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A Ginástica Geral Na Sociedade Contemporânea-Projetando sua Imagem

Por:   •  8/4/2018  •  Resenha  •  3.795 Palavras (16 Páginas)  •  1.130 Visualizações

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A Ginástica Geral Na Sociedade Contemporânea-Projetando sua Imagem: Segundo Capítulo.                                                                                          Ficha 01

AYOUB. Eliana. Ginástica Geral e Educação Física Escolar. 2ª ed. – Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007.p. 29-76.

  Docentes e discentes da Faculdade de Educação física da Unicamp vêm realizando pesquisas sobre GG, marcadamente desde 1989 com a criação do Grupo Ginástico Unicamp (GGU).

  Para projetar a imagem da ginástica geral na sociedade contemporânea, senti a necessidade de conhecer mais profundamente a trajetória da ginástica desde o início do século XIX, com a intenção de encontrar elementos para o entendimento da GG na atualidade.

  Por meio de sua obra Teoría general de la gimnasia, Langlade e Langlade (1986) oferecem aos seus leitores uma rica viagem ao universo da ginástica, em especial a partir do início do século XIX, período em que são sistematizados os métodos ginásticos europeus, representados principalmente pelas escolas de ginástica alemã, sueca e francesa.

  Segundo esses autores (1986, p.17-31), o ano de 1800 é considerado uma data muito indicado para assinalar o nascimento da atual ginástica, o qual foi possível devido a uma série de circunstâncias que propiciam o aparecimento das suas primeiras sistematizações. Para Langlade e Langlade (1986, p.22) “daí em diante, a ginástica evoluiu incessantemente, não havendo alcançando ainda hoje formas definitivas”.

  Com o intuito de compreender mais claramente o significado do nascimento da atual ginástica (Conforme Langlede e Langlede, 1896, p. 22), encontrei no estudo desenvolvido por Soares (1998), imagens da educação no corpo: estudo a partir da ginástica francesa no século XIX, reflexões que colaboraram de modo decisivo para a compreensão do cenário que marcou a transição da ginástica (como era concebida antes do Movimento Ginástico Europeu) para a ginástica científica, o mesmo seria dizer, da ginástica para a ginástica atual.

  A denominação ginástica remota a épocas anteriores ao século XIX. Sua origem etimológica vem do grego gymnastiké. O movimento Ginástico Europeu pode ser entendido, de acordo com Soares (1998, p.20), com “[...] o conjunto, sistematizado pela ciência e pela técnica, do que ocorreu em diferentes países ao longo de todo o século XIX, especialmente na Alemanha, Suécia, Inglaterra e França”.

  De um modo mais preciso que em outras épocas da história do homem ocidental, estrutura-se uma “pedagogia do gesto”, na qual a ginástica científica passa a ser a grande responsável pela visibilidade de um “corpo educado” (Soares, 1998, p. 88).      Tem início, a parti desse momento, a configuração de uma gestualidade própria da ginástica, o gesto gímnico, cujos significados estão apoiados na ciência e na técnica, assim como nos princípios de ordem e disciplina ditados pela burguesia.

  Á ginástica, compreendida como uma prática corporal que, especialmente desde o início de século XIX, vem sendo sistematizada, construída e codificada de acordo com diferentes contextos históricos – culturais e que, portanto, tem sofrido transformações ao longo desse percurso, não podemos negar que ela vem, ganhando novos contornos na atualidade.

  Nesse caminho percorrido pela ginástica, inúmeras terminologias têm sido criadas, configurando diferentes tipos de ginástica, de acordo com as suas principais características e objetivos.

