criança ainda não domina a linguagem enquanto instrumento simbólico, no entanto o bebê já utiliza de manifestações não verbais.  Ele mostra-se irrequieto, chora e grita na tentativa de manter uma comunicação com seus cuidadores.

O adulto deve conversar sempre com o bebê, ler histórias e cantar, pois assim estará auxiliando no desenvolvimento da linguagem do bebê que está aprendendo a falar.         

Desenvolvimento Psicomotor

No seu primeiro ano, conforme já mencionado, o bebê encontra-se na fase oral (segundo a corrente psicanalítica), ou seja, nesse momento de vida o foco de boa parte de suas experiências centra-se na boca. É essa parte a mais sensível, estimulada e estimulante de seu corpo. Do mesmo modo que um cego apreende o mundo pelo tato, o bebê fará o mesmo, só que pela boca. Portanto, pela forma como for alimentado, estará não só ingerindo alimento, mas também toda a gama de sentimentos envolvidos nesse momento. Oferecer mecanicamente uma mamadeira para a criança pode ser o mesmo que não a alimentar emocionalmente. Também é necessário deixá-la levar as coisas à boca, afinal sugar é extremamente prazeroso para ela, e é assim que descobrirá que o mundo é feito de coisas macias, duras, ásperas, moles, frias etc.

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