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Por:   •  6/9/2014  •  Seminário  •  791 Palavras (4 Páginas)  •  123 Visualizações

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Em minhas andanças pelo ensino da redação científica no Brasil, tenho percorrido instituições de ensino, frequentemente as públicas, das mais pobres às mais ricas. Tenho falado desse tema nas instituições de alto reconhecimento nacional e internacional, até aquelas que se iniciam no processo da pesquisa científica. Tenho ido nas instituições das grandes capitais e também nas das cidades interioranas, muitas vezes a centenas de quilômetros de um grande centro, com acesso difícil. E considero alta minha frequência nessas visitas, quando ministro cursos ou palestras, pois chego a ter de 40 a 80 participações num ano, numa atividade mais intensa nos últimos 15 anos. Nessas participações, converso com alunos, orientadores, coordenadores de pós-graduação, pró-reitores e reitores. Com isso, quero enfatizar que minha amostragem sobre redação científica no Brasil não é pequena. Além disso, já corrigi e reescrevi, no passado, mais de 250 artigos, nas três áreas do conhecimento, na tentativa de propiciar a esses autores melhora qualitativa, pois os considero vítimas de um processo de ensino equivocado. O que coloco a seguir é um pouco dessa percepção, associado aos meus estudos de 27 anos sobre ciência, metodologia, publicação e redação científica.

) Os orientadores não estão ensinando - Ensinar um orientando a escrever um texto científico requer, primeiramente, conhecimento específico sobre redação científica. Depois, a vontade em ensinar. Não basta pedir para o orientando escrever e depois mexer no texto e publicar. É necessário construir junto com o aluno. Mas, para isso, o aluno deve ter passado pela tentativa de construir esse texto. Infelizmente, muitos não ensinam porque não sabem fazer. Com meus orientandos, geralmente o que faço é pedir que escrevam o artigo (ou outra forma que esteja fazendo). Sei que não estará bom, mas ele deve estar mergulhado no problema e a redação propicia isso, lhe incita questões. Começo a ler o texto e já no início percebo que está muito ruim, sem chance de ser corrigido... deve nascer de novo. Então, chamo o aluno para ficar ao meu lado enquanto eu escrevo o texto. Vou construindo o texto e expondo em voz alta o que passa pela minha cabeça (quase tudo!) enquanto redijo. Vou mostrando a ele meus acertos e meus erros, quando mantenho algo que escrevo ou quando mudo o que eu mesmo escrevi. Tudo deve ter uma justificativa. Desde a estratégia geral para a colocação das ideias até cada palavra escrita, cada ordem de ideias inserida nas frases e cada finalização de parágrafo, cada gráfico ou tabela, bem como cada inserção de literatura. Tudo deve ser explicado. Lógico que antes disso eles já assistiram aos meus cursos algumas vezes e leram alguns de meus livros. Quando o trabalho é submetido à publicação, geralmente retorna com crítica, e discutimos cada uma delas no espírito de que ou a crítica está correta e temos que fazer a correção, ou está errada e mostraremos isso ao revisor e ao editor. Com esse processo, os alunos geralmente começam a apresentar um texto melhor estruturado e escrito após a redação do segundo ou terceiro trabalho. Meu objetivo é que, ao concluírem o doutorado, tenham autonomia para redigirem um artigo que se possa criticar e fazer pequenas alterações, sem necessitar reescrever partes significativas. Infelizmente, há orientandos que acham que já sabem... e perdem a chance de aprender;

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