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A MIGRAÇÃO DOS SÍMBOLOS

Por:   •  31/3/2020  •  Trabalho acadêmico  •  960 Palavras (4 Páginas)  •  131 Visualizações

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Centro Universitário Internacional UNINTER

Curso: Bacharelado em Serviço Social

Disciplina: Fundamentos de Antropologia e Fundamentos de Sociologia

Orientador Educacional: Elza Marquatz

Nome do aluno/a: Miriane Wojcikievicz  RU: 627764

Texto: SILVA, Sydnei da. A migração dos símbolos: diálogo intercultural e processos identitários entre os bolivianos em São Paulo.

São Paulo em Perspectiva , v. 19, n. 3, p.77 -83, j ul /set 2005 . http://univirtus.com/ava/web/roa/ 20 de novembro de 2019.

Resumo

Neste trabalho vamos analisar a linguagem dos símbolos no contexto migratório, que enfrentam uma forma de descriminação, este é o caso dos Bolivianos em São Paulo, a inserção dos imigrantes no contexto sociocultural é marcado por conflitos, estranhamentos, transformando as diferenças étnico-culturais em algo depreciativo, precisando lidar com o preconceito da sociedade local, que implica em uma dinâmica cultural do grupo dos emigrados, acarretando distintos traços, e passam a disputar com os nacionais, emprego, saúde e educação, implicando o grupo no direito de ser respeitado. A presença dos bolivianos não é recente, algum tempo já existia a presença de estudantes, que vinham por intercambio, Brasil-Bolívia, quando terminavam os estudos muitos ficavam, devido a oferta de trabalho, pois a Bolívia enfrentava uma crise Econômica, com altos índices de inflação. A maioria dos imigrantes vem pelas promeças de bons empregos, apostando tudo nas atividades de costura e alimentos, isso não significa a perda de sua cultura, pensando em dar uma vida melhor para seus familiares. Hoje os bolivianos na cidade de São Paulo se tornaram o grupo mais numeroso. Devido a vitalidade e pluralidade de suas manifestações culturais, em diferentes momentos do ano, entre os espaços públicos mais frequentados e de maior visibilidade pelos bolivianos temos a Praça Kantuta, no Canindé e a Igreja Nossa Senhora da Paz, no Glicério, na região central. Esta praça foi conquistada graças a um processo de negociação com a prefeitura. Os conflitos começaram com a chegada de mais bolivianos na praça aos fins de semana, contribuindo para o aumento da violência, drogas, acumulo de lixo,  a população começou a achar que este lugar publico, estava se tornando privado, assim os bolivianos foram transferidos para o Kantuta, a praça hoje é um pedaço da Bolívia, tendo varias funções, degustações, manifestações, propaganda religiosa, entre outras. O carnaval é outra grande festa que reúne diversos bolivianos na praça, agregando concursos de fantasia, outra tradição é a molhança, conhecida também como a brincadeira com água. Nas festas bolivianas, o que chama a atenção são a quantidade de pessoas de diferentes classes sociais, faixas etárias e origens étnicas. Os símbolos aparentemente dissonantes conversam entre si e, ao mesmo tempo, abrem possibilidades de aproximação entre diferentes culturas. No Brasil as danças da morenada e da diablada ainda que originárias de um contexto de escravidão do negro e do índio nas minas de prata da Bolívia, elas passam a ser, a expressão de uma identidade boliviana positiva, independentemente da origem histórica de cada uma delas - em geral pouco conhecida pelos dançarinos. Vale lembrar, porém, que essas danças eram vinculadas a um contexto religioso e, portanto, passaram a ser vistas pelos colonizadores como "diabólicas", esses símbolos são evocados e apresentados com orgulho pelos bolivianos como elementos constitutivos de uma possível "identidade cultural" boliviana. No caso das culturas andinas, é importante destacar a presença de um símbolo como a llama branca sacrificada à Pachamama por ocasião do plantio. Símbolos dessa natureza são comuns em contextos em que a relação do homem com a terra é vital para a sua sobrevivência, como é o caso dos povos andinos. Para estes, a abundância não é uma simples decorrência das respostas da natureza à ação do homem, mas depende de uma relação de reciprocidade, expressa nos rituais de fertilidade, onde o derramamento de sangue é fundamental para garantir uma boa colheita. Os pedidos à Pachamama (Mãe Terra) no início do mês de agosto. Ora, também o significado do animal encontrado nos bois-bumbás de Parintins e nos bumba-meu-boi de outras partes da Região Nordeste - que são definidos por Mário de Andrade como a expressão de algo "maior e geral" que é o "princípio de Morte e Ressurreição" da natureza. A festa é um auto que dramatiza, segundo a narrativa dos brincantes, a História de Catirina, mulher de um peão de fazenda, chamado Pai Francisco, que estava grávida e queria comer língua de boi. Desesperado, seu marido resolve matar o boi do dono da fazenda, o amo do boi. Denunciado por um dos vaqueiros e perseguido por índios guerreiros a serviço do amo, Pai Francisco tem que encontrar um meio de trazer o boi de volta. Assim, ele resolve chamar outros personagens para ajudá-lo a "curar" o boi - o padre, o doutor, o pai de santo, o pajé - até que alguém deles, o aconselha a aplicar um clister no rabo do boi. Feito o que lhe fora ensinado, o boi dá seu urro, demonstrando que está vivo, e todos comemoram com danças, comida e bebida a ressurreição do boi. As festividades no Peru, o boi aparece na Yawar fiesta, que significa festa do sangue, realizada entre os dias 26 a 30 de julho, em povoados como Cotabambas (Apurímac), região de Cuzco. Essas festividades acontecem durante as celebrações comemorativas da independência peruana, o dia 28 de julho. Já na Bolívia a brincadeira com o boi, denominado de Waka tok'oris ou de toros bailadores, aparece no contexto do carnaval (tal como o bumba-meu-boi em Pernambuco e Alagoas e o boi-de-mamão em Santa Catarina) e também das festas devocionais - entre elas a da Virgem de Urkupiña (Cochabamba) e a de Gran Poder (La Paz), quando um personagem com a armadura do boi e outro na condição de toureiro simulam uma tourada. Através dessa dinâmica do boi, em diversas culturas, podemos perceber as diversificações que permitem diálogos, acerca da identidade e contexto culturais.

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