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Hemofilia

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Por:   •  23/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  1.626 Palavras (7 Páginas)  •  375 Visualizações

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1.0 INTRODUÇÃO

Descrita pela primeira vez no século III DC, a hemofilia refere-se a “um grupo de distúrbios da coagulação hereditários, nos quais existe uma anomalia permanente no mecanismo da coagulação do sangue” (Associação Portuguesa de Hemofílicos, APH, 2010).

Mais precisamente, a hemofilia é uma disfunção do mecanismo de coagulação sanguínea que gera uma série de hemorragias. Segundo GORZIZA (2012), hemofilia é uma grave patologia hereditária da coagulação sanguínea, causada pela carência de atividade coagulante do fator VIII (hemofilia A) ou IX (hemofilia B).

Caracteriza-se por ser uma doença rara, cuja incidência na população, e de aproximadamente 1 a cada 10.000 habitantes com prevalência maior em homens do que em mulheres, sendo que 1 em cada 5.000 homens tem a probabilidade de nascer com a patologia. A gravidade da doença pode ser classificada de acordo com a quantidade de fator da coagulação presente no sangue (MARQUES, et. al. 2010).

A hemofilia é considerada não grave quando cerca de 5 a 25 % ainda possui atividade coagulante no sangue e os sangramentos são raros. Se a atividade coagulante for apenas entre 1 e 5 %, a hemofilia é considerada moderada e hemorragias podem acontecer após algum trauma. Já a hemofilia grave há, aproximadamente, apenas 1% de atividade coagulante e as hemorragias são mais freqüentes, intensas e espontâneas principalmente na pele, nos músculos e mucosas É considerada uma doença dolorosa, incapacitante e deformante (MACEDO, 2005).

A necessidade de conhecimento e a preocupação quanto à melhor qualidade de vida dos pacientes hemofílicos motivaram esse estudo que tem como objetivo promover o conhecimento quanto aos agentes físicos, genéticos e a terapêutica dos distúrbios hemofílicos.

2.0 DESENVOLVIMENTO

2.1 Fisiologia do sistema de coagulação

Hemostasia refere-se aos mecanismos fisiológicos que mantém o sistema circulatório estável. Envolve a fluidez do sangue, e ativação do processo de coagulação quando for necessário conter uma hemorragia. Se a atividade coagulante for carente, o indivíduo pode sofrer hemorragias mesmo que sem lesão e se a atividade for intensa demais, podem ocasionar-se trombos no sistema vascular obstruindo a passagem sanguínea (Gorziza, 2012). Portanto a hemostasia tem a função de evitar a hemorragia e a trombose e facilitar o fluxo sanguíneo pelos tecidos.

Em 1964, foi proposto um modelo de cascata de coagulação. Nesse modelo, a coagulação ocorre por meio de ativação proteolítica, seqüencial de zimógenos, por proteases do plasma, resultando na formação de trombina que então, converte a molécula de fibrinogênio em fibrina. O esquema divide a coagulação em via extrínseca e intrínseca (Figura 1) (PRAVATTO, et. al.2008).

A via extrínseca é ativada por proteínas envolvidas no processo como fator XII que ativa o fator IX que leva a formação de trombina. A via intrínseca é ativada quando um vaso sanguíneo sofre lesão e expõe o fator tissular (FT). O FT ativa o fator VII e juntos ativam os fatores X e IX que consequentemente transforma protombina em trombina e ocorre a formação de fibrina (BRAZ e CASTIGLIA, 2000).

Percebe-se na figura 1 que o sangue é composto por diversos fatores identificados de I a XII. Esses fatores possuem atividade única e essencial de regular a coagulação sanguínea, de modo a evitar a ativação desregulada do sistema, formação inadequada de fibrina e oclusão vascular (FRANCO, 2001).

Dessa forma, esses fatores são ativados, quando um dos vasos sanguíneos sofre uma lesão e apresenta abertura deixando o sangue extravasar para fora da pele, ou para dentro de algum tecido ou músculo, ou quando há perfuração dos vasos sanguíneos por algum motivo. Uma vez ativados, os fatores de coagulação começam a trabalhar harmoniosamente para produzir um coágulo para impedir o extravasamento do fluxo sanguíneo (MANSO, 2007).

No entanto na hemofilia, os fatores VIII e XI não funcionam normalmente e se um fator não é ativado o restante também não é e por isso não dão sequência na cascata de coagulação, provocando a hemorragia.

Figura 1 – Esquema da cascata de coagulação. Disponível em http://bioneogenios.blogspot.com.br/2012/11/entendendo-cascata-de-coagulacao.html

2.2 Genética

A hemofilia é uma doença crônica autossômica recessiva de deficiência orgânica congênita no processo da coagulação do sangue. De transmissão genética, ligada ao cromossoma X, é transmitida de forma hereditária a partir de mutações que ocorrem em determinados genes do cromossomo X, apenas se manifestando caso não haja um alelo dominante sobre ele. Essas modificações acarretam uma deficiência na produção ou na função dos fatores VIII e IX da coagulação, alterando o mecanismo hemostático (MACEDO, 2005).

O gene do fator VIII ou IX localiza-se próximo à extremidade do braço longo do cromossomo X (CAIO, et, al, 2001).

“Esta doença afeta basicamente indivíduos do sexo masculino, por conterem somente um cromossomo X. Com as mulheres o mesmo não ocorre, pois existem dois cromossomos X e a mutação ocorrida em um deles é facilmente substituída pela normalidade do outro cromossomo X, transformando a mulher em portadora da hemofilia, não apresentando sintomas dessa doença” (MACEDO, 2005).

A hemofilia é uma condição hereditária. No entanto, é provável que a doença possa aparecer em qualquer família. Segundo estudos da APH (2010) pelo menos 30% dos pacientes hemofílicos não possui histórico familiar de distúrbio hemorrágico. O estudo ainda justifica esse fato, pelo modo que é transmitida a doença, gene recessivo ligado ao sexo, que mesmo afetando exclusivamente o sexo masculino o gene é transmitido pelo sexo feminino.

“Um homem com hemofilia transmite o gene com hemofilia às suas filhas, que serão portadoras obrigatórias do gene da hemofilia” (APH, 2010).

Contudo, as portadoras obrigatórias apresentam fatores coagulantes diminuídos, não suficientes para desenvolver a doença. Devido a isso, há a possibilidade do gene anômalo permanecer encubado por inúmeras gerações de filhas portadoras, dificultando saber se existe ou não realmente histórico familiar de hemorragias (MANSO, 2007).

2.3 Tipos de hemofilia

Segundo

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