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  A despeito dessas diferenciações, os diversos tipos de ginástica existentes na atualidade revelam, em maios ou menor grau, além das suas ligações com as exigências da esportivização, uma sintonia com as pressões da indústria do lazer, a qual tem estimulado e favorecido os modismos no campo das práticas corporais. Como exemplos, podemos constatar o boom das academias de ginásticas, nas quais as pessoas, em geral já nem sabem se lá estão “por opção ou por imposição social”.[pic 2]

  Mas essa não é a ginástica que queremos. Assim como Souza e Vago (1997, p. 140) afirma em relação à educação física, queremos uma ginástica que não esteja “[...] preocupada em produzir ‘corpos esculturais’, mas em participar da construção de ‘corpos culturais’ das crianças, dos adolescentes, dos trabalhadores, enfim, dos homens e das mulheres, que com eles sentem, pensam, desejam. Sofrem, agem, produzem, brincam, jogam...”.

  A opção por iniciar a reflexão sobre a GG abordando sua trajetória da Federação Internacional de Ginástica (FIG) deve-se ao fato de essa instituição ser a responsável pela sua difusão na atualidade, especialmente, em países fora do continente europeu.

  A Federação de Ginástica (FIG) é a federação “[...] com maior poder e influência  na ginástica mundial” (Souza, 1997, p. 29).

  De acordo com as informações conseguidas nas entrevistas realizadas na pesquisa de campo, a denominação ginástica geral foi proposta pela FIG no final da década de 1970 e início da de 1980, para se referir às atividades da ginástica fora da competição, ou seja, para distinguir os esportes ginásticos do universo não competitivo de ginástica. O termo ginástica geral passa, então, a ser utilizado para mercar a diferença entre a ginástica “em geral”, “em bases”, não competitiva, e a ginástica competitiva, esportivizada. Huguenin (1981, pp. 29-30) afirma que as diversas sociedades ginásticas espalhadas pela Europa do século XIX sentiram a necessidade de reunir-se em organizações nacionais (uniões, federações ou até mesmo simples associações). Naquela época, especialmente a partir de 1860, foram criadas muitas federações nacionais por todo o continente europeu.

 O surgimento dessas associações nacionais de ginástica abriu caminho para a organização de uma federação europeia que se tornaria, anos mais tarde, uma federação internacional.

  A Federação Internacional de Ginástica é a mais antiga dentre todas as associações esportivas internacionais e foi desenvolvida numa base democrática. Teve sua origem em 1881, como Federação Europeia de Ginástica (FEG). Em 1921, com a filiação dos Estados Unidos, essa federação passou a ser  denominada Federação Internacional de Ginástica ( Hunguenin, 1981 pp. 29-31).     Mas foi entre 1933 e 1934 que a FIG realmente atingiu seu nível internacional, tornando – se uma organização mais sólida e estruturada.

  A esse respeito, Souza (1997, p. 32) ressalta que se trata de um ponto interessante que diferencia a FIG das demais federações desportivas e que a representação da GG por meio de um comitê específico “[...] vem demostrar a importância desse fenômeno de massa que envolve um incontável número de praticantes em todo o mundo, ultrapassando em larga escala o total de atletas das

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modalidades competitivas dirigidas pela mesma federação”. Uma das primeiras missões do comitê Técnico de Ginástica Geral, de acordo com o seu presidente, foi divulgar a GG nos outros continentes.

  Esse trabalho vem sendo realizado por meio de cursos, publicações e, especialmente, por meio da Gymnaestrada Mudial, o evento oficial mais tradicional da FIG na área da ginástica geral.Para a FIG (Féderation, 1993, p. 3, item 1 – Règlement Technique de Gymnastique Générale), a ginástica geral compreende a esfera da ginástica orientada para o lazer e engloba programas de atividades no campo da ginástica (com e sem aparelhos), dança e jogos, conforme as preferências nacionais e culturais. Três grupos de atividades são exemplificados para mostrar a sua diversidade: Ginástica e dança, Exercícios com aparelhos e Jogos.

  A ginástica geral é considerada “[...] em primeiro lugar uma atividade regular dentro de um contexto de entusiasmo e de jogo, e a participação é, sobretudo, determinada pelo prazer de praticar”. Seus objetivos são favorecer a saúde, a condição física e a integração social e despertar o interesse pessoal pela prática de atividade física, contribuindo para o bem- estar  física e psicológica de seus praticantes.

