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INFLAÇÃO

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Por:   •  28/8/2014  •  Resenha  •  9.866 Palavras (40 Páginas)  •  189 Visualizações

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INFLAÇÃO

Texto orientativo produzido por

Carlos Alberto Vittorati

A partir do momento em que o modo de pensar e agir capitalista se tornou predominante nas áreas economicamente centrais da Europa Ocidental, notadamente Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda, que o dinheiro se tornou elemento de referenciação da atividade econômica das pessoas e das empresas por elas constituídas.

É preciso partir do ponto inicial e marcante do processo que é o da formação da mentalidade capitalista, que acontece a partir do momento, ao final do século XV, quando François Troussand deu ensejamento à concepção técnica das ideias de VALOR e de LUCRO. Ele estabeleceu que todos os bens (coisas e serviços) possuíam um valor, que ele chamou de VALOR DE USO, que é dado pelo que o dono ou proprietário do bem e/ou serviço gastou para produzir ou para adquirir o elemento referenciado. Ou seja, o VALOR DE USO está diretamente ligado ao quanto se gasta para se ter a posse de um bem e/ou de um serviço. No entanto, François Troussand foi além e referenciou que o(a) cidadão(ã) que detém a posse de um determinado bem e/ou serviço pode, em determinado momento, dispor-se a transferir esta posse para um terceiro – pessoa ou empresa. E, o valor percebido com a transferência é denominado VALOR DE TROCA. E, quando o VALOR DE TROCA é maior que o VALOR DE USO, há um ganho ou um acréscimo de valor, em favor do(a) cidadão(ã) que cedeu a posse ao indivíduo terceiro, o que se denomina tecnicamente como LUCRO. Ocorrendo uma situação contrária, com o VALOR DE TROCA se conformando em quantidade menor que o VALOR DE USO, o fator resultante é chamado de PREJUÍZO.

As concepções de Troussand criaram a chamada base monetária de assentamento do ideário capitalista, que passou a referenciar a idéia de que a todos os seres humanos é permitido possuir e acumular bens materiais, sendo que o que torna a permissão filosófica factível são as capacidades produtiva e acumulativa de cada indivíduo ou cidadão(ã).

Outro aspecto importante, desenvolvido pelos continuadores da obra de Troussand foi de que a expressão da riqueza material não é mais imobiliária; mas, ao contrário, é monetária. Ou seja, os indivíduos não são considerados ricos porque possuem bens físicos, mas porque possuem meios que os permite adquiri-los, por meios próprios e, a qualquer tempo.

Destaque-se que é preciso considerar, ainda, que as inovações conformadas pelo pensamento capitalista deram conformidade a uma outra grande mudança, agora de comportamento. Até o final da Idade Média as pessoas ou indivíduos viviam em uma condição confortável de segurança. Em raras e especiais situações as pessoas eram alcançadas por situações que implicavam na perda dos bens possuídos. Na sociedade capitalista, porém, esta quase certeza se transformou em incerteza absoluta. Afinal, como a riqueza monetária pode ser facilmente “perdida”, as pessoas vivem a perene inconstância da riqueza possuída e, por isto, são vitimadas pela idéia de progresso material, sendo obrigadas a buscar cotidianamente a ampliação do quociente monetário que detém. Ou seja, as pessoas vivem a insegurança da riqueza possuída, que, em face de sua volatilidade deixa visível a perspectiva de seu esvaimento a qualquer momento a qualquer tempo.

Vale ressaltar, porém, que a situação acima só era amenizada pelo fato de que as transações econômicas de âmbito internacionais eram pagas à custa de porções de ouro, de prata oud e outros metais preciosos. E, esta situação persistiu até o encerramento da Segunda Guerra Mundial, quando, na construção da NOEFI – Nova Ordem Econômica e Financeira Internacional, os Estados Unidos da América impuseram a utilização do dólar do país (dólar estadunidense) como meio de pagamento do comércio internacional. E, esta decisão completou o processo de monetarização da economia, tornando a riqueza econômica ainda mais volátil e, os seres humanos, seus detentores, ainda mais inseguros no tocante à sua posse.

E oportuno destacar, ainda, que o processo sucintamente referenciado foi gradativa e sequencialmente construído, de acordo com o que se explicita a seguir.

A primeira etapa de efetivação da mentalidade capitalista de atuação econômica foi o Mercantilismo, momento em que as nações européias mais efetivamente organizadas, como Portugal, Espanha, Inglaterra e Holanda bancaram seu processo de enriquecimento econômico buscando produtos no espaço internacional e, com eles, fazendo o abastecimento da Europa Ocidental. E, é importante mencionar que num primeiro momento este comércio ultramarino foi feito com a busca de produtos di Oriente, como o cravo, a canela, a pimentão colorau, a seda, o papel e a pólvora. E, a partir do momento em q eu a demanda destas ditas “especiarias” se normalizou, a ocupação das Américas deu aos europeus quantidades expressivas de ouro, de prata, de cobre, de pedrarias e de alimentos. E, com isto, justificou-se a expansão ultramarina européia e o processo de colonização do continente americano.

Enquanto as outras grandes potências européias se dedicavam ao comércio, a França, em função da sua vastidão territorial e da sua minúscula porção colonial americana, dedicava-se à produção agrícola e rural, dando efetividade a um pensamento econômico voltado para a viabilização das atividades da terra, denominada Fisiocracia. E, com a Fisiocracia desenvolveram-se as primeiras conformações calculísticas de natureza econômicas interna.

No entanto, a partir do limiar do século XVIII, na Inglaterra, foi estruturado o processo de produção industrial, as partir do qual consolidou-se o processo denominado Revolução Industrial.

É importante que se referencie, ainda, que a Revolução Industrial caracterizou o momento a partir do qual a Inglaterra, valendo-se da existência de 03 (três) fatores extremamente importantes, como a grande quantidade de pessoas disponíveis para a formação do operariado industrial, a disponibilidade da lã e a abundância de carvão mineral, agregou aos mencionados fatores, o que lhes permitiu elaborar, a partir das disponibilidades existentes, produtos mais efetivamente identificados as necessidades físicas e materiais dos contingentes populacionais atingidos. Ou seja, a Inglaterra formalizou o que se chamou de Revolução Industrial, que caracterizou o momento, a partir do qual, os seres humanos conseguiram transformar os elementos dados pela natureza em produtos tecnicamente acabados.

Vale destacar, ainda, que de 1680 até a independência dos Estados Unidos da América, ocorrida em 1776, a Inglaterra operou sozinha como única grande potência

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