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René Decartes

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Por:   •  14/3/2015  •  1.742 Palavras (7 Páginas)  •  402 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

O Discurso do método, ou ainda Discurso sobre o método para bem conduzir a razão na busca da verdade dentro da ciência é um tratado matemático e filosófico de René Descartes, publicado na França em Leiden em 1637. Ele inicialmente apareceu junto a outros trabalhos de Descartes, Dioptrique, Météores e Géométrie. Uma tradução para o latim foi produzida em 1656, e publicada em Amsterdam. Constitui, ao lado de Meditações sobre filosofia primeira (Meditationes de prima philosophia), Princípios de filosofia e Regras para a direção do espírito (Regulae ad directionem ingenii), a base da epistemologia do filósofo, sistema que passou a ser conhecido como cartesianismo. O Discurso propõe um modelo quase matemático para conduzir o pensamento humano, uma vez que a matemática tem por característica a certeza, a ausência de dúvidas.

O livro propõe um modelo que lembra as ciências exatas para se raciocinar e evitar que haja dúvidas, pois para Descartes a dúvida é uma falha que deve ser corrigida o quanto antes. Ao longo do livro o autor propõe modelos para um bom raciocínio e para uma boa vivência, além de provar Penso, logo existo e provar tanto a existência de Deus quanto a perfeição Dele.

O texto se divide em seis partes: a primeira fala um pouco sobre a ciência; na segunda ele apresenta os princípios para constituir uma boa vida; na terceira parte o autor justifica os princípios; a quarta parte é reservada à prova da existência de Deus e da alma do homem; a penúltima parte é reservada à aplicação do método à ciência (medicina e física) e faz considerações finais sobre a diferença entre a alma humana e a alma dos outros animais; na sexta parte, Descartes cita as causas que o levaram a escrever o livro e porque essas instruções são essenciais para o progresso do conhecimento.

2. OBJETIVO

O objetivo é a pesquisa de um método adaptado a conquista do saber, descobre esse método que tem como objetivo a clareza e a distinção, ou seja, com isso quer ser mais objetivo possível, imparcial, quer fundamentar o pensamento em verdades claras e distintas. Para isso, de acordo com o método de Decartes, devem ser eliminadas quaisquer influencias de ideias que muitas vezes não são verdadeiras, mas que são tidas como mitológicas e por fim muitas vezes acabamos aceitando tais mitos sem que nunca tenhamos comprovado de fato. Só devemos nos basear em enunciados claros e evidentes.

Essa metafísica cartesiana ou método cartesiano nos diz de que é feito e como é feito o mundo. O método cartesiano revoluciona todos os campos do pensamento de sua época, possibilitando o desenvolvimento da ciência moderna e abrindo caminho para o ser humano dominar a natureza. A realidade das ideias claras e distintas, que Descartes apresentou a partir do método da dúvida e da evidência, transformou o mundo em algo que pode ser quantificado. Com isso, a ciência, que até então se baseava em qualidades obscuras e duvidosas, a partir do início do século XVII torna-se matemática, capaz de reduzir o universo a coisas e mecanismos mensuráveis, que a geometria pode explicar. Descarte propõe uma espécie de ceticismo para as coisas, tudo tem que ser duvidado, experimentado.

3. EMBASAMENTO TEÓRICO

MORAL PROVISÓRIA

Descartes inaugura o racionalismo, nega tudo o que existe, mas o que de fato não pode negar, é que está negando, essa afirmativa é constatada por meio de sua tão famosa frase: “Penso, logo existo”. Postulava a idéia de que a razão deveria permear todos os domínios da vida humana, e desejava sempre aprender a diferenciar o verdadeiro do falso, para ver claramente suas ações e caminhar com segurança em sua vida.

Defende que a racionalidade é o fator que caracteriza a raça humana como superior às demais que compõe o reino animal. Por isso acredita na capacidade que cada indivíduo - sendo este um organismo autônomo – tem de formular seus próprios pensamentos, alicerçando suas convicções e “crenças”, embasadas nos estudos e conclusões racionais por este feitas.

Devido à insatisfação com a “ciência oficial” da época, cuja crítica se deve a estagnação em volta dos pensamentos dos antigos filósofos, Descartes decide formular seus próprios pensamentos, sugerindo aos demais a não apoiarem seus passos em velhos alicerces, mas sim, construí-los por seus próprios princípios com intuito de alcançarem a verdade. Seu objetivo era encontrar a ciência que estava dentro de si mesmo ou no “grande livro do mundo”, para não perecer em meio à ilusão.

Para elaborar ou alicerçar seu método racional e encontrar a verdade almejada, sentiu a necessidade em ter uma base na qual pudesse se apoiar com o propósito de ter a tranquilidade precisa que o possibilitasse filosofar sem se perder em meio a suas próprias hesitações, sendo feita e elaborada pelo próprio foi então denominada Moral Provisória e é dividida em três ou quatro máximas.

A primeira era: “Obedecer às leis e aos costumes de meu país, mantendo-me na religião a qual Deus me concedeu a graça de ser instruído a partir da infância, e conduzindo-me em tudo o mais distante do excesso, que fossem comumente aceitas pelos mais sensatos daqueles com os quais teria de conviver. Porquanto, começando desde então a não me valer para nada de minhas próprias opiniões, por que eu as queria submeter todas a análise, estava convencido de que o melhor a fazer era seguir os demais sensatos [...]”

Ao utilizar a palavra obedecer, Descartes não se refere à aceitação das verdades impostas pela sociedade a qual estava inserido, mas a avaliação da utilidade das mesmas, pois é certo que, o verdadeiro permanece desconhecido. No silêncio das leis e costumes locais é preciso se orientar por opiniões igualmente aceitas, precisamente as que sejam mais moderadas.

Atentava-se ao erro, por isso na caminhada em busca da verdade se posicionava entre os excessos não optando pelos extremos, pois se por ventura estivesse equivocado não estaria em uma posição excessivamente longa da verdade, mas mantinha essa postura afim também, de não cometer falta contra o bom senso.

A liberdade que a moral provisória concede ao filósofo, o permite efetuar a reavaliação de determinada(s) conduta(s) por meio da evidência racional.

“Minha segunda máxima consistia em ser o mais firme e decidido possível em minhas ações, e em não seguir menos constantemente do que se fosse muito segura às opiniões mais duvidosas, e sempre que eu me tivesse decidido a tanto”.

Descartes aponta a necessidade que avaliava, em ser objetivo e racional

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