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Biossegurança

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Por:   •  17/3/2015  •  4.703 Palavras (19 Páginas)  •  173 Visualizações

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Biossegurança na perspectiva da equipe de enfermagem de Unidades de Tratamento Intensivo

INTRODUÇÃO

A evolução das técnicas e conhecimentos de saúde, assim como a descoberta dos microrganismos e dos antibióticos trouxe consigo preocupações para os profissionais de saúde, tais como combater os inimigos invisíveis causadores de agravos e garantir que os mesmos não se disseminem. A carência de conhecimentos atualizados, de padronização das ações, de adesão ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e de técnicas adequadas pode significar risco para a saúde dos trabalhadores e também dos usuários dos serviços.

Diante da incidência crescente de agravos por exposição biológica em trabalhadores de saúde(1-2), estudiosos e pesquisadores devem concentrar estudos com foco na biossegurança, buscando intervir sobre esses agravos, de modo a minimizar consequências e proporcionar maior segurança no trabalho. Vale ressaltar que a Biossegurança é o conjunto de ações destinadas à prevenção, minimização ou eliminação de riscos intrínsecos às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços. Tais riscos podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade do trabalho desenvolvido(3).

A rotina de trabalho em estabelecimentos de saúde exige que o trabalhador esteja atento às normas de biossegurança para garantir a proteção da sua saúde. Profissionais que trabalham em hospitais estão sujeitos a adquirir doenças graves como tuberculose, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS) e hepatite B e C, dentre outras, que, por sua vez, causam consequências catastróficas na vida pessoal e social do indivíduo.São doenças de alta incidência e de considerável subnotificação, sendo que as últimas configuram-se como fatais(4).

Além disso, muitos cenários são deficientes na organização e manutenção de comitês de segurança, tais como Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e/ou Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), ou funcionam, apenas, como mais uma burocracia limitada ao papel, com parcas ações de proteção à saúde do trabalhador. Em muitas instituições(4) há subnotificação das ocorrências de acidentes com materiais perfuro cortantes, a cobertura vacinal dos trabalhadores é deficiente, não há mapa de riscos ambientais para a prevenção de acidentes de trabalho, entre outras fragilidades que favorecem a exposição a riscos ocupacionais como inconsistência na gestão do risco, sobrecarga de atividades e inadequações na estrutura física(5).

Diante disso, a relevância do estudo se dá pela possibilidade de refletir, discutir e agir na criação de estratégias de segurança. Ao trabalhador deve ser dado o espaço que lhe é devido, enquanto ator na produção do cuidado, não apenas de corresponsabilização pelo dano a si e ao usuário, mas, sobretudo, de contribuição para a criação de ambientes saudáveis e de cumprimento à legislação, tias como as propostas pela Norma Regulamentadora nº 32 (NR 32)(6), objeto deste estudo.

Assim, tendo como alicerce a Norma Regulamentadora nº 32(6), investigou-se a segurança biológica oferecida e/ ou sua aderência no cotidiano das práticas, do ponto de vista de quem trabalha. Vale salientar que, nesta norma estão agrupadas medidas de atenção aos riscos biológicos, foco deste estudo, aos riscos químicos, a exposição às radiações ionizantes, assim como legisla sobre limpeza, alimentação, conservação de ambientes, máquinas e materiais associados à prevenção de agravos ao trabalhador da saúde(6).

Tendo em vista a relativa escassez de estudos sobre o tema biossegurança e que a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) é um campo fértil para pesquisas desta natureza, por toda a complexidade que os cuidados representam, este estudo justificou-se pelo valor do tema para a qualidade de vida e do trabalho da equipe de enfermagem.

Teve o intuito, também, de propor uma reflexão sobre a importância da discussão sobre o tema nos espaços laborais, considerando que, embora a legislação determine ações que tenham como foco a segurança do profissional que trabalha exposto aos fluidos biológicos nos serviços de saúde, ainda se observa, em diferentes cenários, negligência e/ou omissão da equipe de enfermagem quanto aos procedimentos elementares de biossegurança, tais como a higienização das mãos, o uso de EPI, a adesão às precauções universais de biossegurança, entre outros(7-8).

Sendo assim, o objetivo do estudo foi investigar saberes e práticas da equipe de enfermagem sobre biossegurança em Unidades de Tratamento Intensivo bem como identificar situações de risco biológico que o trabalhador está exposto e a adesão das unidades à NR 32.

METODOLOGIA

Este estudo é do tipo descritivo e de abordagem qualitativa porque envolveu o entrevistado e o entrevistador, contemplou aspectos inclusos no contexto do dia a dia e das vivências do sujeito. A pesquisa qualitativa torna-se importante para compreender as relações sociais tanto no âmbito das instituições como dos movimentos sociais, para representação de grupo, de tema específico e para avaliação de situações de políticas públicas e sociais(9).

O estudo foi realizado em duas Unidades de Tratamento Intensivo Adulto de dois hospitais de médio porte da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, no segundo semestre de 2012. A opção pela escolha desses locais levou em conta tratar-se de ambientes que solicitam adesão às normas de biossegurança pelos complexos cuidados desenvolvidos, conjuntura que favorece a infração de algumas normas, dada a imprevisibilidade e urgência do atendimento em muitas situações, o que, por sua vez, contribui para a negligência ao autocuidado do trabalhador.

Participaram do estudo técnicos de enfermagem e enfermeiros. Foi critério de inclusão no estudo ser técnico de enfermagem ou enfermeiro atuante e ativo na Unidade de Tratamento Intensivo estudada, em qualquer turno.

Os dados foram coletados mediante entrevista feita no local de trabalho dos sujeitos, com agendamento prévio, realizada de forma verbal, envolvendo a interação direta entre pesquisador e sujeito pesquisado(9). Para tanto, foi utilizado um roteiro de perguntas semiestruturadas com questões que versavam sobre higienização das mãos e dispositivos para a técnica adequada, reencape de agulhas, descarte e destinação do resíduo e da roupa suja, consumo e guarda de alimentos e medicamentos na unidade de cuidado, equipamentos de proteção á exposição

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