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Tratamento do amor nas obras de Luis de Camões

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Por:   •  23/2/2015  •  Seminário  •  1.295 Palavras (6 Páginas)  •  292 Visualizações

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O tratamento do amor nas obras de Luís de Camões

Tanto nos sonetos como na sua epopeia Os Lusíadas, Camões descreve frequentemente sobre o tema do amor. A maioria dos textos referem-se ao amor platónico, similar ao amor cortês que se encontra na poesia lírica dos primeiros textos na literatura portuguesa. Quando o Humanismo começou a florescer na Europa durante aquela época, muitos poetas recorreram ao tema do amor neoplatónico, porque era um novo regresso ao platonismo, nas suas obras. Camões fez o mesmo, e foi mestre de utilizar figuras de retórica, como paradoxos, antíteses, e também mitologia para transmitir a sua visão pessoal sobre um tema com que todos se preocupam constantemente: o amor.

Quanto à temática, os poemas do amor platónico concentram-se num objeto ideal que recebe a atenção do poeta. Este objeto é a mulher inatingível. Devido à sua beleza, muitas vezes esta poesia descreve a aparência física das mulheres. O narrador transmite o seu amor a elas, mas usualmente as mulheres não sabem deste amor (ou não é explícito) ou recusam este amor. Vemos estes dois resultados nos textos de Camões.

“Endechas” descreve muito a aparência de uma mulher cativa. “Rosto singular/ olhos sossegados,/ pretos e cansados,/ mas não de matar” (Matos 66) termina a segunda estrofe. O poema enfoca na aparência da cativa para demostrar-nos a sua beleza. Vemos uma sensualidade nas palavras que descrevem as feições. Por exemplo, usar os adjetivos “sossegados” e a frase

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“não de matar” mostra-nos que o narrador está apaixonado com a mulher, mas ao mesmo tempo ele descreve-a de uma distância. Assim, ele aprecia a beleza da mulher de forma abstrata porque ele não enfoca na paixão entre eles. Não é um amor carnal, mas um amor louvado e idealizado. Com a distância, a mulher fica como o objeto dos desejos do narrador.

Todo o poema está cheio de figuras de retórica (de estilo). Começa com um paradoxo: “Aquela cativa,/ que me tem cativo”. Mesmo que a mulher seja cativa, o amor que o sujeito sente para a ela também o cativa. Na terceira estrofe há outro exemplo de um paradoxo quando menciona que “para ser senhora/ de quem é cativa.” Uma senhora define uma mulher de classe alta. Como os poetas elevarem as mulheres a um estado superior a eles, pode-se ver que “cativa” se refere à classe sem poder. Então, aparece como uma contradição em contra uma senhora.

Ademais, Camões usa antítese neste poema para fazer contraste e destacar o poder do amor. “Nem no campo flores,/ nem no céu estrelas,/ me parecem belas/ como os meus amores” (Matos 66). O contraste entre o campo e o céu dá-nos a ideia da grande importância do amor em todas as facetas da sua vida. Ele só quer transmitir este amor à “cativa”, objeto dos seus desejos.

Camões continua a usar esta concepção da mulher como o objeto dos desejos em “Tanto de meu estado me acho incerto”. Este poema fala da contradição do amor. Mas, ainda visível na última estrofe, notamos que o narrador tenta lutar com os seus pensamentos do amor. Mas, ele desiste quando diz, “se me pergunta alguém porque assi ando,/ respondo que não sei; porém suspeito/ que só porque vos vi, minha Senhora.” O narrador cede ao amor depois de tanta incerteza nos seus sentimentos.

Este poema também tem exemplos de paradoxos como um método de ilustrar a grandeza do amor na mente do narrador. A segunda linha menciona “que em vivo ardor tremendo estou

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de frio” (Matos s. p.) Este paradoxo ajuda-nos a pensar, de novo, na importância e preocupação em amor durante o curso da vida. A incerteza faz com que o narrador tenha muitos sentimentos vívidos enquanto ele pensa do amor. Usando este paradoxo, vemos que esta incerteza inflige dor constantemente porque a força o controla.

Contudo, mesmo que Camões também use o tema do amor na sua grande obra os Lusíadas, o texto não oferece a mesma visão do amor. No Canto V, Vasco da Gama conhece Adamastor, o guardião do Cabo Tormentório. Mesmo este gigante guardião sofre do amor. Camões decide usar um pouco de mitologia e simbolismo para destacar outro tipo do amor no texto. Cria uma história que serve para mostrar em expressão as consequências do amor. Camões conta um episódio trágico entre Adamastor e o objecto dos seus desejos: a ninfa Thétis.

Nos sonetos e outros poemas, Camões concentra-se apenas no amor neoplatónico como os outros poetas da época. Nunca menciona que o narrador acaba com a mulher descrita e idealizada nos poemas. Assim, o narrador sempre deixa os leitores numa ilusão de grandeza sobre o amor. Contudo, ao contrário

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