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Mal de Saint Martin

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Por:   •  3/11/2013  •  Tese  •  1.715 Palavras (7 Páginas)  •  474 Visualizações

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ALCOOLISMO CRÔNICO RELACIONADO AO TRABALHO CID-10 F10.2

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO

Alcoolismo refere-se a um modo crônico e continuado de usar bebidas alcoólicas, caracterizado pelo

descontrole periódico da ingestão ou por um padrão de consumo de álcool com episódios freqüentes de intoxicação e

preocupação com o álcool e o seu uso, apesar das conseqüências adversas desse comportamento para a vida e a

saúde do usuário. Segundo a OMS, a síndrome de dependência do álcool é um dos problemas relacionados ao

trabalho. A Sociedade Americana das Dependências, em 1990, considerou o alcoolismo como uma doença crônica

primária que tem seu desenvolvimento e manifestações influenciados por fatores genéticos, psicossociais e ambientais,

freqüentemente progressiva e fatal. A perturbação do controle de ingestão de álcool caracteriza-se por ser contínua ou

periódica e por distorções do pensamento, caracteristicamente a negação, isto é, o bebedor alcoólico tende a não

reconhecer que faz uso abusivo do álcool.

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS

O trabalho é considerado um dos fatores psicossociais de risco para o alcoolismo crônico. O consumo

coletivo de bebidas alcoólicas associado a situações de trabalho pode ser decorrente de prática defensivag, como

meio de garantir inclusão no grupo. Também pode ser uma forma de viabilizar o próprio trabalho, em decorrência dos

efeitos farmacológicos próprios do álcool: calmante, euforizante, estimulante, relaxante, indutor do sono, anestésico e

antisséptico. Entretanto, essas situações não são suficientes para caracterizar o uso patológico de bebidas alcoólicas.

Uma freqüência maior de casos (individuais) de alcoolismo tem sido observada em determinadas ocupações,

especialmente aquelas que se caracterizam por ser socialmente desprestigiadas e mesmo determinantes de certa

rejeição, como as que implicam contato com cadáveres, lixo ou dejetos em geral, apreensão e sacrifício de cães;

atividades em que a tensão é constante e elevada, como nas situações de trabalho perigoso (transportes coletivos,

estabelecimentos bancários, construção civil), de grande densidade de atividade mental (repartições públicas,

estabelecimentos bancários e comerciais), de trabalho monótono, que gera tédio, trabalhos em que a pessoa trabalha

em isolamento do convívio humano (vigias); situações de trabalho que envolvem afastamento prolongado do lar (viagens

freqüentes, plataformas marítimas, zonas de mineração).

As relações do alcoolismo crônico com o trabalho poderão ser classificadas por meio da CID-10, usando os

seguintes códigos: “fatores que influenciam o estado de saúde: (...) riscos potenciais à saúde relacionados com circunstâncias

socioeconômicas e psicossociais” (seção Z55-Z65 da CID-10) ou aos seguintes “fatores suplementares relacionados com as causas de morbidade e de mortalidade classificados em outra parte” (seção Y90-Y98 da CID)

problemas relacionados ao emprego e ao desemprego: condições difíceis de trabalho (Z56.5);

• circunstância relativa às condições de trabalho (Y96).

Portanto, havendo evidências epidemiológicas de excesso de prevalência de alcoolismo crônico em

determinados grupos ocupacionais, essa ocorrência poderá ser classificada como doença relacionada ao trabalho, do

Grupo II da Classificação de Schilling. O trabalho pode ser considerado como fator de risco, no conjunto de fatores de

risco associados à etiologia multicausal do alcoolismo crônico. Trata-se, portanto, de um nexo epidemiológico, de

natureza probabilística, principalmente quando as informações sobre as condições de trabalho forem consistentes com

as evidências epidemiológicas disponíveis.

Em casos particulares de trabalhadores previamente alcoolistas, circunstâncias como as acima descritas

pela CID-10 poderiam eventualmente desencadear, agravar ou contribuir para a recidiva da doença, o que levaria a

enquadrá-la no Grupo III da Classificação de Schilling.

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO

Os critérios diagnósticos podem ser adaptados daqueles previstos para a caracterização das demais

síndromes de dependência, segundo os quais três ou mais manifestações devem ter ocorrido, conjuntamente, por pelo

menos um mês ou, se persistentes, por períodos menores do que um mês. As manifestações devem ocorrer juntas, de

forma repetida durante um período de 12 meses, devendo ser explicitada a relação da ocorrência com a situação de

trabalho:

• um forte desejo ou compulsão de consumir álcool em situações de forte tensão presente ou gerada

pelo trabalho;

• comprometimento da capacidade de controlar o comportamento de uso da substância – em termos de

início, término ou níveis – evidenciado pelo uso da substância em quantidades maiores ou por um

período mais longo que o pretendido ou por um desejo persistente ou por esforços infrutíferos para

reduzir ou controlar o seu uso;

• um estado fisiológico de abstinência

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