“Na ginástica geral não há restrições a regras e as pessoas não são classificadas em melhores e piores, como no esporte de alto nível, mas sim em diferentes. A GG tem um contexto mais educacional e de participação”. E diferentemente da ginástica competitiva, temos um acordo de que o que cada um faz é importante.

  A GG foi inúmeras vezes apontada pelos entrevistados como uma ginástica para todos, acessível a todas as pessoas, aberta para a participação; como uma ginástica de grupo, com grupos; como uma ginástica simples, sem restrições a regras e que, portanto, cria espaço para a diversidade e para a criatividade; e, em especial, como uma ginástica do prazer, da felicidade e do divertimento.

  Nas palavras de Willisegger, a ginástica geral “ é a ginástica para todos, para cada um, acessível para todas as idades e que traz em sua base uma educação física para todos, para cada um. “ A ginástica geral é uma atividade que pode ser feita por todos, inclusive por deficientes”.

  O PROF. Tatsu Araki enfatizou como pontos de principais a participação e a diversão: “A ginástica geral é para todos, todo mundo pode fazer e todos devem se divertir. Depois do divertimento entram outros objetivos”.

  Ginástica geral significa praticar ginástica de forma divertida, junto com outras pessoas, sempre descobrindo novas possibilidades de movimentar o corpo. “Na GG cada grupo pode mostrar o que sabe fazer, criando os seus próprios movimentos com o aparelho que quiser e um grupo pode aprender com o outro”.

  A “World Gymnaestrada” é a manifestação mundial oficial da ginástica geral organizada pela FIG a cada quatro anos e caracteriza-se como a atividade mais significativa dessa instituição no campo da GG. Seus objetivos fundamentais são: promover um intercâmbio de ideias a respeito da variedade de enfoques , dentro dos quais a ginástica é desenvolvida nos diferentes países, e possibilitar a participação de todos, de crianças a idosos, independentemente de nível técnico, num ambiente de multiplicidade de formas e de congraçamento em que se podem A Ginástica Geral Na Sociedade Contemporânea-Projetando sua Imagem: Segundo Capítulo.                                                                                          Ficha 04

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apresentar livremente todas as formas de movimento, com ou sem equipamentos, possibilitando aos seus participantes a oportunidade de apresentar suas ideias peculiares.

Os objetivos principais desse “Festival de Ginástica, Cultura e divertimento” (Fédération, 1995b), são os seguintes: divulgar o valor e a diversidade da GG, despertar alegria e entusiasmo, demostrar as possibilidades da GG e difundir novas ideias, apresentar os últimos conhecimento e o desenvolvimento, favorecer o aperfeiçoamento, reunir ginastas de todos os países, possibilitar todas as federações e apresentar a ginástica geral ao público.

  Essa diversidade também se mostrava presente nas características particulares das diferentes manifestações nacionais, permitindo identificar tendências ou linhas de ginásticas bem específicas. Podemos citar com exemplo: a ginástica feminina finlandesa, a Spring Rhythmic Gymnastics da Dinamarca, as rodas ginásticas da Alemanha e o trabalho do Japão com cordas grades e pequenas. Outro aspecto relevante diz respeito às variações na composição dos grupos em relação aos seguintes pontos: gênero, faixa etária, número de participantes e condição física ou técnica dos ginastas. Essa variedade demonstra que a ginástica geral está aberta para a participação de todos, privilegiando os trabalhos em grupo.

  A criatividade e a liberdade de expressão sem restrições e regras são combinadas na maioria das vezes com movimentos básicos, simples, são marcas da GG que puderam ser nitidamente evidenciadas por meio da grande variedade de matérias e aparelhos utilizados e da diversidade de ritmos e trajes. Apesar das alegações de que há um convívio harmonioso entre os diferentes comitês técnicos da FIG, considero importante sublinhar novamente que o favorecimento das vertentes competitivas em detrimento da ginástica geral (a começar pelos recursos financeiros) foi várias vezes denunciados nas entrevistas com membros da FIG e de outras federações a ela filiadas.

