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Cultura, Individualidade e Sociedade

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Por:   •  5/6/2014  •  Tese  •  3.353 Palavras (14 Páginas)  •  378 Visualizações

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Ciências Sociais

Relatório Final das Atividades Práticas Supervisionadas

ETAPA 1: Cultura, Indivíduo e Sociedade

Conceitos:

CULTURA: É um todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito, costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da Sociedade.

INDIVÍDUO: É cada ser contemplado isoladamente, com atributos particulares de unicidade, distinguindo-se dos demais. Para as Ciências Sociais é cada membro que formam uma sociedade.

SOCIEDADE: Grupo de indivíduos que compartilham uma mesma cultura.

BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2006.

A abordagem de Peter Berger e Thomas Lukmann apreende a sociedade como uma realidade ao mesmo tempo objetiva e subjetiva. A sociedade é uma produção humana e o homem é uma produção social. A sociedade é entendida como um processo dialético de exteriorização, objetivação e interiorização. Os autores explicam a sociedade como realidade subjetiva, considerando que a socialização é o processo pelo qual ocorre a interiorização da realidade. A socialização é explorada num duplo viés, a dizer a socialização primária e a socialização secundária. A socialização primária é a primeira socialização que o indivíduo experimenta na infância, e em virtude da qual se torna membro da sociedade. Através da socialização primária o indivíduo toma posse de um “eu” e de um “mundo” objetivo, ou seja, é integrado a uma dada realidade. O indivíduo adquire conhecimento do papel dos outros e neste processo entende o seu papel, em suma, apreende sua personalidade através de uma atitude reflexa. A consolidação dos papéis sociais é entendida como tipificações de condutas socialmente objetivadas. A socialização primária envolve o sentimento de emoção, a secundária não. A socialização secundária é qualquer processo subseqüente que introduz um indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade. A socialização secundária é a interiorização de “submundos” institucionais e baseados em instituições. Estes submundos são geralmente realidades parciais, em contraste com o mundo básico adquirido na socialização primária. A socialização secundária não sobrepõe a identidade criada na socialização primária. A socialização secundária admite re-elaboração, pode ser reconstruída. A mudança social ocorre na relação entre a socialização primária e secundária. A socialização primária orienta-se para a formação da identidade social, ela é essencialmente reprodutora do mundo social. É o processo de incorporação da realidade tal qual ela é, ou seja, intenta a integração dos indivíduos nas relações sociais de produção e reprodução existentes. A socialização secundária produz as identidades. A socialização das gerações é diferenciada. Os aparelhos de socialização primária (famílias, escola) entram em interação com os aparelhos de socialização secundária (empresas, profissões) provocando crises de sentido nos saberes. A socialização secundária pode por em causa as hierarquias e saberes da socialização primária. Afinal, não é a criança quem vai mudar as regras. A possibilidade de construção de outros mundos interiorizados a partir da socialização secundária para além dos que foram interiorizados na socialização primária seria a base da mudança social. Desde muito cedo as crianças apreendem informações que superam a família, basta ver o uso do computador ou videogames por crianças em famílias em que os pais não usam computador e nunca vão usar, mas as crianças buscam isso. A socialização primária demarca a percepção de que “o mundo é assim” e se completa quando surge a dúvida de “por que o mundo é assim”. Segundo Berger e Lukmann, o social pré-existe ao individual, mais do que isso, o social é que permite a individualização. O indivíduo não nasce como membro de uma sociedade, mas nasce com a predisposição para a sociabilidade e torna-se membro da sociedade.

ETAPA 2

Considerado como um dos clássicos do cinema político italiano dos anos 60 e 70 o filme “A classe operária vai ao paraíso”. Traz a tona à questão do debate em torno do engajamento dos operários na vida política européia e particularmente, italiana. Lulu personagem principal da trama é um operário padrão e por isso, desperta a ira dos colegas, pois é extremamente produtiva e tida como exemplo pela direção da empresa, essa busca desenfreada por produzir muito tem um propósito, a tentativa de ganhar um valor extra no salário referente a uma premiação por peça. Algo que o faz até mesmo submeter-se a servir de parâmetros para os demais colegas, os quais deveriam ser tão produtivos quanto Lulu. Um fato muito interessante observado no começo do filme e relacionado com o capitalismo é o que os patrões dizem aos empregados quando eles entram na fábrica: “Pelo seu próprio interesse, tratem com carinho as máquinas que lhes confiamos”. Essa frase retrata a então situação descrita por Marx da expropriação dos meios de produção. Os burgueses possuem as máquinas que aumentam a produtividade dos empregados e esses, sem o dinheiro para poder comprá-las, vendem sua força de trabalho para sobreviver através dos ganhos salariais. Essa situação obrigava os operários a aceitarem as condições degradantes que lhes eram impostas. Além disso, o operário começa a ficar tão alienado em seu trabalho por não saber para qual objetivo ele está trabalhando tanto que alguns começam a sofrer de problemas psicológicos. Lulu tem como base o triple que são: o discurso extremista dos estudantes, a postura moderada e pragmática dos sindicalistas e, sobretudo, seu velho companheiro de trabalho, Militina, que devido ao trabalho da fábrica acabou enlouquecendo, indo parar em um manicômio. É possível perceber de forma espetacular a questão da alienação do trabalho no capitalismo ao observarmos a conversa de Lulú e Militina, onde este, tido como louco e dentro de sua ‘loucura’, lembra-se do questionamento que fazia sobre a utilidade das peças que produzisse. Essa vitória dos sindicatos foi crucial para a sobrevivência do capitalismo fordista. Com as reformas nos processos das fábricas favorecendo, mesmo que pouco, o operariado, a revolução se tornou menos alarmante. David Harvey afirma que uma das contradições do capitalismo era a questão de como disciplinar o operário. Através das vitórias sindicais, os trabalhadores começaram

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