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Sociedade e moral. David Emil Durkheim

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Por:   •  18/3/2014  •  Tese  •  1.514 Palavras (7 Páginas)  •  433 Visualizações

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• Analisa por que certos indivíduos são vistos como líderes carismáticos. Revela o que conduz a percepção do carisma:ou seja, a intensidade das ações do líder e sua importância para as necessidades das pessoas. Cager mostra em detalhes o que fazem os líderes carismáticos para motivar os subordinados a sentirem-se mais autoconfiantes edispostos a assumir riscos. Exemplos de ações que refletem o próprio sendo do poder criam confiança com a persuação verbal. O autor revela como essa capacidade para incurtir nos outros o senso de poder gera novos métodos para a resolução de problemas e, em última análise, aumenta a produtividade em toda aorganização.

1. Introdução.

O sociólogo francês Émile Durkheim pode ser considerado o grande consolidador do ensino da sociologia na Universidade, que durante toda a Idade Média permaneceu desativada. Durkheim foi um “militante” em prol da sociologia acadêmica, uma nova ciência que derivava de Auguste Comte, mas que ainda estava impregnada das questões abstratas da filosofia do seu mestre. Com a publicação em 1895 das Regras do Método Sociológico, Durkheim começa a dar uma nova feição a jovem ciência, e lhe atribui estudar os fatos sociais. O estudo sobre o suicídio se tornaria, em seguida, uma referencia no uso da estatística. A sua sociologia tratou de vários temas que não podem ser explicados separadamente. Entre as principais temáticas que serão abordadas neste artigo destaco a divisão do trabalho, indivíduo e sociedade, solidariedade e moralidade, Estado. O recorte que empreendi é apenas uma via de análise possível da obra de Durkheim. Não pretendo apresentar nenhuma novidade sobre o autor. A minha meta é apenas encontrar a lógica de análise que perpassa esses conceitos em sua obra, em especial a partir da discussão entre sociologia e modernidade. A consideração do fato social será feita nas discussões que se seguem.

David Émile Durkheim nasceu em 15 de abril de 1858, na cidade de Épinal, entre os territórios da Alsácia e Lorena, os quais, a partir de 1871, ficariam marcados pelas disputas franco-alemãs. O jovem Durkheim, nascido no seio de uma família judia, iniciaria seus estudos em Paris, no Liceu Luis Le Grande, o que proporcionaria o seu ingresso, em 1879, na École Normale Superieux, permanecendo lá até 1882. Nesse ano, ao formar-se em filosofia, é nomeado professor em Sens e Saint-Quentin. De 1885 a 1886 é aluno de Wilhelm Wund, desenvolvendo estudos de antropologia e de psicologia dos povos. Entre publicações de artigos e cursos ministrados em Paris, Durkheim publica em 1892 sua tese de doutoramento, intitulada Da Divisão do Trabalho Social. No ano de 1895 publica As Regras do Método Sociológico, e dois anos depois O Suicídio.

2. Sociedade e Moralidade.

Uma das maiores polêmicas na sociologia de Durkheim é a consideração segundo a qual a sociedade constitui uma realidade distinta da soma dos seus membros. A sociedade consistiria num agregado de indivíduos dotados de consciência, mas ele seria uma realidade de nova espécie. As festas, cerimônias e os cultos teriam a força de mostrar ao indivíduo neles inserido um objeto ao mesmo tempo coercitivo e desejado. Penso que para Durkheim não basta a sociedade encarnar o fato moral, é preciso que este seja querido, almejado pelos membros da coletividade. Assim, Durkheim (1994, p.58) afirma que

“As regras morais estão investidas de autoridade especial em virtude da qual são obedecidas, porque elas ordenam. Encontraremos desse modo, embora por uma análise puramente empírica, uma noção de dever que leva a uma definição muito próxima daquela que foi dada por Kant (...) Mas a noção de dever (...) não esgota a noção de moral. É impossível que nós cumpramos um ato unicamente porque nos foi ordenado, com abstração de seu conteúdo. Para que possamos nos desempenhar como sujeitos, é necessário que o ato desperte de alguma forma a nossa sensibilidade, ou seja, que se apresente a nós, de certo modo, como desejável.”

Dessa forma, o fato moral se reveste de uma autoridade que obriga e agrada o indivíduo. Todo ser que possui ambas as características lembra o sagrado. A sociedade teria frete ao indivíduo....

....um caráter proibido e bom, uma vez que há uma moral comum e geral para todos os homens pertencentes a uma coletividade. O indivíduo em Durkheim deseja o dever.

Essa anterioridade da sociedade diante do indivíduo tem explicação, para Durkheim, na forma como os seus membros tomam consciência da realidade. Enquanto Kant postulava a existência de categorias de entendimento, como noções de espaço, tempo, qualidade etc, apriori no indivíduo, Durkheim afirmava que tais categorias não são produtos da consciência do indivíduo, mas tem sua origem no todo societal, lugar privilegiado do conhecimento e fonte da vida. Se, para Kant, a capacidade de julgamento constitui uma das qualidades da mente, para Durkheim todo e qualquer julgamento tem sua origem unicamente na sociedade, sendo posteriormente apropriado pelo indivíduo. A sociedade é o local de produção das categorias fundamentais do conhecimento.

As representações geradas pela coletividade teriam, dessa forma, o mesmo caráter de desejo e obrigação apresentado pela sociedade, uma vez que a sua produção se daria em momentos de celebração e festejos. Para Durkheim (1994, p.40), “a representação não é um simples aspecto do estado em que se encontra o elemento nervoso no momento em que a referida representação tem lugar, porque se mantém ainda quando este estado já desapareceu e porque as relações entre representação são de uma natureza diferente.”

Assim, acredito que a força que a sociedade exerce sobre o indivíduo em Durkheim deve ser vista de uma maneira a levar em conta a existência de sujeitos dotados de consciência

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