  Os objetivos da GG tais como favorecera saúde, a condição física e a integração social e despertar o interesse pessoal pela prática de atividade física, contribuindo para o bem- estra físico e psicológico de seus praticantes, além do compromisso de oferecer um vasto campo de atividades para um grande número de pessoas, proporcionando variedade, diversão e a oportunidade de ser criativo.

Parece- me procedente afirmar que a ginástica geral pode ser considerada, assim como o EPT,”[...] uma proposta institucionalizada que defende os interesses da sociedade e a adaptação do indivíduo a essa mesma sociedade [...]” (Cavalcanti, 1984, p.84). ”[...] o ‘o social’ é entendido como uma extensão do individual, ou seja, trata-se de desenvolver atitudes de cooperação e solidariedade, a fim de inserir-se de maneira positiva no meio social já dado, jamais questionado”. “[...] o lazer pode ser tanto um espaço para a manutenção de estrutura social vigente quanto um canal viável para uma ação cultural que colabore juntamente com as demais esferas da atuação humana para a transformação das condições indesejáveis de vida da nossa sociedade” (Ayoub, 1993, p. 34).

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  Nesse sentido, o lazer pode constitui- se num dos espaços para uma efetiva participação cultural, entendida com “[...] a atividade não conformista, mas crítica de sujeitos historicamente situados” (Marcelino, 1990, p. 45).

  Se a ginástica geral tem sido compreendida como uma ginástica para todos, orientada para o lazer, visa, sobretudo, estimular o prazer pela prática de ginástica com criatividade e liberdade de expressão, podemos reconhecê-la como um espaço viável para a vivência do componente lúdica da cultura e, amis especificamente, da cultura e, mais especificamente, da cultura corporal. Isso quer dizer que GG traz a possibilidade de redescobrimos o prazer, a inteireza e a técnica – arte da linguagem corporal. Podemos identificar na GG tanto um caráter “conformista” quanto um caráter “transformador”, os quais convivem numa tensão permanente e revelam que a ginástica geral, assim como todas as atividades humanas, precisa ser compreendida em suas múltiplas perspectivas.

  O desenvolvimento da GG no Brasil vem ocorrendo, mais acentuadamente, desde a década de 1980, época em que foi oficializado o Departamento de Ginástica Geral na Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Alguns fatos importantes ocorrido na década de 1980 assinalaram essa fase inicial de expressão da GG: os “Festivais Nacionais de Ginástica”; a institucionalização do departamento de Ginástica Geral; os dois “Cursos Internacionais de Ginástica Geral”; os “Festivais de Ginástica e Dança”; o esforço do Departamento de Ginástica Geral em ampliar a divulgação e participação de grupos brasileiros na “World Gymnaestrada” e no “Fegin de Ouro Preto”.

  A propagação da GG no Brasil ao desenvolvimento da ginástica artística e da rítmica desportiva, afirmando que esse crescimento foi muito significativo a partir de 1970 e 1980.

Na década de 1990, em virtude dos esforços iniciados nos anos anteriores, a difusão da ginástica geral no Brasil ganha uma nova dimensão. Isso pode ser constatado pelos seguintes acontecimentos: a realização da “VII Gimnasiada Americana”; o aumento significativo da participação de Brasil na Gymbaestradas Mundiais; a continuidade na realização de alguns festivais: “Festivais de Ginástica e Dança; Festival Paulista de Ginástica; Festivais Internos de Ginástica da FEF- Unicamp”.

  Nesse mais de quinze anos de existência no Brasil, a GG vem tornando-se cada vez mais conhecida, em especial no Estado de São Paulo que “[...] tem se destacado na ginástica geral com o crescente número de adeptos”. A realização de competições nas “Ginastradas” promovidas pela Secretaria de Esportes e Turismo de São Paulo, não comprometam  um dos seus princípios mais fundamentais: “Institucionalizar a competição na ginástica geral significa destruir uma das suas características mais preciosas e, por que não dizer, revolucionárias”(Ayoub, 1997, p. 45).

