GENETICA

Estudo da variabilidade Genética em Bovinos da Raça Senepol por Marcadores Microssatélites de DNA

Yvana Melyssa Mandú Margarido1, Yasmim Martins dos Santos2, Telmo José Mendes3, Luis Marcelo Pinheiro4, Paulo Henrique de Sousa5, José Elivalto Guimarães Campelo6, Ednaldo da Silva Filho7.

1Acadêmicas de Medicina Veterinária, UFRA, Belém-PA, yvanamelissa@hotmail.com

2Acadêmicas de Medicina Veterinária, UFRA, Belém-PA, yasmim.martins12@hotmail.com

3Professor e Pesquisador do Departamento de Agronomia da Universidade federal do Maranhão/CCAA, engtelmo@hotmail.com

4Professor

5Professor

6Professor

7Professor e Pesquisador do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia, silva.filho@ufra.edu.br

Resumo: A raça Senepol é um bovino taurino de grande adaptabilidade ao clima tropical e foi recentemente introduzida no Brasil e pouco se conhece a respeito da variabilidade genética da raça. Portanto, o objetivo deste trabalho foi estimar a variabilidade genética de um rebanho da raça Senepol oriundo do Município de Uberlândia-MG baseado em marcadores microssatélites recomendados pela Sociedade Internacional de Genética Animal e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. Foram coletados 5 mL de sangue de 29 animais aleatoriamente e foram processados a extração de DNA, PCR e genotipados em sequenciador automático de DNA para 10 loci microssatélites. Todos os genótipos foram analisados estatisticamente para vários parâmetros de diversidade. A média de alelos observados foi de 5,30±1,25 e o número de alelos efetivos foi de 3,11±1,08. A média do índice de Shannon foi 1,26±0,32 e os valores de Heterozigosidade e PIC, em média, foram 0,71±0,15 e 0,64±0,14, respectivamente. A média de Fis igual a 0,05±0,27 e a probabilidade final do equilíbrio de Hardy-Weinberg foi altamente significativa (P<0,001). Portanto, o rebanho apresenta alta variabilidade, porém com considerável grau de endogamia sendo necessário introduzir novos reprodutores não aparentados no rebanho.

Palavras chave: bovinocultura, diversidade, endogamia, STRs

Introdução

A raça Senepol é um bovino taurino de origem do cruzamento entre as raças Red Polled (britânica) e N’Dama (africana) (MATTIOLI et al., 2000), a mesma foi recentemente introduzida no Brasil e se destaca no Estado de Minas gerais e poucos estudos científicos foram realizados com a raça. O uso de microssatélites para a avaliação de diversidade bovina tem possibilitado vários entendimentos da estruturação genética de várias raças bovinas, principalmente as de interesse de conservação (SILVA FILHO, 2012). Siqueira et al. (2009) avaliaram cinco loci microssatélite de reprodutores de várias raças, incluindo a raça Senepol, onde os mesmos observaram alta diversidade entre os reprodutores. Contudo, somente um locus é recomendado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. Portanto, o objetivo deste trabalho foi estimar a variabilidade genética de um rebanho bovino da raça Senepol criado no Município de Uberlândia-MG baseado em marcadores de DNA Microssatélites, recomendados pela Sociedade Internacional de Genética Animal e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.

Material e Métodos

Amostras de tecido sanguíneo (5 mL) foram coletados aleatoriamente de 29 animais da raça Senepol criados no Município de Uberlândia, Estado de Minas Gerais. As amostras foram submetidas à extração de DNA, PCR e genotipadas em sequenciado automático de DNA para dez loci microssatélites recomendados pela ISAG: BM1818, BM1824, BM2113, ETH10, ETH225, ETH3, INRA023, SPS115, TGLA122, TGLA126. O programa POPGENE 1.32 (YEH et al., 1999) foi usado para estabelecer as respectivas frequências alélicas para cada locus, alguns índices de diversidade, como: O número de alelos (Na) por locus, o número de alelos efetivos (Ne) e o índice de Shannon (SI). A heterozigosidade esperada (He) foi estimada segundo Ney e Roychoudhury (1974). Os valores de PIC foram estimados segundo Botstein et al. (1980). As probabilidades para o equilíbrio de Hardy-Weinberg e a existência de associações randômicas dos genótipos foram determinadas segundo Guo e Thompson (1992) e o coeficiente de endocruzamento (Fis) dentro da população foram computadas pelo programa GENEPOP 3.1d (RAYMOND E ROUSSET, 1995).

Resultados e Discussão

Todos os parâmetros de diversidade avaliados neste trabalho estão demonstrados na Tabela 1. A média de alelos observados foi de 5,30±1,25 e o número de alelos efetivos foi de 3,11±1,08, ou seja, 57% dos alelos observados são representativos na população. A média do índice de Shannon foi 1,26±0,32 e os valores de Heterozigosidade e PIC, em média, foram 0,71±0,15 e 0,64±0,14, respectivamente. Houve um déficit de heterozigosidade na população com Fis igual a 0,05±0,27 e a probabilidade final do equilíbrio de Hardy-Weinberg foi altamente significativa (P<0,001).

Tabela 1. Números de alelos observados (Na), Número de alelos efetivos (Ne), Índice de Shannon (SI), Heterozigosidade esperada (He), Conteúdo Polimórfico Informativo (PIC), Déficit de heterozigosidade (Fis) e Probabilidades para o equilíbrio de Hardy-Weinberg (PHWE), na raça Senepol.

Loci Na Ne SI He PIC Fis PHWE

BM1818 5,00 3,84 1,45 0.76 0.69 0,27 0,04

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