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Leucemia Mieloide Crônica

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Por:   •  2/6/2014  •  1.323 Palavras (6 Páginas)  •  483 Visualizações

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LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA

Existem três tipos de células na corrente sanguínea: os glóbulos vermelhos ou hemácias, responsáveis pelo transporte de oxigênio para os tecidos; os glóbulos brancos ou leucócitos, encarregados da defesa contra agentes externos, células estranhas ou que sofreram modificação dentro do próprio organismo; e as plaquetas, essenciais para a coagulação do sangue.

Glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas são produzidos dentro da medula óssea – tecido amarelado de aparência gordurosa, situado no interior dos ossos (correspondente ao tutano do boi) -, a partir de uma mesma célula de origem, chamada de célula-tronco ou célula progenitora.

As leucemias

As leucemias são doenças caracterizadas pela quebra desse equilíbrio causada pela proliferação descontrolada das células-tronco. Como consequência, formas jovens, imaturas, de glóbulos vermelhos, brancos ou plaquetas serão produzidas em quantidade excessiva e cairão na corrente sangüínea antes de estarem preparadas para exercer suas funções, predispondo o organismo a infecções, anemia e hemorragias.

De acordo com a evolução, as leucemias podem ser divididas em agudas e crônicas.

As leucemias agudas surgem quando a célula-tronco que sofre transformação maligna se encontra numa fase muito imatura, na qual se multiplica rapidamente e causa uma enfermidade agressiva, com risco de sangramentos e infecções graves que exigem tratamento imediato.

Nas leucemias crônicas, a transformação maligna ocorre quando a célula-tronco está mais madura. A doença resultante pode ser tratada com menos agressividade porque costuma evoluir mais lentamente, com complicações que podem levar meses ou anos para ocorrer.

Nessa leucemia, a célula-tronco é afetada numa fase mais madura, o que resulta numa proliferação lenta, porém inexorável, de células precursoras das hemácias, das plaquetas e de um tipo de glóbulo branco conhecido como neutrófilo ou granulócito. Os neutrófilos formam a infantaria do exército de defesa imunológica: são as células encarregadas de dar o primeiro combate aos microorganismos invasores.

É uma doença de baixa prevalência: surge 1 paciente em cada 100 mil habitantes.

Menos de 5% dos casos ocorrem na infância ou adolescência. O diagnóstico costuma ser feito na faixa entre 45 e 60 anos. Apenas 1/3 dos casos acontece depois dos 60 anos.

Manifestações clínicas

A doença apresenta três fases de evolução:

1) Fase benigna ou crônica:

O início das manifestações clínicas geralmente é precedido por uma fase silenciosa com meses ou anos de duração. Em cerca de 50% das vezes o diagnóstico é feito antes de qualquer manifestação.

Os primeiros sintomas são letargia, fraqueza muscular, suores durante a noite e perda de peso. Alguns pacientes referem desconforto abdominal causado por aumento de volume do baço que, às vezes, chega a ocupar todo o lado esquerdo do abdômen.

Ocasionalmente, pequenos cortes podem provocar sangramentos persistentes, e traumatismos insignificantes dar origem a manchas roxas na pele (hematomas).

Em situações menos freqüentes pode haver febre e crescimento de ínguas (linfonodos) no pescoço, nas axilas e nas virilhas.

2) Fase acelerada

É caracterizada pela multiplicação mais rápida das células malignas. Há aumento significante de glóbulos brancos no sangue, principalmente às custas de formas imaturas (blastos).

Se não houver tratamento, a anemia se acentua, bem como o crescimento do baço e dos linfonodos. A sintomatologia de fraqueza, astenia, sudorese noturna e a perda de peso ficam mais intensas.

3) Fase blástica

Os sintomas pioram e a doença se torna altamente agressiva: os blastos (células indiferenciadas da medula óssea que dão origem aos diferentes tipos de células do sangue) invadem a circulação e passam a constituir 30% ou mais dos glóbulos brancos presentes.

Surgem infiltrados de células leucêmicas em vários tecidos, os linfonodos aumentam, o baço atinge suas maiores dimensões. A anemia exige transfusões de sangue freqüentes; infecções generalizadas e hemorragias colocam a vida em risco.

Cromossomo Filadelfia

O cromossomo Philadelphia é o resultado de uma translocação recíproca entre os braçoslongos dos cromossomos 9 e 22, que foi devido a um erro no processo de divisão

celular, derivando em um cromossomo que produz uma proteína de origem quimérica. O Ph é também um marcador da leucemia mielóide crônica. Detectado por citogenética clássica em 90% - 95% dos indivíduos com LMC, e pode ocorrer em 2% - 10% em rearranjos variantes, decorrentes tanto de simples aberração, envolvendo a região 22q11, como rearranjos decorrentes de alterações complexas envolvendo ambas as regiões 9q34 e 22q11.2 com um terceiro ou mais cromossomos. Essa translocação t (9;22)(q34; q11.2) justapõe o oncogene ABL (Abelson Leukemia Vírus), mapeado no cromossomo 9, que codifica uma proteína tirosina quinase, e o gene BCR (Breakpoint Cluster Region), mapeado no cromossomo 22. Este é responsável, em condições normais, por codificar uma proteína que regula o ciclo celular. A proteína mutante BCR/ ABL apresenta uma atividade tirosina quinase elevada pela patogênese da doença. O neogene BCR/ABL transforma a célula hematopoiética normal em células malignas e apresenta uma mieloproliferação contínua que resulta em proliferação, alteração da adesão celular progenitora às células estromais e à matriz extracelular, conferindo resistência à apoptose

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