  As “Ginastradas” são Festivais de Ginástica e Dança organizadas pela Secretaria de Esporte E Turismo do Estado de São Paulo, nos quais acontecem competições de ginástica e dança. Esses festivais vêm sendo realizados anualmente desde 1984. O evento deve ocorrer em duas etapas: primeiramente, a apresentação regional e, num segundo momento, a apresentação estadual.

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  Os grupos são A divididos em categorias e áreas. Sendo um dos primeiros pontos de destaque quando pensamos na ginastica geral, o fato de a GG não ser competitiva instiga-nos a traçar um paralelo entre ginastica geral e as ginasticas de competição, com a finalidade de identificar com maior nitidez as características mais significativas que as diferem.

  A ginastica geral e as ginasticas de competição convivem interligadas na sociedade e exercem Influencias reciprocas uma sobre a outra. Essenciais, intimamente interligados, tais como: a consideração da ginastica geral como sinônimo de ginastica de demonstração ou de festival; e a compreensão da identidade da ginastica geral diante de tamanha abrangência e diversidade. O fator de a GG não ter finalidade competitiva não quer dizer que ela tenha, necessariamente, “obrigação demonstrativa”.

  As apresentações, os festivais de ginastica geral são, sem dúvida, momentos significativos para a GG. Espetáculos coreográficos de ginastica há ainda, os que compreendem a GG como uma modalidade da ginastica, a sua modalidade não competitiva ou a sua modalidade demonstrativa. Essa visão me parece outro equivoco, pois significa colocá-la no mesmo patamar das modalidades gímnicas competitivas. Reconhecendo que não se trata de algo inédito, a própria FIG ( Fedération, 1991, p. 147) admite que “[...] queiramos ou não a ginastica geral não e realmente um novo caminho mas um um re-nascimento ou um re-conhecimento da atividade original criada pelos primeiros ginastas”. Seria, então, a ginastica geral “o re-nascimento da atividade original dos primeiros ginastas” ( Federation,1991, p. 147) ou ainda, ”a ginástica do passado que agora é do presente outra vez” (como afirma o prof. Giorgio Garufi, da Itália). A ginástica geral, diferentemente da ginástica cientifica e de suas descendentes mais diretas. As modalidades competitivas de ginástica, não quer abandonar o prazer, o artístico, a “inteireza lúdica da gestualidade”, o riso, o divertimento, a festa; ao contrário, ela abre uma oportunidade para a reconstrução do lúdico e as possibilidades de ruptura com a rigidez apregoada pela ginástica científica.

  Na ginástica geral podemos buscar a nossa inspiração aliando os saberes do funâmbulo e do ginasta... O eixo fundamental da ginástica geral deve ser ginástica, podendo dialogar com outros elementos do universo da cultura corporal (como por exemplo, a dança, o jogo, o esporte, a luta etc.). Os gestos gímnicos, podem ser subdivididos em elementos corporais, exercícios acrobáticos e exercícios de condicionamento físico (sem, com e em aparelhos).

Algumas características fundamentais da ginástica geral permitem compor uma imagem da ginástica geral que potencialize o que estou denominando caráter “transformador” da GG.

  Por tudo isso, acredito na possibilidade de projetar por meio da ginástica geral a imagem de uma ginástica contemporânea  que privilegie, acima de tudo, nossa dimensão humana e que crie espaço para o componente lúdico da cultura corporal, redescobrindo o prazer, a inteireza e a técnica – arte da linguagem corporal.

 

E, seguramente, a educação física escolar pode constituir-se num dos espaços mais significativos para o seu desenvolvimento. Foi acreditando nessa possibilidade que imaginamos um projeto de ginástica geral escola.  

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