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A Balatindium

Por:   •  31/5/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.683 Palavras (11 Páginas)  •  149 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

        As parasitoses intestinais continuam representando um significativo problema médico-sanitário, tendo em vista o grande número de pessoas acometidas e as várias alterações orgânicas que podem ocasionar, tanto por ação espoliativa, quanto pela possibilidade de prejudicar a absorção intestinal e ocasionar quadros clínicos abdominais agudos (NASCIMENTO; CARVALHO, 2003).

        Em relação à incidência das parasitoses, Nascimento e Carvalho (2003) dizem que: “Basicamente, as populações que vivem em precárias condições de saneamento básico e que necessitam de adequada educação sanitária são as mais afetadas por estas patologias.”

        Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmam que mais de dois bilhões de pessoas hoje estão infectadas com algum tipo de verme ou parasita. Estima-se que 60% dessas infecções têm associação a deficiências nutricionais, principalmente carência de ferro e vitaminas. Além disso, 2/3 da mortalidade mundial têm relação com doenças de veiculação hídrica, como as parasitoses (DIAS, 2005).

         No entanto ainda encontramos um alto índice de falso-negativos nos exames de parasitológico de fezes, esta afirmativa advém da experiência na realização um exame de fezes mais acurado e com positividade em torno de 95% em uma população-alvo que pertence às classes sócio-econômicas A e B. Estipulamos que os  dados da OMS estejam subestimados em decorrência de uma técnica obsoleta ou realizada sem o devido cuidado (DIAS, 2005).

        Balantidium coli é o protozoário causador da balantidiose, uma infecção do intestino grosso do homem. Os parasitos se multiplicam no intestino, produzindo cistos, que são formas de resistência no meio ambiente; os trofozoítos são as formas infectantes; os cistos e trofozoítos são amplamente eliminados nas fezes, podendo contaminar o ambiente e transmitir a infecção a outros hospedeiros.

       A infecção se manifesta com febre, anorexia, náuseas, vômitos e diarréia que pode evoluir à disenteria (fezes com muco, pus e sangue); os casos graves manifestam-se com desidratação e hemorragias intestinais; a doença pode assumir forma crônica. O diagnóstico é feito pela visualização de trofozoítos e/ou cistos nas fezes.
       A prevenção se faz pela higiene adequada, cozimento de alimentos, fervura da água, tratamento dos doentes e tratamento dos porcos (possíveis reservatórios do parasito).

        A distribuição geográfica da balantidiose é mundial, pois é a mesma da dos suínos. Assim, a maioria dos casos humanos está entre os tratadores, criadores, comerciantes e abatedores de suínos. O porco, portanto, é a fonte natural das infecções humanas (NEVES et al., 2000).

        Vista a importância desta parasitose tanto a nível mundial como sua prevalência nacional, este trabalho pretende correlacionar informações e dados fornecidos nos últimos anos sobre esta parasitose, além de revisar todo conteúdo já sabido entre a comunidade científica sobre esta patologia, com o propósito de verificarmos as evoluções em relação ao tratamento e, seu atual alcance epidemiológico e combate mundial.

2. DESENVOLVIMENTO        

  1.  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

         De acordo com Neves e cols. (2000) o protozoário Balantidium coli do filo cifiophora representa grande número de espécies de importância na ecologia do aparelho digestivo de ruminantes e eqüídeos, existentes no rúmen e no intestino grosso funcionam como simbiontes. Este atua preferencialmente no intestino grosso de suínos e em algumas situações pode parasitar os humanos. Existe alguma diversidade de opiniões sobre a patogenicidade deste protozoário nos humanos; entretanto, como é o único ciliado que pode ser encontrado na nossa espécie.  Durante algum tempo foi muito discutida a pluralidade de espécies, B. coli e B. suis, ambas de suínos, mas diferentes pelos aspectos dos núcleos e do tamanho externo. Foi verificado posteriormente que todos dois eram uma única espécie- B. coli, com diferenças morfológicas devido ao momento reprodutivo do protozoário: as formas menores estavam se preparando para a conjugação e as maiores eram trofozoítos ativos.

        O B. coli já foi encontrado nos seguintes hospedeiros: porco, humanos, chimpanzé, vários macacos (Rhesus, Cynomolgi etc.), e raramente em cão, rato e cobaias, sendo os macacos os mais atingidos depois dos suínos (NEVES et al. 2000).

2. 1. 1.  MORFOLOGIA

        Por suas dimensões, o Balantidium coli é o maior dos protozoários parasitos do homem, pois mede geralmente 60 a 90 μm de comprimento (podendo chegar a 150 μm), por 50 a 60 μm de largura (MORAES et al., 1991).

        Sua forma é aproximadamente ovóide e a extremidade mais delgada, anterior. Aqui, encontra-se uma depressão em forma de funil, o perístoma, que conduz ao citóstoma. Toda a superfície da membrana celular, inclusive o perístoma, apresenta cílios dispostos em fileiras helicoidais, cujo batimento coordenado assegura ao protozoário movimentação rápida e direcional, além de produzir correntes líquidas no meio, que dirigem as partículas alimentícias em direção ao citóstoma (MORAES et al., 1991).

        De acordo com Moraes e cols. (1991) a digestão é feita através do cistóstoma ficam incluídos em fagossomos onde se processa a digestão. Os resíduos não assimilados são expulsos para o exterior através de um poro permanente localizado na extremidade posterior, o citopígio.

        Em preparações coradas pela hematoxilina, destaca-se pelo volume e coloração intensa o macronúcleo, ou núcleo, o micronúcleo, fica situado na região deprimida do macronúcleo. Ele é pequeno, compacto, e desempenha seu papel mais importante durante a reprodução do parasito (MORAES et al., 1991).

        Em relação à reprodução do protozoário em estudo Moraes e colaboradores (1991) afirmam que: “[...] A multiplicação processa-se, em geral por divisão binária transversal, sendo precedida pela divisão do macro-e do micronúcleo. Em cultura, pôde-se observar a reprodução sexuada, por conjugação, de que participa apenas o micronúcleo.”

        Em condições naturais os parasitos, que se multiplicam na luz do intestino, produzem cistos ovóides ou esféricos, revestidos de espessa membrana e com 50 a 60 μm de diâmetro. Eles aparecem em grande número nas fezes formadas. Tais formas, resistentes ás condições do meio externo, parecem constituir os elementos infectantes para novos hospedeiros. Entretanto, já se demonstrou que os trofozoítos podem desempenhar o mesmo papel, em vista de atravessarem o estômago da cobaia sem serem destruídos (MORAES et al., 1991).

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