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Os Lusíadas

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Por:   •  2/1/2014  •  Seminário  •  741 Palavras (3 Páginas)  •  425 Visualizações

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Os Lusíadas

O léxico

A linguagem adotada por Luís de Camões na criação d’Os Lusíadas distancia-se da normalmente utilizada pelos escritores seus contemporâneos, pelo que esta não pode ser considerada como um modelo de linguagem clássica. Tal distanciamento é notório através de três processos distintos:

• O latim  é notório o cuidado de substituir o vocabulário corrente por um vocabulário culto; e o Latim, língua dos poetas, filósofos e geógrafos, era considerado mais nobre do que o vocabulário coloquial.

• As metonímias/metáforas  surgem como um outro processo de evitar as palavras vulgares, na medida em que Camões se serve destas figuras de estilo para atribuir um outro nome a uma determinada palavra ou expressão. Por exemplo, “flores” em lugar de faces do rosto; “ouro” em lugar de cabelo/dinheiro; “lenho” em lugar de nau; “argento”, “líquido estranho”, “Tétis” ou “Dione” em lugar de mar, etc. Por vezes as metonimias e as metaforas contêm, referências à mitologia greco-latina.

• As perífrases  através do uso de um numero de palavras maior do que o necessário para exprimir uma determinada ideia, Camões atribui peculiaridade ao discurso.

Os narradores

Ao longo da obra camoniana Os Lusíadas, Camões mantém a presença de um narrador principal que vai adotando várias personalidades, que conduzem a narração. São elas:

• Vasco da Gama, que narra a História de Portugal e a viagem desde Lisboa até Moçambique;

• Camões (o narrador principal), que relata a viagem de Vasco da Gama desde Moçambique até à Índia e toda a viagem de regresso;

• Paulo da Gama, que, em Calecut, explica o significado das 23 figuras representadas nas bandeiras;

• Fernão Veloso, que descreve o episódio dos Doze de Inglaterra;

• Júpiter, que, através de profecias, anuncia para os portugueses “feitos ilustres” no Oriente;

• Adamastor, que vaticina “ventos e tormentas desmeddas”, “naufrágios, perdições de toda a sorte” para a gente ousada que navego nos seus mares;

• Ninfa Sirena, que descreve glórias futuras dos Portugueses;

• Tétis, que aponta os lugares onde os portugueses hão de realizar feitos heroicos.

A mitificação do herói

Os Lusíadas não cantam apenas a viagem marítima e a história portuguesa, mas revelam, também, o espírito do homem da Renascença que acredita na experiencia e na razão. De facto, a viagem, mais do que a exploração dos mares, exprime a passagem do desconhecido para o conhecimento experiencial.

A Ilha dos Amores, no final da obra, não passa de um mito construído com elementos da cultura greco-latina (as ninfas) elaborado para o efeito específico que Camões visa – enaltecer os feitos heroicos dos argonautas, bem como a sua consequente divinização. Tem uma simbologia muito peculiar, visto que enaltece a importância excecional do acontecimento nuclear do poema – a viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia.

Esta viagem propiciou o engrandecimento do Império e a difusão da fé Cristã, desmistificou conjeturas, desvendou mistérios, permitindo aos nautas conhecer a verdade e o outrora desconhecido. Tais obras são dignas de serem recompensadas, pelo que Vénus faz os navegadores portugueses

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