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O TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES NO PARANÁ

Por:   •  26/11/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.876 Palavras (8 Páginas)  •  86 Visualizações

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O TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES NO PARANÁ

Resumo

No presente artigo foram analisadas diversas questões referentes ao tráfico ilegal de animais silvestres no Brasil, principalmente no Estado do Paraná. Foram analisados os principais locais da região onde o tráfico de animais ocorre regularmente. O objetivo principal é evidenciar a gravidade do tráfico de animais, assim como seus perigos e consequências. Também é estudada a situação do Paraná em relação a essa atividade.

Palavras-chave: Tráfico de animais silvestres no Paraná, venda ilegal, fauna e flora.

Introdução

A captura e retirada de animais de seu habitat natural, visando o comércio ilegal, é entendido como tráfico de animais. O tráfico de animais que não podem ser domesticados ou que não são habituados a presença de humanos é um dos comércios mais lucrativos do mundo, movimentando cerca de 10 a 20 bilhões de dólares por ano no Brasil.

Devido à alta biodiversidade da fauna e da flora brasileira, com enfoque para o estado do Paraná devido à presença da Mata Atlântica e do Parque Nacional Iguaçu, o país se torna alvo de uma intensa procura por animais e plantas exóticas para as mais diversas finalidades. Os animais mais raros, por exemplo, como a arara-azul, a jaguatirica e muitos outros, são os animais mais buscados e vendidos por preços altos e excessivos.

Dessa maneira, é necessário estudar de que forma essa atividade ocorre pelo país, explorando os efeitos negativos que causam ao equilíbrio do ecossistema e a sua contribuição para a exploração econômica das mais diversas florestas ao redor do país.

Principais Locais de Captura e Venda de Animais Silvestres

        Considerado como um tipo de crime organizado e sendo a terceira maior atividade ilícita do mundo (CFBio-05), o tráfico de animais silvestres movimenta anualmente cerca de 2 bilhões de dólares no Brasil, sendo formado por uma trama de pessoas envolvendo pesquisadores, funcionários de órgãos ambientais e pessoas de diversas outras áreas, ocasionando inúmeros desequilíbrios ecológicos.

Segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), anualmente cerca de 38 milhões de animais são traficados no Brasil e 09 em cada 10 animais morrem durante o processo, fato que implica no aumento do número de espécies ameaçadas e consequentemente o risco de extinção. Esses animais possuem majoritariamente quatro destinos, sendo eles colecionadores particulares principalmente na Europa, América do Norte e Ásia; A biopirataria, que envolve a retirada ilegal de espécies nativas principalmente da região Amazônica, visando a sua utilização para fins científicos em outros países e a criação de patentes; Os subprodutos que envolvem a comercialização de pele, garras, chifres, couros, venenos, carne, entre outros, visando sobretudo a indústria da moda e o mercado alimentício; E por último o maior destino nacional do tráfico de animais silvestres, que é a criação como animal de estimação.

De acordo com Souza (2007, p.27), no Brasil os principais locais de captura ilegal de animais silvestres são os municípios de Serra do Jalapão, Silvanópolis, Ilha do Bananal, Araguaçu, Ponte Alta, Ilha de Marajó, Serra dos Carajás, Santarém e Bragança, possuindo o mercado de Ver-o-Peso no Pará como um importante ponto de venda na região Norte. Campo formoso, Morro do Chapéu, São João do Paraíso e Canudos, possuindo as feiras de São João e Patos na Paraíba e as feiras de Santana, Jequié, Milagres e Itatim na Bahia como importantes pontos de venda na região Nordeste. Paconé, Chapada dos Guimarães, Cáceres e o Pantanal, tendo a “feira-do-rolo” no sul do município de Samambaia e o bairro Ceilância no Distrito Federal, e a feira do pedregal em Goiás como importantes pontos de vendas na região Centro-Oeste. 

Além dos locais de captura ilegal citados também temos o Vale do Ribeira na região Sudeste e o Banhado do Taim na região Sul, além de outros importantes pontos de venda como a feira de Duque de Caxias no Rio de Janeiro e a feira de Diadema e Guarulhos em São Paulo.

Tráfico do Estado do Paraná

O Brasil com suas mais de 116.000 espécies de animais distribuídas entre os três ecossistemas marinhos e seis biomas terrestres se encontra em terceiro lugar no ranking dos países mais envolvidos com o tráfico de animais, sendo o Estado do Paraná um dos maiores aliados nesse crime. Localizado ao Sul do país, o Estado faz fronteira com a Argentina e o Paraguai, e o caminho que dá acesso ao lado paraguaio, principalmente, é de fácil acessibilidade, auxiliando o manejo do comércio ilegal de animais silvestres.

Na Ponte da Amizade, a qual divide as proximidades brasileiras das paraguaias, existe uma intensa movimentação diária de pessoas com um grande volume de produtos, atravessando a estrutura de inúmeras formas, seja por meios de transporte comuns ou até mesmo a pé. Esse grande fluxo de pessoas dificulta o monitoramento policial do que entra e sai do país, fazendo com que práticas ilegais como o tráfico de animais e muitas outras atividades não sejam controladas rigorosamente.

O Parque Nacional do Iguaçu também é um grande aliado da posição em que o Estado se encontra. Abrigando mais de trezentas espécies de aves, quarenta de mamíferos, sessenta de répteis, setecentas de borboletas, dezoito de peixes e doze de anfíbios (Parque, 2003); onde, apesar de existir um intenso monitoramento da Polícia Federal, Florestal e do Ibama, os animais ali presentes correm perigo. 

Assim, visando as ocorrências contínuas nessa área de animais feridos ou impossibilitados de voltar à natureza, por terem sido capturados ainda filhotes ou por algo que os tirou a capacidade de sobreviverem com apenas seus instintos, o Instituto Água e Terra (IAT), que atua no Paraná, irá ampliar a rede de Centros de Apoio de Fauna Silvestre (Cafs), sendo o Cafs de Curitiba o primeiro Centro do Instituto no Estado. No ano de 2019, a entidade estadual recebeu cerca de 3 mil animais silvestres, onde 50% deles foram soltos, 20% precisaram ser enviados para cativeiros e 30% deles faleceram. O instituto, além de possuir autonomia administrativa, também conta com a ajuda de veterinários que realizam o processo de recebimento, triagem e encaminhamento dos animais.

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