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Princípios gerais da antibioticoterapia

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Por:   •  16/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  5.203 Palavras (21 Páginas)  •  254 Visualizações

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Princípios Gerais da Antibioticoterapia

Introdução

Durante vários milénios, o combate das doenças infecciosas limitou-se a algumas práticas, herdadas de tempos imemoriais e ditadas pelos usos e costumes de cada povo.

Em algumas décadas, desde os anos 30 até aos anos 60, a descoberta e introdução no arsenal terapêutico de drogas como as sulfonamidas e a penicilina, veio permitir que o panorama da mortalidade se alterasse radicalmente, fazendo com que dezenas de doenças infecciosas deixassem de ser causa habitual de morte.

Com a aplicação destes e de outros fármacos, difundiu-se assim o uso da classe terapêutica dos antibióticos, inicialmente assim designados por serem entendidos como “substâncias contra a vida”, conceito este modificado posteriormente, dum modo mais rigoroso, para “toda a substância química, de natureza animal, vegetal ou sintética, que seja antagonista do desenvolvimento de microorganismos” devendo por isso ser designados, com maior rigor, por antibacterianos.

A seleção menos apropriada dos antibióticos, a utilização de doses ineficazes ou uma insuficiente duração do tratamento, por vezes associada a automedicação ou toma de antibióticos sem vigilância médica, têm sido apontados como responsáveis pelo aparecimento crescente de resistência a estas drogas.

O uso generalizado de antibióticos na criação de animais, para promover o seu crescimento, e também na agricultura, sob a forma de aerossóis aplicados em vastas áreas de cultivo, nomeadamente de pomares, têm também promovido a selecção de estirpes cada vez mais resistentes aos antibióticos.

Por esta razão há necessidade de assegurar uma formação permanente e atualizada do médico, permitindo que ele permaneça informado quer sobre as novas características dos agentes patogênicos, quer sobre o aparecimento de novas drogas e os critérios de utilização dos antibióticos na sua prática diária.

Mecanismos de ação dos Antibióticos

Algumas bactérias são normalmente resistentes as determinado antibiótico, enquanto outras são sensíveis. As bactérias podem ser classificadas como sensíveis ou resistentes aos antimicrobianos. A resistência pode ser natural ou adquirida.

Na natural, todas as amostras de uma espécie possuem essas características, e na adquirida, parte das amostras é resistente e a outra é sensível. A aquisição de resistência por uma célula bacteriana sensível é decorrência de uma alteração genética que se expressa bioquimicamente.

O antimicrobiano não induz a resistência, mas é um agente selecionador dos mais resistentes existentes no meio de uma população.

Existem vários mecanismos diferentes que podem explicar a resistência das bactérias aos antibióticos, como:

• Destruição ou inativação da droga, pela destruição do anel β-lactâmico, pela enzima β-lactamase ou penicilinase produzida pela bactéria.

• Incapacidade do antibiótico de penetrar na superfície das células bacterianas.

• Alteração dos sítios-alvo das drogas, como a troca de um aminoácido. A bactéria pode possuir uma via bioquímica alternativa que desvia a reação particular que é inibida pelo antibiótico da célula.

• Fluxo rápido: ejeta a droga para fora antes que possa se tornar efetiva.

A resistência mediada por mutações normalmente é simples, e atinge apenas um antibacteriano. A resistência mediada por fator R (plasmídeo) pode ser simples, mas na maioria das vezes é múltipla, tornando a bactéria resistente a dois ou mais antimicrobianos graças à presença de genes de resistência para diferentes antimicrobianos graças a presença de genes de resistência para diferentes antimicrobianos em um só plasmídeo.

A resistência hereditária é carregada pelos plasmídeos ou por transposons (pequenos segmentos de DNA). A transferência pode ocorrer de uma bactéria para outra por conjugação, transdução ou transformação.

Em bactérias frequentemente selecionadas em hospitais, pode ocorrer a associação de resistência por mutação e plasmídio R em uma só bactéria.

Classificação e características dos principais antibacterianos

São várias as classificações possíveis dos antibióticos, podendo ser classificados pelo seu mecanismo de ação, pelo seu efeito bactericida ou bacteriostático ou então pela sua estrutura química.

1. ß-Lactâmicos

Conceito e classificação

O grupo de antimicrobianos classificados como ß-lactâmicos possui em comum no seu núcleo estrutural o anel ß-lactâmico, o qual confere atividade bactericida.

Conforme a característica da cadeia lateral definem-se seu espectro de ação e suas propriedades farmacológicas. Pertencem a este grupo:

• Penicilinas

• Cefalosporinas

• Carbapenens

• Monobactans

Os mecanismos de ação e de resistência são comuns a todos!

Algumas particularidades como farmacocinética, uso clínico e efeitos colaterais de cada classe, serão descritas separadamente.

Penicilinas

Conceito e classificação

Descobertas em 1928, por Fleming, permanecem até hoje como uma excelente classe de antimicrobianos. São divididas em:

• Penicilinas naturais ou benzilpenicilinas;

• Aminopenicilinas;

• Penicilinas resistentes às penicilinases;

• Penicilinas de amplo espectro, as quais foram desenvolvidas na tentativa de evitar a aquisição de resistência das bactérias.

A. Benzilpenicilinas ou penicilinas naturais: Entre as benzilpenicilinas, a associação da penicilina com determinadas substâncias determina sua farmacocinética e farmacodinâmica.

B. Aminopenicilinas: As aminopenicilinas são penicilinas semi-sintéticas, disponíveis desde 1960, após a adição de um grupo amino na cadeia lateral, e de espectro de ação mais amplo, em relação às benzilpenicilinas. Apresentam boa absorção, tanto oral como parenteral.As aminopenicilinas disponíveis para uso clínico no Brasil são: Ampicilina

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